- Ele está na casa de Do-Yoon – ela fez cara triste – E papai disse que não tínhamos tempo para pegá-lo lá. Ele falou que poderíamos comprar Solitário III, mas eu acho que não é boa ideia, já que você tem eu e um bebê na sua barriga para cuidar. Expliquei a ele que você não daria conta de tantas responsabilidades, afinal, você é só uma mamãe.Olhei-a, incrédula, tentando conter uma gargalhada:- Sim, eu sou só uma mamãe. E realmente não dou conta de mais “filhotes” para cuidar.Balancei a cabeça, ainda tentando decifrar a mente da minha filha, enquanto sorvia o restante do café.Assim que pus a xícara na pia, a porta se abriu. Melody correu de encontro ao pai, recebendo vários beijos pelo rosto.- Dormiu bem, meu amor?- Sim, papai. Eu estava contando para mamãe que não podemos ter Solitário III.Ele me olhou e começou a rir:- Sim... Afinal, é muita responsabilidade para uma simples mamãe, não é mesmo?Ela assentiu, seriamente.- Papai, vamos na praia?- Só se for agora – ele fez cóc
Ele demorou para entender o que estava acontecendo:- Esqueci de passar aqui... Ou melhor, não me dei em conta desta sala. Sou Sabrina Rockfeller e a partir de agora, responsável pela área Financeira da J.R Recording.- Eu sei. – Me olhou, levantando e pegando seus pertences de imediato.- Que bom, me economiza tempo de ficar explicando.Quando percebi que ele já estava quase na porta, realmente de saída, perguntei:- Como... Sabia?- Seu pai, Jordan Rockfeller, havia dito que você talvez viesse.- E... Por que você não avisou todos daqui? – Enruguei a testa, curiosa.- Porque ele também disse que provavelmente a senhora desistiria da ideia... Então... Que esperássemos.- Você está demitido. – Fui firme.- Mas... Eu sou o homem de confiança da área financeira desta empresa.- Do meu pai? &
- Vai me deixar assim? – Ele perguntou, me fazendo olhar para seu corpo, observando o pau sobressair-se na calça preta em couro.Fui em direção à porta e sorri:- Não deixe a jaqueta sobre a cama. Guarde no lugar. E pendure sua toalha depois do banho.- O quê? – Ele enrugou a testa, enquanto eu fechava a porta.Desci as escadas rindo sozinha. Assim era a vida morando juntos. Tive minhas obrigações quando morei com Do-Yoon e Yuna e depois que me mudei com Melody também tínhamos nossas regras, já que não havia empregada para nos ajudar. Então cada um tinha suas responsabilidades e o trabalho era sempre dividido. “El cantante” teria que entrar na escala.Cheguei na sala e vi claridade de faróis estacionando na estrada, ao longe. Esperei um pouco e abri a porta, para ver quem era e vi Colin. Mesmo no escuro, eu o reconhecia pelo jeit
- Eu entendo, Colin. Está tudo bem.- Mas eu posso lhe indicar um bom advogado, Charles. Certamente ele conseguirá ganhar tempo e podem pensar em algo a fim de reverter a decisão do juiz. – Colin sugeriu.- Não! – Charles disse firmemente – Eu não vou recorrer. Se o juiz acha que é certo dividir tudo com meu filho, assim o farei.Nós dois o olhamos. Charles já havia me dito que pouco se importava com o dinheiro. A questão é: até que ponto o dinheiro ficaria com Gui? Ou Kelly que o usaria, manipulando o filho, como sempre fazia?- Você deve saber que quem está por trás disso não é o seu filho e sim Kelly, não é mesmo? – Colin perguntou-lhe.- Eu sei. Mas Guilherme saiu de casa. E sinceramente, eu fiquei feliz por isso. Está na hora de ele crescer e virar homem. E só conseguirá isso
Senti saudades do meu amigo Do-Yoon e seus maravilhosos pratos. Lianna certamente estava muito feliz ao lado dele.O jantar foi tranquilo e Colin e Charles foram polidos um com o outro. Na verdade, eu não esperava menos deles. Ambos eram homens maravilhosos, cada um do seu jeito. E eu não podia fingir que nunca gostei de Colin, porque estaria mentindo. Ele foi importante na minha vida e fazia parte dela. Foi o primeiro homem que beijei e com o qual perdi minha virgindade. E ficaria marcado para mim eternamente.Apesar de ter dormido com Mariane na noite antes do casamento, ele sempre me tratou bem e respeitosamente. Fazia minhas vontades, era gentil e eu adorava a mãe dele.O que me incomodava é que Colin era respeitoso demais. Tinha transtorno obsessivo compulsivo por limpeza, o que a meu ver parecia ter superado um pouco. Só transava numa cama, limpa, confortável e que se sentisse seguro quanto a eu não engravid
Um mês depois que iniciei na J.R Recording, contratei uma empresa terceirizada para uma auditoria na gravadora.No dia seguinte, assim que cheguei à minha sala, nem sequer havia tirado minha bolsa e a porta abriu-se de forma violenta, batendo na parede com um estrondo e Mariane entrou, sem pedir licença:- O que você está pensando? – Vociferou na minha direção.- Eu... Não sei do que você está falando. – Guardei minha bolsa no armário próximo da janela, tentando ficar calma.- Como assim você contratou uma empresa de fora para auditoria? Por acaso duvida das contas que apresentei até agora?- Sim, duvido. – Falei com tranquilidade, sentando-me na minha cadeira confortável e ligando o computador.- Vou falar para o nosso pai. Ele não vai aceitar isso. Eu tenho certeza.- Ele me deixou responsável pela par
- Nós... Nos falamos vez ou outra por telefone.- E você gosta de conversar com ele?- Eu... Gosto. Mas tentei muito fugir deste jantar. Só aceitei porque ele insistiu muito. E garantiu que iremos num restaurante Coreano que tem na capital. Como estou com muita saudade da minha culinária, acabei aceitando.Eu ri:- Fez muito bem. A vida está te dando um presente... Receba, amiga.- Como estou? – Ela girou, o vestido preto meio folgado, o decote comportado.- Está... Parecendo uma mulher que só quer comer comida coreana.Começamos a rir. Eu sabia que Yuna não gostava de se exibir, especialmente o corpo. E sinceramente, Colin não se importaria. Ele curtia muito mais conversar do que “trepar”. Para ele sexo era consequência. Para mim era causa. Por este motivo eu meio que sempre ficava um pouco frustrada depois das nossas transas. Ele seguia semp
- Eu penso que... Não quero os presentes. Eu pedi para o Papai Noel o meu papai e ele trouxe. Não preciso de mais nada... Não ouviram a minha mamãe? Ela disse “não”. E “não” é “não”. - Mas diga a ela que você quer ver o vovô e a vovó... Por favor. – Ele quase implorou.- Eu não quero mais ver vocês – ela foi firme – Nunca mais.- Não pode dizer “nunca”. Você só tem cinco anos. – Ele balançou a cabeça, confuso.- Jordan, deu! Ela já lhe deu a resposta que você queria. Agora vamos embora. – Calissa tentou puxá-lo.Ele me encarou e depois olhou para Melody, os olhos um pouco menos raivosos. Acenou para ela e virou as costas, indo com Calissa para o carro.Fechei a porta e fui até Melody, abraçando-a, n&atild