- Como assim? – Charles arqueou a sobrancelha.
- Marquei com Colin... Amanhã às 17 horas, no posto de gasolina do centro da cidade.
- O quê? Você vai ver Monaghan?
- Colin é o namorado de Yuna. – Melody explicou.
- Como assim? – Charles ficou confuso.
- Não é namorado de Yuna. Melody que fantasiou isso desde o momento que pôs os olhos nele.
- Ela pôs os olhos nele? Quando?
- Eu gosto de Colin... Ele é legal. – Melody parecia querer me ferrar.
- Você apresentou Colin para Melody? – A voz dele ficou alterada.
Melody olhou para ele, depois para mim, refazendo o movimento repetidas vezes.
- Depois conversamos sobre isso... – Falei.
- Quando? Ela não dorme nunca... E quando fecha os olhos, finge... – Ele começou a fazer cócegas na filha.
- Eu vou dormir agora... Prometo. &
Abri a porta e Melody jogou-se sobre mim, dando os braços, a procura de um colo de mãe.- Meu Deus, você não me ouve, Sabrina? – Charles ficou bravo quando me viu pegando-a.- Não vai me proibir de dar colo para a minha filha, “el cantante”... Jamais... – Aspirei o cheiro que vinha do pescoço dela, uma mistura de pijama, soninho, leite e amor...Ela riu, certamente pelo toque na sua pele sensível do pescoço. Sentei com ela na poltrona, sabendo que Charles precisava de um tempinho para se recompor debaixo da coberta.Melody olhou o pai e disse:- Eu amo você, papai.- Por Deus, vou acordar assim todos os dias, com os dois amores da minha vida? Não sei se mereço tanto...Ele sentou-se na cama, com as pernas para fora do colchão, pegando a filha dos meus braços.Quando aconchegada a ele, Melody me olhou:- Amo vo
Eu e Yuna descemos do carro exatamente 17 horas, o horário combinado, no ponto de encontro com Colin.Ele já nos esperava, na porta da loja de conveniência, ansioso. Quem ia para um encontro informal com a ex, numa cidade do litoral, num calor de quase 30° usando terno e gravata? Colin.Assim que viu, o sorriso irradiou nos lábios dele. Colin Monaghan sempre foi um homem bonito e chamava a atenção das mulheres, não só pela beleza, mas também pelo sobrenome que carregava. Poderia viver com todo luxo que o cercava de nascença, sem fazer nada da vida. Ainda assim optou por seguir a carreira que o pai projetou para ele e hoje comandava todos os negócios da família. E muito bem, por sinal.- Que bom revê-la, Sabrina.Dei um beijo no rosto dele e apresentei:- Esta é Yuna, minha amiga.Os dois apertaram as mãos, polidamente:- É
Colin era inteligente. Tentar enganá-lo era pior:- Sim – confessei – Ser processado por você seria pior do que o valor que ele vai perder.- Sabe que isso vai me trazer problemas com meu pai, não é mesmo?- Não deveria. É o seu trabalho e estou pagando pelos seus serviços.- Apesar de não se encontrarem mais com tanta frequência, meu pai tem muita estima pelo seu. E sabe que Jordan está falido.- Como alguém consegue perder tanto dinheiro do nada? – Yuna questionou-se – E como a pessoa que se diz sem dinheiro tem tantos empregados na praia, vivendo uma vida como se a falência fosse somente boatos?Suspirei:- Pretendo entrar oficialmente na J.R Recording amanhã ou depois. E sim, não acho normal tudo que ele perdeu em tão pouco tempo.- Como eu disse, ele nunca foi muito cuidadoso com o dinheiro.
