Vejo o carro se distanciando, e grito:— O que estão fazendo parados aí, porra! Vão atrás dela.Volto para dentro de casa com muita raiva.— Viu o que você fez! Ela não deve ter ouvido toda a nossa conversa e entendeu tudo errado. — Pego Lily pelos ombros e a chacoalho no ar como uma boneca de pano, a jogo no sofá.Ela está segurando um papel, amassando-o com muita força, eu tiro o papel da sua mão, quase o rasgando.Preciso ler mais que uma vez, está escrito bem grande “POSITIVO”.— Que porra é essa? — Pergunto para mim mesmo.— Eu avisei, que era golpe da barriga, ela só quer seu dinheiro…Lily continua a tagarelar na minha orelha e a única coisa que consigo pensar é que “minha namorada está grávida, que a mulher que amo está carregando um filho meu… não tem como amá-la mais, preciso encontrá-la.”— Cala a porra da boca e suma da minha frente, não apareça nunca mais!— Mas Edu, ela quer…— Me amar, aumentar minha família, ser minha mulher! E me tornar o homem mais feliz do mundo int
StellaAcordo assustada em uma maca de hospital, imediatamente coloco a mão na barriga. Lembro que estava atravessando a rua, e depois não lembro mais nada. Tento lembrar como cheguei aqui, olho para os lados e vejo Matteo.Ele está sentado numa cadeira ao lado da cama, com os olhos cheios de preocupação. Quando percebe que estou acordada, levanta-se rapidamente e aproxima-se da maca.— Fica tranquila, está tudo bem com você e com os gêmeos. Sério que engravidou daquele babaca? — Sorrio, um sorriso sem humor, mas ainda assim, é um sorriso.— O que aconteceu, como me encontrou, Matteo?— Na verdade, te vi quando você estava atravessando a rua, e aquela louca jogou o carro em cima de você. Não me pergunte como, mas consegui te puxar segundos antes dela te atingir, fazendo-a colidir com um poste mais à frente. Chamaram o resgate e nos trouxeram para cá, mas deixei um dos meus homens no local do acidente. Acabei de saber que ela foi…Ele faz uma pausa, hesitando, como se ponderasse o que
Matteo Fico observando o avião decolar e meu coração aperta, não sei o motivo para ela estar indo embora, mas jamais a deixaria aqui, sabendo que ela poderia sofrer.Quando não vejo mais o avião, pego meu celular e faço uma ligação:— Oi, ela já está a caminho.— Acha que ela está preparada psicologicamente para me ver?— Sinceramente, não está. — Digo sincero e preocupado com Stella e os bebês.— Ela está grávida, de gêmeos, acabou de sofrer um acidente, mesmo que esteja fisicamente bem, seu psicológico está abalado.— Mas o que aconteceu? Ela não está feliz com o tal do Eduardo? — Sim, mas alguma coisa aconteceu. E graças a Deus eu estava na rua naquele momento, se não fosse eu, talvez ela estaria morta agora. — Digo sentindo um arrepio na espinha.— A desgraçada que provocou o acidente está morta? — Sinto um medo me corroer, nunca escutei sua voz tão dura.— Estou cuidando disso, eu prometi que cuidaria dela e do irmão. — Não está fazendo seu trabalho direito, já que ela quase s
StellaPassei boa parte do voo chorando e a outra parte dormindo ou deprimida.A aeromoça do jato foi muito solícita, me deu muito chocolate, para tentar me acalmar.Quando desembarco sinto o friozinho de outono, ajeito o casaco, respiro fundo, sem saber ao certo o que fazer agora.Matteo está sendo muito gentil, me ajudando, mas o que ele me disse não sai da cabeça.“Descobrirá em breve, e eu te amo muito, não como mulher, mas como família”O que ele quis dizer com “Descobrirá”, “Te amo não como mulher”?— Senhorita Melfi?Olho para o senhor robusto, com seus olhinhos puxados e um sorriso gentil.— Me chamo Yang Kanji, sou o motorista da família Bonavalle.— Oh! Sim. Eu não sabia que Matteo havia solicitado.— Não, não, foi a senhora Bonavalle.Arregalo os olhos surpresa! “Caramba, será que ele falou para a mãe dele que eu iria vir? Mas a família dele não é da Itália?”— A senhorita está pronta? — Ele pergunta me trazendo de volta.— Sim, vamos! — Digo sorrindo, tentando ser simpáti
