VIRGÍNIA Eu não conseguiria descrever o que estava sentindo naquele momento, nem que isso dependesse da minha própria vida. Eram tantas emoções dentro do meu peito, que eu não sabia definir o que estava predominando, pois nem mesmo conseguia reconhecer a maioria delas. Como os meus pais poderiam ter simplesmente me abandonado, justamente quando eu mais precisava do apoio das pessoas que eu mais amava nesse mundo? Nem mesmo quando decidi que iria vender a minha virgindade para conseguir o dinheiro necessário para oferecer uma vida melhor aos meus pais, nem mesmo naquele dia, eu senti meu coração bater descompassado como estava acontecendo agora. Ainda hoje, antes de sair de casa, a minha mãe estava ao meu lado, me apoiando. Fez até mesmo um chá com algumas bolachas de água e sal, na tentativa de que eu pudesse me sentir melhor! Eu sabia que o meu pai estava me tratando com indiferença e que ele não parecia nenhum pouco disposto a mudar de ideia sobre a minha gravidez "indepen
VIRGÍNIA Não poderia afirmar que eu não acreditava, como também não chegaria ao ponto de dizer que sim. Estava confusa e o que aconteceu na loja hoje a tarde só me deixou mais desconfiada sobre o Murilo. — Eu não sei, Murilo. Eu realmente estou muito confusa. Ainda mais agora, que os meus pais foram morar em outra cidade e nem mesmo se despediram de mim. Eu não queria chorar novamente, mas as lágrimas caíram sem clemência e lá estava eu, em prantos mais uma vez. Murilo me abraçou, mas dessa vez, eu me sentia mais sensível que antes, não consegui entender por que, apenas sentir. Ele afastou meus cabelos do rosto e tentou limpar as lágrimas, que desciam em abundância, e logo os seus dedos estavam acariciando o meu rosto de maneira delicada e carinhosa, me fazendo fraquejar. Era exatamente aquilo que eu estava precisando naquele momento: carinho. E ele estava me oferecendo isso. Procurei seus lábios com os meus e o beijei com intensidade e fui imediatamente correspondida em meu
MURILOQuando eu convidei a Virgínia para tomar banho comigo, a sua resposta não seria apenas sobre algo tão rotineiro quanto isso. A pergunta real era se ela iria aceitar aquilo que eu estava oferecendo.Ao concordar com o banho, ela também concordou em tentar faze
VIRGÍNIAQuando acordei no dia seguinte à saída dos meus pais de casa, eu estava no meu quarto, mas até aquele ambiente familiar, no qual eu vivi toda a minha vida, parecia diferente. Não era apenas o fato de o Murilo estar na mesma cama que eu, dormindo abraçado ao meu corpo, algo totalmente novo para mim.<
VIRGÍNIA Depois da consulta com o doutor Clifford, onde o médico tentou me tranquilizar sobre as minhas alterações drásticas de humor e a montanha russa de sentimentos que se apossaram de mim nos últimos dias, eu me senti menos confusa com tudo o que estava acontecendo. O médico foi bastante gentil durante
MURILO Eu queria a Virgínia e meu corpo dizia que precisava ser naquele momento, mas ainda assim, eu estava em dúvida se deveríamos ir em frente agora. O desejo venceu a racionalidade, no entanto, quando a Virgínia se agarrou a mim, correspondendo aos meus beijos com igual ardor. Ela começou a tirar a minha camisa social, rapidamente concluindo essa ação e chegando a minha calça. Quando eu estava apenas com a cueca boxer branca em meu corpo, constatei que a Virgínia ainda estava completamente vestida e logo tratei de mudar aquele quadro. Segurei na barra do seu vestido de malha leve e o subi até os seus ombros, de modo que ela pudesse retirá-lo por cima de sua cabeça e ela prontamente me ajudou na tarefa. Agora que nós estávamos apenas com as nossas roupas íntimas, eu só conseguia pensar em estar dentro dela o quanto antes, mas eu entendia a necessidade de irmos mais devagar dessa vez. Mesmo que o médico a tivesse liberado para fazer “exercícios leves”, como ele classificou qu
VIRGÍNIA O apartamento do Murilo era exatamente como eu imaginei que seria e aquilo quase conseguiu me desestimular a mudar realmente para o lugar, mas eu precisava ser sensata e entender que agora eu não podia pensar apenas em mim e que mais importante que as minhas implicâncias com a condição financeira e social do pai do meu filho, era a criança que eu esperava. Com esse pensamento em mente, fui conhecendo cada cômodo do apartamento enorme e luxuoso e que não lembrava em nada o lugar onde um homem solteiro e ocupado morava, tanto pelo tamanho, como por tudo que existia nele. Estava claro também que ele contava com a ajuda de profissionais para manter tudo em tamanho estado de limpeza e organização, mas aquilo era algo que eu nem mesmo deveria ter ficado surpresa, afinal, ele era um homem muito rico. Eu também não deveria ficar me prendendo a detalhes como esse e apenas procurei me concentrar em suas explicações sobre a rotina diária e sobre os dias em que a pessoa que cuidava d
MURILO Mesmo com toda a minha persistência em defender meu ponto de vista, a Virgínia foi para a loja naquela manhã e eu, ainda que contrariado, fui deixá-la no shopping para que ela não precisasse usar nenhum outro tipo de transporte. Iria conversar com ela sobre a possibilidade de um motorista à sua disposição, pois era muito perigoso dirigir, mas já previa alguma resistência de sua parte, teimosa como ela era. De qualquer forma, eu deveria aceitar aquela derrota, depois de conseguir que ela ficasse quietinha por uma semana inteira. Não precisava nem dizer o quanto eu me aproveitei do fato de que a Virgínia estava no meu apartamento com apenas eu como sua companhia e que os nossos momentos juntos foram maravilhosos, agora que ela não estava mais o tempo todo me evitando. Muito pelo contrário! Nós tivemos muitos momentos quentes e intensos e a Virgínia parecia insaciável, e mesmo sabendo que aquilo também era algo provocado pelos hormônios da gravidez, eu fiquei bastante feliz