Stella — Amor, eu estou tão feliz, acho que a Bella está me aceitando. — Digo lembrando dos momentos vividos a pouco, enquanto assistíamos o desenho que ela escolheu.— Eu também estou muito feliz, minha linda. — Ele me olha com cara de safado e sorrio timidamente. — Minha surpresa foi adiada por algumas horas, mas agora necessito retomá-la. — Ele diz pegando-me no colo. Dou um gritinho de surpresa, e ele me silencia com um beijo. Envolvo meus braços em seu pescoço e cochicho em seu ouvido.— Estava morrendo de saudades dos seus beijos.— Fica tranquila, sua boca irá cansar de tanto que vou beijá-la. — Sorrio animada com a expectativa dele ser todo meu.Eduardo me carrega até o quarto de hóspedes, me coloca no chão diante da porta e diz:— Aguarda um minuto, preciso preparar algumas coisas antes que você possa entrar. — Digo sim com a cabeça, mas estico meu pescoço para olhar dentro do quarto, a curiosidade me consome. — Para de espiar. — Ele diz e eu sorrio, sendo pega no flagra.De
StellaApós um banho relaxante, coloco meu pijama macio enquanto Eduardo veste uma bermuda confortável. Deitamos juntos na cama, buscando o aconchego um do outro. Eu me aninho em seu peito, sentindo instantaneamente o peso do cansaço do dia e a alegria da noite maravilhosa que passamos juntos. O calor de seu corpo contra o meu é reconfortante, e já estou quase dormindo quando sinto seu dedo indicador deslizando suavemente entre meus seios.— Foi aqui? A cirurgia? — Seus dedos traçam delicadamente a linha onde um dia teve uma cicatriz, e, por um momento, quase posso ver a marca vermelha que dominava minha pele. Seu toque é gentil, mas a memória é profunda. — Tão grande assim?Suspiro profundamente, sentindo uma onda de emoções me invadir. Olho para ele, seus olhos cheios de preocupação e curiosidade.— Edu, eu morri na mesa. O doutor Zack teve que me ressuscitar. Eles não estavam nem aí para as cicatrizes, apenas correram para me manter viva. E, como uma obra do destino, um coração apa
EduardoEstou subindo com a bandeja do desjejum das minhas princesas quando escuto Bella dizendo que vê a mãe para Stella, eu congelo no corredor, sou incapaz de dar um passo sequer.Quando ela disse que pediu perdão a mãe, foi como uma punhalada em meu coração, mas a resposta de Stella foi como um bálsamo na ferida aberta. Como não se apaixonar por essa mulher?Minha cabeça começa a rodar, imagens de Savanna entrelaçam com as memórias vividas junto de Stella, meu coração acelera, minha respiração esta cortante, sinto-me ofegante.Volto para cozinha e digo a Abigail:— Preciso sair, entregue para elas. — Ela me olha sem entender, mas assente com a cabeça. Não fico para ver se ela dirá algo, simplesmente entro no carro e dirijo. Olho no retrovisor e Ernandes está atrás de mim, acelero mais, e mais, não quero que ninguém me veja assim, entro em uma rua, depois em outra, e outra, paro diante do cemitério. Estaciono o carro de qualquer jeito e corro para a lápide de Savanna.— Você morreu.