- Corra, Colin! Eles não podem escapar. – Gritei.- Meu Deus, estou dirigindo o máximo que posso.Olhei para o velocímetro e ele estava a 100km/h.- Está de brincadeira, Colin! Acelera esta porra.Ele me olhou de soslaio, começando a ficar vermelho, só não sei de raiva ou medo:- Você está louca... Completamente louca.- Pode acelerar só um pouquinho mais, senhor traidor? – Yuna cutucou o ombro dele com o dedo indicador.- Traidor? Como assim?- Quem fica com a irmã da noiva um dia antes do casamento é chamado do que? Na minha terra, isso se chama traidor, infiel, dentre tantas outras palavras que não vou falar neste momento, pois é inoportuno. – Ela justificou.Creio que Yuna sempre quis falar aquilo para Colin. Afinal, ela sabia exatamente tudo que passei ao longo dos anos junto dela e Do-Yoon. E Colin, ap
- Ele quem? – Olhei na cara do homem, seriamente, só querendo a confirmação do que eu já sabia naquele momento.A expressão dele foi de pavor. Houve um silêncio breve, mas que pareceu uma eternidade. Sentia meu coração quase saltar pela boca e uma sensação horrível dentro de mim.- A verdade... Por favor. – Pedi.Ele balançou a cabeça, em forma de negação.- Quanto vocês receberam para roubar meu carro? – Perguntei, tentando conter as lágrimas.- O próprio carro. – A mulher disse.- Quem foi... Eu já sei... Só me confirmem, por favor.- Não sabemos. – O homem atropelou a fala dela, antes que entregasse a verdade.- Como não sabem? Vocês falaram com ele.- Por telefone. Não sabemos o nome... Nem como ele é.- Mentira
Antes que eu dissesse qualquer coisa, Melody abriu a porta e me puxou, envolvendo os braços na minha cintura, saudosa.- Oi, meu amor. – Peguei-a no colo, abraçando-a.- Sou Charles. – Ele apresentou-se, pela janela do carro.Colin desceu e o encarou. A noite estava escura e um vento fresco soprava do mar, congelando minha espinha.- Colin Monaghan. – Respondeu meu ex noivo, de forma firme.- Imaginei que fosse... – Charles olhou-me seriamente – Onde está Yuna?- Ela acabou de sair do carro... Tivemos uma série de problemas. Mas eu lhe conto tudo depois. Por hora, preciso de um banho... E descanso.- Oi, Colin. – Melody sorriu para ele, acenando.- Olá, Medy. – Ele retribuiu o sorriso.- Você quer jantar conosco? Papai trouxe pizza, que é o prato preferido da mamãe.- É? Eu... Não sabia disso. – Ele
Iniciei pela parte de ter convencido Colin a mover o processo contra Rachel Roberts e requerendo minha parte na herança dos Rockfeller. Depois expliquei sobre o casal que vi na cafeteria e toda nossa busca desenfreada, mas ao mesmo tempo com sucesso, atrás de informações sobre o que faziam ali, anos depois de terem roubado Charles.Quando acabei, Charles continuou um tempo imóvel, sem dizer nenhuma palavra, parecendo digerir ainda todas as atrocidades que eu havia lhe contado.- Charles, fale alguma coisa... Por favor.- Você... Quer pizza? – Ele olhou para o lado, sorrindo enquanto Melody corria para seus braços.“Pizza”? O que ele disse depois de tudo que lhe contei foi se eu queria “pizza”?- Aluguei um carro, caso o seu demore a chegar – me explicou – E peguei pizzas no caminho, com Melody. Devem estar frias já, mas podemos esquentar e... – Sa
- Acho que não podemos tomar banho juntos... – Falei, ficando embaixo do jato de água morna.- Eu acho que você me excita a qualquer momento, garotinha. – Os braços dele me envolveram novamente.- Eu... Fui ao hospital depois do que houve hoje...- Como assim? – Os olhos dele ficaram escuros, preocupados.- Senti náusea, vomitei e tive um pouco de falta de ar. Fiz uma ecografia e... Vi nosso bebê.Ele se afastou:- Sabrina, você está louca?- Não me deram remédios. Foi só um pico de estresse, segundo o médico. Mas já agendei a próxima consulta no Hospital mais próximo, na cidade vizinha. Yuna fez um chá e...Ele saiu do box, furioso. Enrolei-me na toalha e fui atrás dele:- Charles, agora está tudo bem.- Você esqueceu que está grávida, Sabrina?- Não, claro que não.- Como vai atrás desta gente que nem conhece? E se tivessem uma arma? Ou você acha que quem rouba um carro e furta uma carteira e celular é do bem?- Eu sei, Charles. Mas se não fosse assim, nunca saberíamos a verdade.-