EduardoEstou subindo com a bandeja do desjejum das minhas princesas quando escuto Bella dizendo que vê a mãe para Stella, eu congelo no corredor, sou incapaz de dar um passo sequer.Quando ela disse que pediu perdão a mãe, foi como uma punhalada em meu coração, mas a resposta de Stella foi como um bálsamo na ferida aberta. Como não se apaixonar por essa mulher?Minha cabeça começa a rodar, imagens de Savanna entrelaçam com as memórias vividas junto de Stella, meu coração acelera, minha respiração esta cortante, sinto-me ofegante.Volto para cozinha e digo a Abigail:— Preciso sair, entregue para elas. — Ela me olha sem entender, mas assente com a cabeça. Não fico para ver se ela dirá algo, simplesmente entro no carro e dirijo. Olho no retrovisor e Ernandes está atrás de mim, acelero mais, e mais, não quero que ninguém me veja assim, entro em uma rua, depois em outra, e outra, paro diante do cemitério. Estaciono o carro de qualquer jeito e corro para a lápide de Savanna.— Você morreu.
Stella Após o café da manhã fomos brincar um pouco no jardim, quando ela já estava com a bochechinha rosada eu decidi descansar um pouco. Peguei o violão e comecei a tocar músicas infantis com ela, que ria dos sons que eu fazia, com a boca e o violão.— Titia, posso te pedir um favor?— Claro princesa.— Me leva para ver onde minha mãe está? — Ela me pede com a voz chorosa— Você quer ir ao cemitério? — Pergunto confusa. Bella assente com a cabeça. — Certo, vou ver se Ernandes nos leva.Vou procurá-lo, mas não o encontro, então pego a chave do carro menos chamativo do Edu, coloco a cadeirinha no banco traseiro e vou levar minha pequena ao cemitério, até poderia pedir permissão ao Edu antes, mas ele não olhou nenhuma das mensagens que enviei e nem atendeu minhas ligações. Estou muito preocupada com seu sumiço.Eu e Bella fomos o caminho todo cantando músicas dos desenhos animados que ela mais gosta. Eu tentava imitar as vozes, o que fazia ela rir muito. Esse gesto era repleto de carinh
Eduardo— Papai, para onde tia Stella foi? — Bella pergunta me trazendo de volta.“Merda”Peguei Bella no colo e saí em disparada para a saída do cemitério.— Onde está a Stella? — Pergunto aos seguranças. Eles negam com a cabeça e Ernandes responde com palavras.— Senhor Hoork, ela saiu bem abalada, ficou um tempo observando o ponto de ônibus, depois entrou no seu carro e saiu sem dizer nada.— E nenhum segurança pensou em acompanhá-la? Porra Ernandes, eu te pago para quê?— O único carro que sobrou foi o que o senhor veio, já que os seguranças vieram comigo e ela saiu com o carro que veio.— Merda! Leve Bella para casa, eu acho que sei onde ela está. — Assim que falo, Bella gruda em meu pescoço chorando.— Não vou com o titio, eu quero a tia Stella. — Sem alternativa pergunto a ele:— Ela deixou a cadeirinha?— Não, mas tenho uma reserva no carro. — Ele responde prontamente.Pego a cadeirinha, coloco Bella com cuidado, ela sorri para mim e diz:— Eu te amo papai. — Sorrio para ela,
StellaApós nossa reconciliação, ficamos sentados em um banco que dava a visão do deck, onde passarinhos voavam livres e felizes, outros aproveitam para pescar.Nós conversamos um pouco, contei sobre meu passeio com Paloma, ele disse que correu para adiantar tudo na empresa e tirar o fim de semana todo para mim e para Bella, ficamos namorando, com beijos e muitos carinhos, sem malícia, apenas aproveitando o clima de reconciliação.“Como não amar esse homem!”Estamos caminhando de mãos dadas, voltando para a casa do meu irmão e da Emma, o silêncio é confortável para nós dois, mas meus pensamentos gritam, girando em torno do que acabou de acontecer, talvez ele esteja fazendo o mesmo.Penso em como estava muito nervosa quando chegamos ao meu refúgio, esse que aos poucos está se tornando palco de lembranças de brigas e reconciliações com Eduardo.Tive medo de ouvir ele falar, tive medo dele dizer as palavras que faria meu pobre coração terminar de se destruir.“Lembro-me de caminhar lenta
