MURILOEu estava realmente chateado com a Virgínia agora, diante de sua atitude tão intransigente e egoísta. Enquanto eu estava disposto a fazer qualquer coisa para que nós pudéssemos construir uma família de verdade, ao lado do nosso filho que estava crescendo em sua barriga, ela não parecia disposta a cede
VIRGÍNIADepois que eu voltei para a loja, o Murillo e eu entramos em uma rotina diária, onde ele me deixava primeiro no shopping e só depois ia para a empresa e fazia toda a questão de almoçar comigo todos os dias.Às dezessete horas ele passava no shopping para me buscar e juntos nós íamos para o seu
VIRGÍNIA Quando o motorista enviado pelo Murilo chegou para me buscar no local combinado por telefone para servir como ponto de encontro, eu estava me sentindo culpada e bastante tensa. Após conversar com a Mariana, para quem eu já havia contado tudo o que estava acontecendo entre o Murilo e eu, ela só faltou me puxar as orelhas, de tão contrariada com a minha atitude que ela pareceu ficar. — Você só pode estar louca, Virgínia! Ela quase estava a gritar, mas acredito que se controlou por estarmos almoçando na minúscula copa de nossa loja e uma vendedora poderia chegar a qualquer momento. — Eu tenho medo, Mari. — Eu repeti aquilo que já tinha dito para ela. — Eu não sei nada sobre o mundo do Murilo, a não ser aquilo que está nas revistas ou sites de fofoca todos os dias. — Você pode aprender, criatura! — A Mariana rebateu. — O que você não pode, é deixar escapar alguém como o Murilo, que sempre faz questão de deixar claro o quanto você é especial para ele. Eu preferi
MuriloQuando a Virgínia entrou em minha sala, ela estava visivelmente tensa e eu sorri para ela de imediato, para que entendesse que sempre seria muito bem-vinda ao meu escritório.— Oi, amor. — eu cumprimentei, me aproximando de onde ela estava, ainda parada próxima a porta de entrada da minha sala.— Oi. — ela respondeu, confirmando que eu estava certo em acreditar que ela estava nervosa por estar ali.Eu a abracei, dando um beijo breve em seus lábios e a puxando para que sentasse em uma das cadeiras dispostas em frente a minha mesa.— Eu devo dizer que estou muito feliz que tenha vindo até o meu escritório e que é sempre bem-vinda para futuras visitas. Quando já estava sentada em uma das cadeiras, ela juntou as mãos sobre o colo e, ainda parecendo envergonhada, ela apenas sorriu, como retribuição às minhas palavras.— Eu vim para irmos juntos para o seu apartamento. — explicou, após alguns segundos em que eu apenas consegui ficar olhando para ela e admirando o quanto era linda.
VirgíniaQuando a eficiente secretária do Murilo convidou a tal Bruna para acompanhá-la até a saída, eu imaginei que ela não iria aceitar aquilo tão facilmente, no entanto, ela me surpreendeu, ao olhar para nós e virar as costas, disposta a ir embora.Em contrapartida, o olhar de ódio que ela me dirigiu, ao sair da sala, conseguiu me desconcertar, e eu cheguei até mesmo a sentir um calafrio percorrendo o meu corpo, ao ver a maldade explícita em seu rosto perfeitamente maquiado.Mas ainda assim, consegui manter uma expressão de confiança, pois não a deixaria saber que ela tinha qualquer tipo de poder sobre nós. — Isso não vai ficar assim. — Ela ainda disse, antes de sair totalmente da sala.— Não vai mesmo! — Murilo revidou em um tom que não deixava margens para dúvidas.Eu conheci o Murilo há pouquíssimo tempo e tudo o que tive dele até então foi cordialidade e gentileza, mas a maneira como ele disse aquilo para a sua ex foi capaz de me convencer facilmente de que ele também poderia
MURILO Eu ainda me senti bastante chateado por meus aviões de sair com a Virgínia terem ficado frustrado por causa do jantar que a Bruna fez em meu escritório. Como se não bastasse tudo o que ela já tinha aprontado comigo, ainda voltava para atrapalhar a minha vida de novo. Aspite disso, estar em casa com a Virgínia não era e nunca seria algo ruim, pois o mais importante era que estivéssemos juntos. E quando já estávamos deitados, após termos feito amor pela segunda vez naquela noite, conversamos com calma, já esquecidos do que tinha acontecido na empresa. — Você ainda não me disse o que te levou a me encontrar na FERZ. — relembrei, enrolando o longo cabelo da Virgínia em meus dedos. A Virgínia estava deitada sobre o meu peito, eu senti quando ela suspirou, e cheguei a pensar que ela estava contrariada com a minha pergunta, mas logo entendi o real motivo. — Eu não queria te pide desculpas mais uma vez, Murilo, mas acredito que é realmente necessário. Eu arqueei a sobrancelha
VIRGÍNIA Eu sabia que essa visita a casa da avó do Murilo não iria ser o mar de rosas que ele confiantemente acreditava que seria. Eu já tinha esse pressentimento desde o primeiro momento em que ele sugeriu essa ideia do almoço em família. E constatar que se tratava de uma mansão enorme e dez vezes mais luxuosa do que o apartamento do Murilo só serviu para confirmar aquela impressão inicial. Mas a maior prova de todas de que eu estava realmente com a razão, tinha acabado de se materializar na nossa frente, exibindo um enorme e falso sorriso no rosto e usando um salto agulha que poderia facilmente se tornar uma arma poderosa, de tão fino que ele era. Mas eu não me deixaria intimidar por aquela cobra venenosa e pouco me importava que estávamos na casa da família do Murilo. Eu não iria permitir que nem ela, e nem quem quer seja, tentasse me fazer sentir diminuída perante eles. Se o Murilo me queria ao lado dele, precisava também ficar ao meu lado, independentemente do que aconte
MURILO Apertei a Virgínia no meu peito, ainda sem acreditar na cena que eu havia acabado de presenciar na sala de estar da mansão da minha avó. Eu jamais esperaria tal atitude vinda da minha avó ou qualquer pessoa da minha família, pois sempre fomos ensinados a tratar todas as pessoas como iguais, pois era assim que todos eram, iguais. Os meus pais, assim como os pais do Aquiles, viviam apenas para ajudar as causas mais nobres, usando muitas vezes de recursos próprios para ajudar aqueles que precisavam e minha avó sempre os apoiou em tudo. Eles abdicaram da empresa e viviam apenas de rendimentos oriundos de investimentos próprios, que serviam para financiar a causa pela qual eles lutavam e nos foi ensinado que aquilo era algo justo e admirável. Então, como de repente, minha avó tratava a Virgínia daquela forma, sem ao menos a conhecer? Não havia explicação! — Eu jamais irei te abandonar, Virgínia. — Eu falei, enquanto mantinha seu corpo colado ao meu e meu queixo em cima dos