Everlly Soares Finalmente chegou o dia em que recebi alta do hospital. Foram dias intensos, cheios de emoções, dor e esperança. Mas agora, finalmente, estava pronta para voltar para casa, para o conforto e a segurança do lar. Assim que saí do hospital, senti um misto de alívio e ansiedade. O sol brilhava no céu azul, uma brisa suave acariciava meu rosto e o cheiro fresco da primavera inundava meus sentidos. Era como se o mundo estivesse celebrando minha recuperação junto comigo. No carro, enquanto Jefferson dirigia cuidadosamente pelas ruas, eu olhava pela janela, observando as paisagens familiares passarem. Cada esquina, cada prédio, cada árvore era um lembrete de que estava voltando para casa, para minha família, para minha mãe. Quando chegamos à casa de minha mãe, meu coração deu um salto de alegria ao ver o que me esperava. Bandeirinhas coloridas enfeitavam a entrada, balões dançavam ao vento e o som de risadas e vozes animadas ecoava pelo ar. Era uma festa, uma festa em minha
Jefferson AlbuquerqueNo dia seguinte fiz o trajeto até o hospital, ao chegar lá, fui direto para o quarto onde Júnior estava. O ambiente estava tranquilo, mas havia uma aura de melancolia pairando no ar. Quando entrei, vi meu irmão deitado na cama, encarando o teto com uma expressão distante no rosto.— Ei, mano. Como você está se sentindo? – Perguntei, tentando soar o mais animado possível, apesar da preocupação que me consumia por dentro.Junior virou o rosto para me encarar, seus olhos cansados refletindo uma mistura de emoções.— E aí, Jeff. Estou bem, considerando as circunstâncias. – Ele respondeu, sua voz soando fraca e desanimada.Me aproximei da cama, sentando-me ao seu lado. Olhei para ele, vendo os sinais evidentes de cansaço e dor em seu rosto. Queria poder fazer algo para aliviar seu sofrimento, mas me sentia impotente diante da gravidade da situação. O que aconteceu, mano? Como você se machucou? – Perguntei, querendo entender melhor o que havia acontecido.Junior suspi
Rebecca SoaresÉ muito bom ter a minha filha em casa e bem, agora estou torcendo para a sua recuperação total, pois se alguém merece ser feliz é a minha lutadora. Minha campainha tocou e me perguntei quem seria a essa hora da manhã. Ao abrir a porta dei de cara com Glauber e perguntei o que ele estava fazendo ali. — Ué! Vim ver a minha namorada, algum problema nisso? – Ele perguntou franzindo o cenho.— Ficou doido homem, já pensou o que a Everlly irá pensar se descer aqui e nos pegar nessa intimidade. – Digo a ele, mas parece que ele não se importou muito por que se aproximou de mim e me beijou.— Por que você quer esconder da Cat? Ela com certeza irá nos apoiar. — Será? Você é irmão do pai dela, acha mesmo que minha filha irá gostar de saber sobre a nossa intimidade? Antes que ele pudesse responder ouço um barulho vindo da escada e o afastei para longe, essa foi por pouco, pois ainda não estou preparada para revelar isso a ela. Quando ela vê Glauber sentado, se surpreende e p
Everlly Soares Os dias foram se passando lentamente o que estava me dando agonia, minha pedia para eu manter a calma e não me deixava trabalhar, segundo ela eu precisa focar em minha recuperação em partes ela estava certa, mas eu sabia que precisava me cercar dos meus casos jurídicos para me sentir viva, não que eu não estivesse me sentindo viva, mas é complicado quando você está acostumada a trabalhar vinte quatro horas por dia. Ontem havia ido ao médico e ele disse que eu estava bem, mas ainda não podia me dar certeza da minha cura, mesmo assim agradeci todo esforço que ele e a equipe fizeram pela minha situação. — E aí palhaça Gargalhilda, está pronta para voltar a divertir as crianças? – Meu amigo perguntou. — Claro palhaço pimpão, super animada. — Onde está Jefferson? Já não era pra ele ter chegado aqui? – Meu amigo perguntou e concordei. Meu grupo dividiu os brinquedos e as alas que iríamos visitar e estávamos prestes a entrar no hospital quando Jefferson chegou esbaforido
Bruno DiasCom a situação de Everlly , Magno e eu não estamos em uma tremenda correria, andamos muito cansados e só não estamos em uma situação pior por que David tem nos ajudado bastante. Agora são dez da manhã e eu fiz trocentas e mil coisas, como diria a Everlly, o nosso escritório perde um pouco a graça sem ela aqui, mas sabemos que em breve ela retornará. — Licença, Bruno, trouxe um pouco de café para você. – Põe meio corpo para dentro da sala e peço a ele que entre.— Estava precisando disso, obrigado. — Eu iria trazer um pouco para Magno também, ainda bem que não trouxe. — Magno foi para o fórum logo cedo. – Agradeci a ele mais uma vez e antes que ele saísse lhe entreguei algumas papeladas que eu precisava que fossem entregues. Depois de tomar o café voltei para as minhas tarefas e quando finalizei mais da metade delas já passava da hora do almoço, liguei para Magno que me avisou que iria demorar um pouco mais, então eu disse que tudo bem, me levantei e estalei a coluna.
