7. Bella

Stella

Na entrevista, o Sr. Hoork demonstrou-se irritado com meu atraso, mas consegui explicar a situação e percebi que ele teve uma certa compreensão. Ele parece ser uma pessoa perspicaz, talvez um pouco arrogante, meio grosso, mas sem dúvida muito lindo.

Quando bati os olhos nele, eu paralisei, sua beleza era incomum, ele estava magnífico vestindo um terno negro de corte perfeito, seus cabelos castanho-claro e olhos cor de mel se destacavam na negritude de seu traje.

Durante nossa conversa, o Sr. Hoork demonstrou interesse em minha formação, o que me deu a oportunidade de compartilhar minha experiência como babá na minha cidade. Percebi que ele apreciou o fato de eu já ter experiência. Embora ele não tenha solicitado, planejo pedir aos meus antigos empregadores que me enviem uma carta de recomendação. Acredito que isso possa reforçar minhas habilidades e demonstrar meu comprometimento.

Também contei sobre a bolsa e outros detalhes relevantes. Foi gratificante ver sua expressão de surpresa, o que me fez perceber que ele reconhece a competitividade do concurso do Chef Bonavalle. Confesso que estou ansiosa para conhecer a filhinha dele. Sou apaixonada por crianças, embora me preocupe com a possibilidade de ela não gostar de mim. Este emprego é crucial para minhas finanças, minhas economias já estão acabando.

— Onde está a Bella? — Ele pergunta a uma funcionária que passa por nós.

— Está fazendo sua aula de inglês, senhor. — Ela responde já se afastando.

A residência é uma verdadeira mansão. É tão grande que me vejo sendo obrigada a criar um mapa mental para evitar me perder, pois se me deixassem agora, eu certamente teria dificuldade para encontrar a saída.

— Papai, ela vai ficar conosco? Eu pensei que você ia cuidar de mim hoje! — A voz da menina soa suave, mas carrega um tom de preocupação e desapontamento.

Sinto um aperto no coração ao ouvir as palavras da menina. Me ajoelho ao lado da pequena e gentilmente seguro suas mãos pequenas.

— Bella, querida, eu estou aqui para cuidar de você enquanto seu pai precisa se ocupar com algumas coisas do trabalho. Prometo que vamos nos divertir juntas e que cuidarei muito bem de você. O que acha de explorarmos a sala de brinquedos juntas amanhã? Porque hoje você é todinha do papai. — Digo em um tom gentil, mas a menina encara seu pai e diz:

— Não quero outra babá. — Merda, se ela não gostar de mim, ele vai me dispensar.

Penso rapidamente e examino o ambiente ao meu redor. Avisto um caderno de desenho, uma oportunidade que não posso deixar escapar, afinal, sempre amei desenhar. Com um lápis em mãos, começo a traçar os contornos, dando vida a um retrato da menina sorrindo.

Durante todo o processo, sinto os olhos curiosos da garotinha e do seu pai sobre mim, observando cada linha que ganha forma no papel. Ao finalizar, entrego o desenho a ela com um sorriso caloroso.

— Vamos começar de novo. Oi, meu nome é Stella, mas meus amigos me chamam de Stelinha. Este desenho é um presente para você. — Minha voz transmite gentileza enquanto entrego o desenho. Não foi meu melhor trabalho, mesmo assim, consigo captar um brilho nos olhos dela, indicando que gostou do presente.

Senhor Hoork permanece em silêncio, mas sua presença imponente não passa despercebida. Saber que sou o foco de sua atenção desperta uma sensação estranha dentro de mim.

 Após alguns minutos meu celular toca, quebrando o silêncio ensurdecedor.

— Desculpe, deve ser minha amiga, fiquei de ligar após a entrevista. — Digo sem jeito, recusando a ligação e colocando-o no silencioso.

— Tudo bem! Vamos, vou te mostrar o restante da casa.

— Posso ir papai?

— Você terminou o dever? — Ele pergunta todo carinhoso, parecia outra pessoa, quando se dirigia a filha.

— Sim, papai. — A garotinha responde com sua voz fofa e sua carinha de anjinho. Ela parece ser doce, não terei trabalho com ela.

Fizemos o tour pela casa e, ao chegarmos ao meu quarto, fiquei surpresa e encantada. Ao entrar, deparei-me com um espaço muito mais amplo do que imaginava. Ao contrário do quarto apertado de kit net ou dos minúsculos quartos de empregados frequentemente mostrados em novelas e filmes, este quarto é amplo, emanando uma sensação de paz e tranquilidade.

Os móveis, são todos na cor branca, contribuíam para uma atmosfera leve e arejada. Um guarda-roupa embutido, uma cama de solteiro que parecia muito confortável e uma escrivaninha completavam o ambiente, enquanto as paredes pintadas em um verde-claro, suave, davam o toque final para um quarto clean e convidativo.

Absorta pela beleza do lugar, mal percebo a pequena porta ao lado. Ao abri-la, me deparo com meu próprio banheiro, compacto, mas perfeitamente adequado às minhas necessidades.

Envolvida pela admiração, sou repentinamente trazida de volta à realidade pelo som da pigarreada de Sr. Hoork à porta.

— Me desculpe, me distraí completamente. Este lugar é simplesmente lindo. — Sou sincera, sem esconder minha admiração.

— Que bom que gostou. Ficamos acertados assim. Até amanhã, senhorita Stella. E não se atrase. — A voz de Sr. Hoork soa arrogante, — Dona Abigail, vai acompanhá-la até a saída. — Me despeço com um sorriso educado e sigo a senhora robusta em silêncio até a saída.

Ao estar do lado de fora da sinuosa propriedade, não resisto e ligo para Emma. Ansiosa para contar as novidades. Como esperado, ela vibra com minha conquista e começa a fazer uma enxurrada de perguntas, querendo saber em que nível meu novo chefe está, já que o descrevi tão lindo e atraente.

Nós duas tínhamos uma brincadeira durante nossos dias de estudantes do ensino médio, onde categorizávamos os meninos em diferentes níveis de pegáveis ou não pegáveis, gostoso ou muito gostoso, tínhamos até o nível master.

Sorrio com a lembrança. E com toda certeza o senhor Hoork está no topo da lista. Ela até brinca perguntando se ele é tão bonito quanto o Chef Bonavalle, que sinceramente é maravilhoso.

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