StellaCanso de encarar o aparelho e envio uma mensagem para o Matteo, assim ele anota meu novo número. “Oi, sou eu. A Stella. Chegamos bem, senhor Yang é um amor, vou roubá-lo de você! (Risos) A Monalisa então nem se fala, é um amor de pessoa! Obrigada Matteo, eu não tenho palavras para agradecer o que fez por mim!” Aguardo alguns minutos então chega à resposta.“Finalmente resolveu dizer que está viva! Estava quase pegando um avião e indo pessoalmente ver se estava bem! Fico feliz que tenha gostado deles, e não dou o senhor Yang não, ele é meu companheiro desde que era criança. Já o deixei avisado que você precisa ir a uma clínica hoje, se estiver disposta ele já a espera.” Sorrio com a preocupação e carinho, de Matteo, e respondo:“Certo senhor, vou me arrumar e já vou à clínica. Risos”.Não demora para vir a resposta dele:“Estou falando sério Stella. Vai ver se os bebês e você estão bem! Ainda estou me sentindo culpado em ser seu cúmplice nessa loucura, deveria ter colocado se
EduardoAcordo assustado, dando um pulo do sofá.— Ei, calma aí cara, vai tomar um banho, separei essas roupas para você.— Tiveram notícias da Stella? — Pergunto ainda acordando.— Infelizmente não, tentei com outros amigos e nada — Léo responde cabisbaixo.— Ela costuma fugir assim? — Pergunto olhando para os dois, já que Stella tem Emma como irmã.— Na real, ela nunca fez isso. Acredito que o problema maior nesta história não foi você estar com a tal da Lily, e sim escutar o “eu te amo”, como você contou. Mais cedo ela havia me confidenciado estar com medo de não aceitar os bebês, pois ainda não havia falado que a amava, então como poderia amar os bebês? — Emma diz, e sinto um ódio estrondoso de mim mesmo, como posso ter sido tão idiota, burro, um verdadeiro filho da puta.— Eu amo aquela mulher mais que a mim mesmo, mais até do que um dia amei Savanna! Stella entrou na minha vida como um furacão, ela literalmente mudou tudo na casa com seu jeitinho inocente, suas brincadeiras, sua
Eduardo— Léo, você está bem? — Pergunto enquanto saímos de casa.— Sim, por quê? — Ele responde sem entender.— Digo para dirigir? — Falo encarando-o— Não sei, confesso que não peguei em nenhum veículo, desde o atentado.— Tenta dirigir meu carro, se conseguir, vai dirigindo, enquanto resolvo alguns problemas. — Ele me olha surpreso, mas assente com a cabeça.Léo vai dirigindo enquanto ligo para o Michael.— Caralho, Eduardo, onde você está? — Ele diz bravo assim que atende o celular.— Saindo da cidade da Stella, do que precisa? — Pergunto seco.— Do que preciso? Está zoando com a minha cara? Estou tendo uma reunião atrás dá outra, tendo que cumprir a minha agenda e a sua. O que caralho aconteceu para você sumir desse jeito?— Merda! Não estou com cabeça para os negócios agora, vou ligar para o Jurídico e passar vinte porcento das ações para você, não será mais meu braço direito e sim meu sócio, então cuide da nossa empresa. Quanto a minha secretária, acho que consegui uma, só prec
Eduardo— Edu, você vai mesmo confrontar a mulher que tentou atropelar a Stella? — Leo pergunta.— Sim, vamos à delegacia, como foi ontem ela ainda não foi levada para a penitenciaria.O cansaço, a raiva, a tristeza pela minha ninfa estar longe de mim, dominam meu corpo.Cada poro do meu corpo sente sua falta. Eu pensava enquanto caminhava pelo corredor da delegacia. Leonardo está me acompanhando ansioso para confrontá-la também. O barulho das portas de ferro rangendo cria uma sinfonia de desespero. Assim que chegamos o delegado diz:— Apenas um pode entrar.— Vai você Eduardo, ela não me conhece mesmo. — Leo diz desanimado.Afirmo com a cabeça e sigo para a ala seguinte, acompanhando o delegado. Cheguei à cela de visitas, onde Chloe aguardava, algemada e com um sorriso insano no rosto.— Olá, Eduardo, — ela diz, com sua voz melodiosa de sempre, mas que soava estranha naquele ambiente sombrio da delegacia.Eu a olho com um ódio, minha vontade era enforcá-la ali mesmo.— Chloe. — Digo e