Stella Após o café da manhã fomos brincar um pouco no jardim, quando ela já estava com a bochechinha rosada eu decidi descansar um pouco. Peguei o violão e comecei a tocar músicas infantis com ela, que ria dos sons que eu fazia, com a boca e o violão.— Titia, posso te pedir um favor?— Claro princesa.— Me leva para ver onde minha mãe está? — Ela me pede com a voz chorosa— Você quer ir ao cemitério? — Pergunto confusa. Bella assente com a cabeça. — Certo, vou ver se Ernandes nos leva.Vou procurá-lo, mas não o encontro, então pego a chave do carro menos chamativo do Edu, coloco a cadeirinha no banco traseiro e vou levar minha pequena ao cemitério, até poderia pedir permissão ao Edu antes, mas ele não olhou nenhuma das mensagens que enviei e nem atendeu minhas ligações. Estou muito preocupada com seu sumiço.Eu e Bella fomos o caminho todo cantando músicas dos desenhos animados que ela mais gosta. Eu tentava imitar as vozes, o que fazia ela rir muito. Esse gesto era repleto de carinh
Eduardo— Papai, para onde tia Stella foi? — Bella pergunta me trazendo de volta.“Merda”Peguei Bella no colo e saí em disparada para a saída do cemitério.— Onde está a Stella? — Pergunto aos seguranças. Eles negam com a cabeça e Ernandes responde com palavras.— Senhor Hoork, ela saiu bem abalada, ficou um tempo observando o ponto de ônibus, depois entrou no seu carro e saiu sem dizer nada.— E nenhum segurança pensou em acompanhá-la? Porra Ernandes, eu te pago para quê?— O único carro que sobrou foi o que o senhor veio, já que os seguranças vieram comigo e ela saiu com o carro que veio.— Merda! Leve Bella para casa, eu acho que sei onde ela está. — Assim que falo, Bella gruda em meu pescoço chorando.— Não vou com o titio, eu quero a tia Stella. — Sem alternativa pergunto a ele:— Ela deixou a cadeirinha?— Não, mas tenho uma reserva no carro. — Ele responde prontamente.Pego a cadeirinha, coloco Bella com cuidado, ela sorri para mim e diz:— Eu te amo papai. — Sorrio para ela,
StellaApós nossa reconciliação, ficamos sentados em um banco que dava a visão do deck, onde passarinhos voavam livres e felizes, outros aproveitam para pescar.Nós conversamos um pouco, contei sobre meu passeio com Paloma, ele disse que correu para adiantar tudo na empresa e tirar o fim de semana todo para mim e para Bella, ficamos namorando, com beijos e muitos carinhos, sem malícia, apenas aproveitando o clima de reconciliação.“Como não amar esse homem!”Estamos caminhando de mãos dadas, voltando para a casa do meu irmão e da Emma, o silêncio é confortável para nós dois, mas meus pensamentos gritam, girando em torno do que acabou de acontecer, talvez ele esteja fazendo o mesmo.Penso em como estava muito nervosa quando chegamos ao meu refúgio, esse que aos poucos está se tornando palco de lembranças de brigas e reconciliações com Eduardo.Tive medo de ouvir ele falar, tive medo dele dizer as palavras que faria meu pobre coração terminar de se destruir.“Lembro-me de caminhar lenta
Stella— Minha linda, nunca mais faça isso, quase foi atropelada, fiquei com medo de te perder, de você se machucar. — Ele diz beijando minha cabeça— O que aconteceu? Eu… desculpa… Ele, por que ele me rejeita?… Edu, me leva para casa? — Digo chorando sem parar.Eu me viro, encarando seus olhos cheios de empatia e preocupação. Meu corpo treme e sinto uma onda de tristeza me envolver.Eduardo suspira profundamente, puxa-me para um abraço e sussurra no meu ouvido.— Eu não sei, princesa. Mas não é sua culpa. Ele que não consegue enxergar a pessoa maravilhosa que você é.As palavras dele me atingem profundamente, e um soluço escapa dos meus lábios. Sinto-me segura em seus braços, como se, pelo menos naquele momento, tudo ficasse bem.— Nós vamos resolver isso juntos, minha linda. Você não está sozinha, eu, Léo, Emma e Bela estamos com você. — Ele diz com firmeza, afagando meu cabelo.Fico ali, em seus braços, tentando juntar os pedaços do meu coração partido. Mesmo em meio à dor, sinto u
StellaPor mais que eu tente comer, estou sem fome, e reviro um pouco meu prato, para que eles acreditem que estou comento, mas ao levantar o olhar vejo que Emma e Eduardo estão com os olhos pregados em mim. Ele pede para que eu coma, todo fofo, eu dou uma garfada, mas ao tocar em meu estômago, sinto vontade de vomitar e tenho que sair correndo para o banheiro.Sinto mãos segurando meu cabelo, olho de relance e é Emma, mais uma onda de enjoo vem e vomito novamente.Ao me recuperar, lavo minha boca, segurando firme na pia, pois sinto meu corpo mole, fecho a tampa do vaso sanitário e sento, para recuperar as forças, logo ela aparece com um copo de água.— Obrigada amiga. — Digo baixinho.— Não por isso. Você está melhor? — Ela pergunta preocupada.— Estou, sim, obrigada! Deve ser a TPM com toda essa merda de emoções que senti hoje.— O Eduardo está preocupado. — Ela diz e eu sorrio.— Ele é um fofo, não é? — Digo sorrindo apaixonada e ela retribui o sorriso.— É, sim, o que aconteceu ma