- Não é sobre perdão, Colin. É sobre não haver mais casamento... Nunca mais.
- Isso não pode, entende? Eu me arrependi. Eu pedi desculpas... Me diga qualquer coisa que queira que eu faça e juro que farei.
- Quero que pare de me ligar. E me deixe em paz.
- Sabrina...
- Eu estou apaixonada por outra pessoa, Colin. – Me ouvi falando.
- Apaixonada por outra pessoa? Como assim? Isso não é possível.
- Sim, é possível, Colin. Acabou.
Dizendo isso eu deixei a sala, fechando a porta e subindo para o meu quarto.
Sentia-me um pouco tonta e por isso deitei na cama, imediatamente, enquanto via o teto rodar. Não sei porque, mas tinha um sorriso bobo nos meus lábios.
- Ele é um idiota!
Fiquei ali um tempo, esperando que tudo girasse mais devagar para eu conseguir levantar. Ouvi uma batida na porta e vi duas Min-Ji na mi
- Sabrina? Filha, olhe para mim... Por favor. – Ouvi a voz dele, desesperado.Tentei fixar os olhos em meu pai, mas tudo girava muito rápido.- Min-ji... Corra aqui. – Ele gritou.Quando percebi, estava nos braços de J.R, que subia a escadaria em direção ao meu quarto.- Senhor... Vou providenciar um chá. – Disse Min-ji.- Querida, olhe para a mamãe... Vai ficar tudo bem. – Minha mãe estava chorosa.Assim que senti o meu colchão, parece que tudo ficou melhor. Ouvia as vozes, mas não conseguia responder. Enquanto o teto ficasse se mexendo, eu era incapaz de dizer qualquer coisa, pois o enjoo era forte demais.Min-Ji ergueu-me com cuidado e minha mãe me ajudou a beber um pouco de água.- Eu trouxe um chá... Chá sempre ajuda. – Min disse.- Obrigada... Mas agora não... – Fiz car
Eu não disse nada, pois não conseguia ver uma trégua, mesmo futuramente.Assim que ela saiu, Min entrou, com um chá fumegante na bandeja.Sentei e recostei-me na cabeceira:- Está descumprindo ordens, senhora Min-ji. – Sorri.- Sei que lhe fará bem... Vai ficar mais tranquila.Ela me entregou a bandeja com a xícara e quando fui sorver o líquido quente, Min pegou da minha mão rapidamente, derramando um pouco sobre o metal brilhante.Olhei na direção dela, confusa.- O que exatamente você sentiu, Sabrina?- Tontura... Enjoo muito forte. E fraqueza nas pernas. Pareceu que eu desmaiaria, mas não... Consegui manter-me consciente, embora tudo tenha rodado por muito tempo.Ela pegou a bandeja e retirou da minha frente, pondo na mesa próxima.- E o chá? – Questionei, arqueando a sobrancelha.- Quando
Na manhã seguinte, não desci para o café da manhã. Recebi a esteticista e a massagista, que minha mãe havia mandado chamar. O problema é que mesmo depois da visita delas, eu continuava com a cara péssima.Meu problema não era estético. Ele era interno... Dentro do meu coração.No final da manhã, pedi para o motorista me levar na Faculdade de Ciências Exatas de Noriah Norte.Depois de demonstrar meu interesse em ingressar no curso de Matemática, fiz um tour guiado pelo local.Embora o prédio fosse metade do tamanho da faculdade de Direito, o local era agradável. E o melhor de tudo: eu poderia cursar sem pagar nada, caso fosse bem numa prova aplicada após a matrícula.Nunca passou pela minha cabeça que pudesse cursar uma boa faculdade de forma gratuita. Bastava eu ir bem no exame. E eu era boa com números e f&oacu
- Eu não sou Mariane. A começar pelo fato de que jamais dormiria com alguém com quem ela estivesse envolvida.- Acha que eu concordo com a atitude de sua irmã?Arqueei a sobrancelha enquanto ele esvaziou a garrafa no copo.- Não... Concorda?- Não. Nem com a atitude dele, nem dela. Mas aconteceu... As pessoas erram.- Pai, eu estou apaixonada pelo homem que mal conheço.Ele levantou, de forma agressiva.Imediatamente me arrependi de ter dito aquilo. Mas ao mesmo tempo sabia que só ele poderia me ajudar. Então passou pela minha cabeça que contar que havia perdido Charles pudesse fazê-lo ter um pouco de compaixão e me ajudar.- Nunca mais vai vê-lo, Sabrina. Eu mandei fechar o bar onde ele tocava.- Você... O que? – Levantei, aturdida.- Se depender de mim, nunca mais vai vê-lo. Farei o possível e o impo
