Dois anos depois…StellaO sol estava nascendo, iluminando suavemente o céu com tons de rosa e dourado. Eu observava a luz filtrada pela janela, sentindo o coração bater acelerado no peito. Dois anos haviam se passado desde aquele dia no hospital, e agora, depois de tudo, o grande momento havia chegado. Era o meu casamento. “Nosso” casamento. Eduardo e eu iríamos finalmente oficializar o que nossos corações já sabiam há muito tempo.Sonhei com esse momento desde menina. Sonhava em entrar na igreja com um vestido rodado, igual das princesas dos contos de fada, bem branquinho, com caimento do ombro, e com lindas pedras pequenas e brilhantes, claro e com véu e grinalda… A vida, claro, me ensinou que o amor não era sempre um conto de fadas, mas com Eduardo, aprendi que o amor verdadeiro, aquele que resiste a tudo, era possível. E agora, enquanto ajeitava o véu no espelho, um sorriso tímido escapou dos meus lábios. Estava realizando o meu sonho! Eu estava nervosa, sim, mas não pelo medo de
Stella— Eu não entendi o que você estava buscando, e meu orgulho... e meu medo foi maior que o meu amor. Não aceitei sua nova vida, sua felicidade. Não aceitei quem você realmente era. E... tem uma coisa que me consome há anos, Stella: eu menti. Menti sobre quem eu era. Sempre quis passar uma imagem de força, de perfeição... mas, por dentro, eu era tão frágil e covarde.As palavras dele me atingiram como um soco. Já havia sentido o peso das mentiras e do julgamento antes, mas ouvir aquilo... vê-lo tão despido de suas máscaras... era algo que eu jamais imaginei.— Eu... eu só queria que você soubesse que sinto muito. Por cada palavra dura, por cada porta que bati na sua cara… Por tudo que fiz de mal a você. Eu não fui o pai que você merecia, e por isso... peço perdão. Sei que talvez seja tarde, mas... será que podemos recomeçar?O silêncio que se seguiu foi quase insuportável. Minhas mãos tremiam, e, quando finalmente olhei para ele, as lágrimas que segurei por tanto tempo começaram a
EduardoO jardim estava repleto de rostos familiares, pessoas que, de uma forma ou de outra, fizeram parte da nossa jornada. Amigos, familiares, aqueles que nos apoiaram em cada etapa. Mas, naquele momento, eu só conseguia ver uma pessoa. Meu coração parecia bater fora do peito quando Stella começou a caminhar pelo corredor, e tudo ao meu redor se dissolveu. A visão dela tomou conta de mim de tal forma que eu quase podia ouvir meu próprio coração ressoar com o compasso dos seus passos.Ela parecia irreal, como se tivesse saído de um sonho que eu jamais ousaria sonhar. O vestido branco envolvia seu corpo com uma delicadeza que parecia quase mágica, abraçando cada curva como se tivesse sido desenhado para ela e apenas para ela. Cada passo que ela dava, era como se o chão desaparecesse sob meus pés, e eu flutuasse naquele momento, suspenso pela pureza do que sentia. Ela era tudo para mim — o ar que eu respirava, as batidas do meu coração, a minha vida. E o sorriso tímido, banhado por lág
EduardoQuando ele mencionou meus votos, minha boca secou, e por um segundo, eu quase esqueci tudo o que tinha ensaiado. Mas então, eu olhei para ela, para aqueles olhos que sempre me deram força, e tudo fluiu.— Stella... — minha voz falhou no início, mas, ao respirar fundo, senti uma onda de coragem crescer dentro de mim. — Quando eu te conheci, eu estava perdido. Parecia que o peso do mundo estava nas minhas costas, e eu não sabia como aliviar essa carga. Então você apareceu, com sua luz e alegria, contagiando a todos à sua volta... inclusive a mim. Confesso que me apaixonei à primeira vista, mas, imerso em um mar de luto e dor, relutei. Quase te perdi, várias e várias vezes. Graças a Deus que você é teimosa! — soltei, arrancando algumas risadas, inclusive a dela. Eu sorri, sentindo o momento, e continuei:— Você, essa garota incrível que mudou minha vida, é tudo o que eu precisava, mesmo sem perceber. Aos poucos, fui dividindo meu fardo com você... E com seu jeito doce e alegre,