Stella— Minha linda, nunca mais faça isso, quase foi atropelada, fiquei com medo de te perder, de você se machucar. — Ele diz beijando minha cabeça— O que aconteceu? Eu… desculpa… Ele, por que ele me rejeita?… Edu, me leva para casa? — Digo chorando sem parar.Eu me viro, encarando seus olhos cheios de empatia e preocupação. Meu corpo treme e sinto uma onda de tristeza me envolver.Eduardo suspira profundamente, puxa-me para um abraço e sussurra no meu ouvido.— Eu não sei, princesa. Mas não é sua culpa. Ele que não consegue enxergar a pessoa maravilhosa que você é.As palavras dele me atingem profundamente, e um soluço escapa dos meus lábios. Sinto-me segura em seus braços, como se, pelo menos naquele momento, tudo ficasse bem.— Nós vamos resolver isso juntos, minha linda. Você não está sozinha, eu, Léo, Emma e Bela estamos com você. — Ele diz com firmeza, afagando meu cabelo.Fico ali, em seus braços, tentando juntar os pedaços do meu coração partido. Mesmo em meio à dor, sinto u
StellaPor mais que eu tente comer, estou sem fome, e reviro um pouco meu prato, para que eles acreditem que estou comento, mas ao levantar o olhar vejo que Emma e Eduardo estão com os olhos pregados em mim. Ele pede para que eu coma, todo fofo, eu dou uma garfada, mas ao tocar em meu estômago, sinto vontade de vomitar e tenho que sair correndo para o banheiro.Sinto mãos segurando meu cabelo, olho de relance e é Emma, mais uma onda de enjoo vem e vomito novamente.Ao me recuperar, lavo minha boca, segurando firme na pia, pois sinto meu corpo mole, fecho a tampa do vaso sanitário e sento, para recuperar as forças, logo ela aparece com um copo de água.— Obrigada amiga. — Digo baixinho.— Não por isso. Você está melhor? — Ela pergunta preocupada.— Estou, sim, obrigada! Deve ser a TPM com toda essa merda de emoções que senti hoje.— O Eduardo está preocupado. — Ela diz e eu sorrio.— Ele é um fofo, não é? — Digo sorrindo apaixonada e ela retribui o sorriso.— É, sim, o que aconteceu ma
EduardoAo chegar em casa, Bella nos esperava.— Fiz de tudo para ela dormir, mas ela bateu o pé e disse que só dormiria com a Stella. — Diz Abigail ao nos ver.— Não tem problema, eu vou tomar um banho para tirar o cheiro de hospital e encontro com você no seu quarto. — Stella diz para Bella que pula empolgada.— Oba! Vou te esperar hein! — Sorrio com o jeitinho dela. Stella corre jogar uma água no corpo e eu sigo com Bella para o quarto.Ficamos conversando sobre as brincadeiras que ela fez com o Leo, quando Stella chega, ela abre um sorriso enorme e corre na direção dela. É tão bom vê-las juntas.— Me conta uma história, tia Stella. — Saiu de fininho, para deixar as duas no seu momento, mas não resisto e fico na porta escutando.— Claro, princesa, vou te contar a história da Lara Bailarina. — Stella disse, começando a história enquanto Bella se deitava em seu peito e Stella fazia carinho em seus cachos.Stella— Lara é uma linda menina de cabelos castanhos ondulados e lindos olhos
EduardoAcordo e não sinto Stella ao meu lado, sento na cama e escuto um barulho no banheiro, vou ver o que é e Stella está mais uma vez vomitando, ela está branca como papel.— Minha linda, não é normal você passar mal assim! — Digo preocupado com ela, que já está lavando a boca.— Deve ser vestígios do fim de semana, a gastrite deve ter atacado.— Quando fica pronto os exames que Zack fez? — Pergunto.— Na próxima segunda-feira. — Ela responde ligando o chuveiro para tomar banho, eu desligo e puxo-a para o meu quarto.— Vamos tomar um banho de banheira, assim você relaxa um pouco. — Ela concorda.Preparo o banho e envio uma mensagem para Abigail fazer algo leve para Stella comer, já que ela não está bem.O banho foi tranquilo, com carinho e beijos sem intenções, a cor dela voltou um pouco, o que me deixa mais tranquilo.— Edu, estava pensando, o que acha de marcarmos um psicólogo para Bella?— Porque acha que ela precisa de um psicólogo. — Pergunto surpreso.— Não acha muita coisa pa