Bebi até a última gota do leite, sentindo o estômago contrair. - Retire as panquecas daqui, Min-ji... Por favor. – Calissa pediu. Min-ji pegou a bandeja e olhou-me. Em seguida perguntou para minha mãe: - Senhora... Quanto tempo esta fúria dele vai durar? - Até hoje – Calissa garantiu, enquanto me punha na cama – Ou ele para com isso ou vou embora desta casa, junto das minhas filhas. Olhei-a, confusa, não falando nada, ainda sentindo a ardência, embora mais fraca. - Sim, foi seu pai que fez isso. Juro que tentei entendê-lo de todas as formas, mas agora isso passou dos limites. - Como... Ele pôde? - Ele está bêbado... Mas não justifica seu ato desprezível. - Quer... Que eu faça panquecas novas, querida? – Min perguntou. - Não... Obrigada. Não quero mais nada... Nem sei se vou conseguir voltar a comer novamente nesta casa. - Eu juro que isso nunca mais vai acontecer. – Calissa garantiu. - Boa noite, Sabrina. Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. Estarei acordada... At
- Seu pai vai beber chocolate quente? – minha mãe riu – Não... Ele não fica sem o café descafeinado dele.- Vou... Provar o chocolate quente. – Ele garantiu.- Também vou querer. – Mariane empurrou a xícara, que Min encheu com o líquido grosso e fumegante.- Ok... Vamos ver se isso é bom. – J.R bebeu um gole, ficando com o buço manchado de leite.Começamos a rir. Pus calda quente nas panquecas dele e esperei-o comer antes de provar as minhas.Coloquei toda a calda que tinha na jarra em inox nas minhas panquecas e provei. Estava maravilhoso: o quente da calda, misturado aos morangos frescos e levemente ácidos com o chocolate extremamente doce.Fechei os olhos, sentindo uma ótima sensação invadir meu corpo.- Seus jornais, senhor. – Min-ji colocou-os sobre a mesa.Ele abriu o primeiro e disse:
O restante da semana foi de felicidade que transbordava por todos os poros do meu corpo. Eu sorria sozinha, cantarolava a minha música aos quatro cantos e creio que talvez saíssem coraçõezinhos pelos meus olhos quando eu piscava.Nem conseguia acreditar que o reencontraria depois de tanto tempo. Ele não me esqueceu, assim como eu não deixei de pensar nele um minuto sequer. Eu tinha certeza de que estava disposta a deixar tudo por ele.Charles era minha vida, meu mundo, o ar que eu respirava. O que sentia por ele era simplesmente impossível de descrever, só sentir.Comecei a faculdade de Matemática gratuitamente. Meu pai nunca se importou com dinheiro e chegou até a ofender-se quando eu disse que queria estudar naquela faculdade.Enfim, J.R acabou aceitando e tudo parecia ir bem. Eu não havia perdoado Mariane, mas já conseguia manter uma conversa com ela sem acusações ou ironia.Embora eu gostasse de visitar a J.R Recording, não tinha certeza se queria passar a minha vida trabalhando l
- Eu não vou desistir de você, Sabrina.- Não perca seu tempo, Colin.Desliguei a ligação e não voltei para o jantar. Eu sinceramente não entendia o que se passava com Colin. Ele achava mesmo que poderia haver volta depois do que ele fez?Não tinha horário para o encontro com “el cantante” no sábado. Ele havia dito que estaria lá desde o nascer do sol. Eu pus o relógio para despertar às seis horas da manhã. Porque queria chegar cedo à praia.Levantei e toquei o controle, abrindo as cortinas automáticas e deixando o sol brilhante tomar conta do meu quarto.Seria um lindo dia. O melhor da minha vida. Porque eu encontraria Charles.Organizei uma pequena mala com biquíni, saída de banho, protetor solar, shampoo, condicionador, hidratantes, óculos e boné. Encontrei uma lingerie rendada que eu havia comprado para a lua de mel e pus por baixo da roupa. Escolhi um macacão em linho, num corte reto e elegante e sandálias de salto quadrado, em tom caramelo, que combinava com o gelo do tecido da