Everlly Soares Lá estávamos nós, no aeroporto, prontos para embarcar juntos. Minha mãe, com seu jeito superprotetor, fez questão de nos lembrar de todas as recomendações de segurança, como se fôssemos crianças prestes a fazer uma excursão da escola. Mas eu sabia que era apenas o jeito dela de demonstrar preocupação e amor, então apenas sorri e prometi seguir todas as instruções à risca, ainda mais no estado em que me encontrava. — Filha, não esqueça de tomar seus medicamentos e se alimente direitinho. – Minha mãe disse pela milésima vez. — Eu vou seguir tudo à risca. – Minha mãe olhou para mim nada convida. — Palavra, mãe. — Espero mesmo, por que se eu sentir que você não está fazendo as coisas certinhas eu pego um avião e puxo a sua olheira. Todos começaram a rir e eu revirei os olhos, sorri e abracei a minha mãe. Assim que entramos no avião, a atmosfera de animação e expectativa entre nós era palpável. Estávamos todos juntos, prontos para aproveitar cada momento dessa viagem pa
David SantosEstavamos indo embora quando trombamos com João, ele olhou para nós a princípio surpreso. Ele estava acompanhado de sua esposa, Geovanna, que parecia desconfortável e mantinha o olhar fixo no chão.Meu coração afundou no peito ao vê-los, pois sabia que a presença de João nunca significava coisa boa. João começou a lançar comentários maldosos e provocativos, zombando de nós e da nossa relação. Ele fez questão de mencionar o fato de eu estar namorando um homem, algo que, segundo ele, nunca seria aceitável.— Ei, você sabe que o seu namoradinho tem HIV? – João disse, e me senti como se um soco tivesse me atingido em cheio no estômago.Pedro ficou visivelmente desconcertado, sem saber como reagir. Mas antes que pudesse dizer alguma coisa, assumi a liderança da situação, encarando o meu irmão com determinação.— Sim, eu sei. E não apenas isso, ele me ama e eu o amo e isso que importa. Você pode até tentar usar isso contra nós, mas não vai abalar o que temos.Mas João não paro
(Um ano depois)Everlly SoaresO sol brilhava suavemente através da janela do meu escritório quando peguei a caneta para começar a escrever. Olhei para o calendário na parede, marcando o início de um novo ano. Era um momento de reflexão e gratidão, um momento para renovar os compromissos comigo mesma e com aqueles que amo.Olhei para o papel em branco diante de mim e comecei a escrever sobre as novas esperanças que o novo ano trouxe. Escrevi sobre como me sentia grata por ter superado o câncer que ameaçava minha vida, como cada dia era agora uma dádiva que eu valorizava ainda mais. Mas, mesmo com toda a minha gratidão, meu coração ainda carregava um peso. Eu não podia deixar de pensar no Brayan, o menino do hospital onde eu era voluntária, aquele doce garoto que havia perdido a visão devido ao câncer. Eu o visitei tantas vezes, ele tinha um espírito tão forte, mesmo diante de tanta adversidade.Suspirei profundamente e olhei para a fotografia dele que estava sobre a minha mesa. Era d