A música suave preenchia o ambiente enquanto eu olhava ao redor, absorvendo cada detalhe da nossa festa de casamento. Parecia um sonho, desses que você não quer acordar. Hoje o dia está perfeito, a cerimônia foi maravilhosa, cada sorriso, cada olhar de carinho, era uma pequena preciosidade guardada no meu coração. Eu me sentia transbordando de gratidão, e felicidade, especialmente ao ver nossos filhos correndo entre as mesas, suas risadas doces ecoando por todo o espaço. A cada bambeada tinha quatro pares de mãos para ampará-los.Benício, Bia e Bento estavam brincando com Bella, e por um instante, eu me permiti parar e apenas observar. Bella, com sua energia contagiante, corria na frente, liderando a pequena tropa, como sempre fazia. Os trigêmeos riam e gritavam, tentando alcançá-la, suas bochechas coradas de tanto correr. Bia estava de mãos dadas com Benício, e Bento, o mais quietinho dos três, seguia logo atrás, tentando não perder o ritmo da brincadeira. Eu sorri, sentindo o amor
Stella Com um sorriso no rosto, caminhei até onde o DJ estava e anunciei brincando:— Meninas, me perdoem, mas esse buquê já tem dona!Imediatamente, Paloma e as outras mulheres soltaram suspiros fingidos, protestando de maneira divertida. Fiz uma cena exagerada de que elas haviam perdido a oportunidade, arrancando risadas do grupo, antes de começar a andar lentamente em direção a Paloma, que estava distraída, conversando despreocupadamente.Ela ainda não havia percebido nada, e, quando finalmente notou a aproximação, seus olhos se arregalaram em surpresa. Segurando o buquê nas mãos, sorri ao ver a expressão de confusão tomar conta de seu rosto enquanto o salão inteiro parecia segurar o fôlego.Paloma aceitou o buquê de minhas mãos, ainda sem entender totalmente o que estava acontecendo. Nesse instante, uma música romântica começou a toca, Michael surgiu ao seu lado, sorrindo, e antes que ela pudesse processar, ele se ajoelhou em um movimento tão suave quanto a brisa que atravessava
Stella E olho a casa vazia e uma pintadinha de dor surge em meu coração, ou talvez culpa por estar feliz em ter Eduardo só para mim. Mas a falta das crianças é gritante e o silêncio é dominante.Então vejo pétalas de rosas no chão, começo a seguir com os olhos e as mesmas estão nas escadas também, olho para Edu que sorri. Ele se aproxima e me pega no colo, solto um gritinho de surpresa, abafado com um beijo.Assim que a porta da suíte se fecha atrás de nós, sinto um arrepio percorrer meu corpo. Eduardo com delicadeza me coloca no cão e segura minha mão com tanta firmeza, como se não quisesse soltar jamais. O silêncio da noite foi quebrado apenas pelo som suave de nossas respirações. Olhai ao redor e meu coração quase parou diante da cena que se desenrolava à minha frente: as rosas-vermelhas estavam espalhadas por todo o quarto. Havia velas por toda parte, suas chamas dançavam de maneira delicada, lançando sombras suaves nas paredes. O perfume das flores e o brilho das velas criavam u
StellaLembranças de momentos felizes passando pela minha mente como um filme em câmera lenta. Nosso primeiro beijo, as noites em que conversamos, e nos atacávamos nos dois sentidos até de madrugada, as risadas por coisas bobas, os olhares que falavam mais do que palavras. Tudo isso nos trouxe até ali, naquele quarto iluminado por velas, cercado de memórias e de amor.Eduardo sempre soube exatamente como me tocar, como me fazer sentir especial. Seus movimentos eram lentos, cheios de cuidado, mas com a pressão certa, no lugar certo, e cada toque era uma declaração silenciosa do quanto ele me amava. A maneira como ele dizia meu nome, como nossos corpos se entrelaçavam em perfeita harmonia… era a materialização de tudo o que desejamos.Ele me penetra suavemente, como se não quisesse que a noite acabasse, queria que nosso momento perdurasse para sempre. Nossos gemidos eram ritmados, como o puro som da luxúria, misturado com o amor incondicional que sentíamos um pelo outro.Quando finalmen