- Tábata Deoli... É um pelo e tanto... Quem sabe toque seu coração. – Disse Rosy, visivelmente comovida e certa da inocência de Charles. Eu via nos olhos dela que acreditava nele.- Meu pai pagou para furtarem os pertences de Charles, certamente já pensando em prejudicá-lo futuramente, com intuito de nos separar. Foi ele também que contratou pessoas para roubarem meu carro e celular naquela noite... Quem confessou foram os próprios ladrões, que encontrei há alguns dias atrás, na cidade onde moro. Sei que parece tudo muito louco e impossível... Mas foi exatamente assim. Acabei partindo do país com ajuda do meu ex noivo, indo parar em Noriah Sul, onde fui acolhida pela família da governanta dos Rockfeller. Tive minha filha, fiquei longe de Charles, da minha mãe... De todos que eu amava. Mas também aprendi a amar as novas pessoas que surgiram na minha vida
A porta do elevador abriu-se e o sinal sonoro dela se fechando soou assim que saímos. Me dirigi para o saguão quando senti a mão dele puxando-me para o outro lado, adentrando num corredor:- Aonde vamos? – Perguntei, curiosa.- Transar no banheiro do prédio da maior emissora de TV de Noriah Norte. – Ele falou no meu ouvido, sem parar de caminhar.Arqueei a sobrancelha:- Isso é brincadeira?- Não. – Ele garantiu, entrando no hall do banheiro masculino e se dirigindo comigo rapidamente para dentro de uma cabine.Fechou a porta e me olhou, sorrindo:- Preciso fodê-la... Agora!Os olhos de Charles imediatamente ficaram brilhantes, a luxúria exposta em cada milímetro do seu rosto.Empurrou-me contra a parede e foi se abaixando lentamente, não deixando de mirar dentro dos meus olhos. Ajoelhou-se e abriu o botão da minha calça
- Demitida? Mas como assim? Você trabalha lá a sua vida inteira. Ele... Não pode fazer isso. – Fiquei incrédula.- Meu salário começou a atrasar nos últimos meses...- Atrasar? Por que você não me disse nada? – Yuna olhou-a seriamente.- Não queria preocupá-la, minha filha. Sem contar que você já estava querendo que eu saísse de lá.- Yuna só estava preocupada com você, Min-ji. Meu pai é o tipo de homem que não tem escrúpulos. Não consigo entender o que a fez ficar lá por tanto tempo.- Você... E Calissa.- Como minha mãe reagiu frente a tudo: o programa de TV, sua demissão... Ou melhor, minha mãe “reagiu” ou simplesmente ignorou a verdade?- Calissa é uma boa pessoa, Sabrina.- Não consigo aceitar a passividade dela
No dia seguinte, não fui à J.R Recording porque amanheci com cólicas. Passei o dia em casa, tomando os chás de Min-ji, que faziam um bem enorme para qualquer coisa. Aliás, eles curavam qualquer dor, exceto de amor.Charles levou Melody para seu primeiro dia na escola. Nossa menina voltou completamente encantada com os novos amigos, a professora e o espaço que faria parte da sua vida dali para frente.À noite, na cama, perguntei a Charles:- Como foi na escola de Melody?- Ela adorou.- Me refiro a você? Como foi tratado?Ele suspirou:- Digamos que eu esperava que fosse pior.- Pior? Como assim?- As pessoas estão divididas. Teve quem me olhou desconfiado, quem sequer ergueu a cabeça na minha direção e até quem veio cumprimentar-me e dizer que estava do meu lado. Sinceramente, eu esperava mais repúdio.- Devo entender
Naquela mesma semana, recebi o resultado da auditoria que havia contratado para a J.R Recording. E decidi ir pessoalmente dar o resultado ao dono da empresa, no caso, meu pai. Marquei com ele no final da tarde, na sala da diretoria, da qual Mariane havia se apossado.- Você não vai sozinha. – Charles avisou.- Eu não tenho medo de meu pai... Não mais, Charles. Ele não pode mais me fazer mal. E qualquer coisa que me aconteça, todos saberão que ele é o responsável.- Então admite que é arriscado.- Não... Não quis dizer isso. Pelo contrário, quis confirmar que estou segura.- Nem pensar. Eu vou junto. Se preferir, eu não entro na conversa. Mas sozinha você não irá até a J.R Recording. Principalmente depois da entrevista que demos contra o seu pai.Suspirei, vencida:- Tudo bem.Melody desceu as
- Ok, mas não se preocupe que a levo em casa. Assim eu aproveito e vejo Yuna. – Falou, um pouco sem jeito. - Tudo bem. Obrigado mais uma vez. Vou passar por mensagem o endereço da escola e avisar a professora que você irá buscá-la. - Ok. E boa sorte para vocês com J.R. Ele está uma fera. - Imagino. Charles desligou o telefone: - Satisfeita com a minha solução? - Muito, muito satisfeita – o abracei – Porque você é o homem mais especial do mundo inteiro. - Eu sei. – Ele retribuiu o abraço, rindo. - Eu amo você, “el cantante”. - E eu amo você, garotinha... E nossas meninas também. Vou compor uma música para a bebê. - Ela nem nasceu ainda. – Comecei a rir. - Quero que ela me ouça de dentro da sua barriga – ele ajoelhou-se na minha frente e tocou meu ventre – Olá, pequena. Eu sou seu pai. Quero que saiba que você é muito esperada aqui fora. E que foi feita num momento especial, de muito amor. Não tem noção de quanto tempo esperei pela sua mãe... E você nasceu deste reencontro.
- O que significa isso? – J.R perguntou- São os dados obtidos pela auditoria terceirizada que contratei. Mariane desviou dinheiro, sonegou e deixou de pagar impostos. Ou seja, a J.R Recording não só está falida, mas deixará de existir muito em breve, quando o próprio governo a fechar. Era isso que você queria? Pois bem, conseguiu! – Olhei para ela, por fim.- Não... Você não fez isso. – J.R olhou para Mariane.- Pai, não tínhamos combinado que esta auditoria não ocorreria? – Mariane disse nervosamente.- Eu segui com ela, mesmo sem autorização. Havia uma pessoa da empresa que contratei que ficou aqui, sem que vocês soubessem. E deu seguimento ao trabalho. Porque eu tinha certeza que você roubava a própria empresa, Mariane. Mas precisava de provas.- Mariane... Eu confiei em você... E em troca... Me destruiu. – J.R sentou-se em sua cadeira, completamente desnorteado.- Por que você fez isso? – Olhei para minha irmã, procurando respostas.Ela ficou um tempo calada, antes de dizer:- Te
- E por que ficou com ele, mesmo sabendo? – Perguntei, atordoada.- Porque eu gostava dele!- Assim como gostou de Colin? – Debochei, furiosa.- Não gostei de Colin. Só queria provar ao nosso pai que ele não era o noivo perfeito, só porque era rico e fazia tudo certinho. Eu consegui mostrar que não existia homem perfeito para sua “filhinha”... Para nenhuma de nós, entende?- Você destruiu a minha vida... Várias vezes.- Ela encontrou Charles... E não demorou muito para se certificar de que eu havia armado tudo para ele. Então... Obrigou-me a aceitá-lo na gravadora, na minha casa... E nas nossas vidas. – J.R falou, sem olhar nos meus olhos.- Ou contaria a todos que você era o responsável pela prisão dele. – Tentei unir os pontos.- Sim. – Ele confirmou.- E por que o encontro de todos na praia, no Natal? – Charles olhou para J.R e depois para Mariane.- Eu queria conhecer Melody... – J.R respondeu – E Mariane queria mostrar à irmã que tinha conseguido ficar com o homem dela...- Não p