AmandaMeus lábios ainda estão abertos com a minha respiração ofegante, cargas elétricas correndo pela minha pele por tudo que eu presenciei.Bem, isso não é novidade, ele sempre causa reações inacreditáveis no meu corpo e eu sempre me sinto muito mal por isso.Fico olhando para ele na abstração, sem entender esse árabe.O cara introspectivo de repente dá um show de dança surpreendendo a todos.E para piorar minha confusão, percebi que ele dançou o tempo todo para mim, seus olhos não desviaram um momento dos meus...Respiro fundo.Pare!Pare!Pare!Isso não quer dizer nada!Ele sempre faz questão de deixar bem claro nossas diferenças culturais.Samantha se aproxima de mim e me fala ao pé do ouvido:—Esse homem é uma caixinha de surpresas, não?Eu lhe dou um sorriso fraco e fico pensando no que ela me disse:“Realmente, ele é imprevisível e portanto perigoso e eu preciso tomar cuidado com ele.” Digo para mim mesma de repente me dando conta do risco que corro.Outra música começa, uma n
KaranDentro do elevador me esforço para manter as rédeas firmes da situação. Para isso preciso ignorar a presença perfumada de Amanda e me concentrar no que será nossas vidas daqui pra frente.Não me contenho e a observo.Allah! Como essa garota é linda. Ela é uma mistura de anjo e tigresa.Eu a desejo tanto...Desvio meus olhos de sua figura magnética.Pena eu ser muito correto. Isso torna minha vida sexual bem restrita.Tudo isso porque no meu país não há liberdade sexual. Não há amizades coloridas, nem se fala em sexo casual. E antes de eu conhecer Samira, raramente procurava prostitutas e quando isso acontecia, sabia que elas esperavam de mim apenas serem pagas.Sexo fazemos com meretrizes ou depois de nos casarmos com a mulher amada e Amanda não se encaixa em nenhuma dessas categorias.Meu casamento é um acordo.Uma farsa.Observo novamente a carinha de anjo pensativo.“Não consegui definir ainda o tipo de mulher que Amanda é.”“Como ela encara o sexo?”“Será que ela encara numa
KaranEntro no elevador pensativo.Allah! Eu estou tão confuso.Agora mesmo, eu me senti extremamente aborrecido quando pensei que ela estivesse incomodada com minha presença.Imediatamente meu lado árabe me condenou por isso, achando que eu estava sendo ridículo por me sentir tão preso a ela.Contudo meu coração tem gritado quando se sente ameaçado:Ela é minha!Minha!Minha!Essa palavra tem se voltado contra mim faz tempo.Às vezes me vejo dentro de um buraco fundo buscando meu caminho de volta, mas a profundidade dele tem sido tão grande que não consigo encontrar o escape de tudo isso...Ainda assim, cheio de orgulho propus a ela de morar em outro lugar. Mas pode crer, meu lado louco por essa mulher ficou torcendo para que ela rejeitasse a ideia.Por mais contraditória e debilitante que seja ficar, me permitirá entender esta conexão que sinto por essa garota.Amor ou apenas uma forte atração?Tenho consciência que caso eu ame Amanda de verdade, terei que anular minha natureza árab
Eu estremeço, não de medo, mas pelo impacto desse novo Karan. Há algo nele agora, um peso invisível que me atinge como uma onda no peito.— Precisa de alguma coisa? — pergunto, lutando para que minha voz não vacile e entregue o tumulto que sua presença provoca em mim.— Não. Só vim avisar que talvez eu me demore um pouco no seu quarto. Precisa de algo de lá?Minha mente trava, levando alguns segundos para processar suas palavras.— Não, pode ficar à vontade. Na verdade, estou de saída.Seu rosto, sempre tão controlado, muda por uma fração de segundo. Um traço de tensão, como uma sombra passageira, cruza seus traços. Foi tão rápido que me pergunto se não foi apenas minha imaginação.— De saída?— Vou dar uma caminhada pelas dependências do condomínio. Aproveitar o fim de tarde.Dessa vez, parece aliviado. Ou será que é só coisa da minha cabeça de novo? Eu não sei mais o que é real ou invenção diante dele.Então ele sorri. E, céus, que sorriso... Um sorriso tão bonito, tão devastador, q
—Eu ia elucidar isso, mas não deu tempo.Karan dá uma risada amarga, o descrédito em seus olhos.—Verdade? Da mesma maneira que fez com o seu amiguinho Arthur na festa de Samantha? Você pensa que não vi o cartão que ele te deu quando estava de saída?Ele me deixa sem falas, seu olhar é tão intenso no meu que rouba a minha razão.Uma coisa é clara e não consigo negar, que o jeito másculo dele, meio rude me deixa excitada.Estou pensando nisso quando suas feições se transformam e ele me olha como se tivesse acabado de tomar uma decisão. Então vem na minha direção, os olhos fixos em mim como predador encurralando sua presa.Engulo em seco confusa com sua atitude.Ele então me envolve com seus braços. Minhas mãos caem em seu peito forte.Sinto as batidas fortes do seu coração, seu perfume maravilhoso no meu nariz, o calor de sua carne aquecendo o meu corpo.Ergo meu rosto e encontro os límpidos olhos azuis, a intensidade deles segurando os meus.Perco as falas, o ar e fico olhando para el
KaranAs palavras de Amanda agem como um flecha flamejante no meu coração e me causam uma dor pungente.O fato dela ser virgem e esperar o cara certo, me atinge como um trem desgovernado.Estou transtornado e quente ao mesmo tempo. E de repente o momento que seria o mais intenso de toda a minha vida, o mais prazeroso, faz com que eu me sinta um corrompido.Um reboliço de sentimentos começa a se revolver dentro de mim.Amanda se afasta me deixando sem chão, fora de ar, totalmente desorientado.Ao ouvir a porta do quarto bater com força, o sentimento de culpa se intensifica.Allah! O que foi que eu fiz?Passo a mão no rosto.Justo agora que eu havia tomado a decisão de me aproximar mais dela, até mesmo para entender o que venho sentido por essa mulher, eu fiz a asneira de me precipitar!Inferno!Inferno!Inferno!AmandaLágrimas amargas descem pelo meu rosto.Ai que raiva! E eu pensando que sua motivação para me beijar fosse por nutrir algum sentimento por mim e não para satisfazer minh
—Vai ser difícil conhecer tudo um do outro em um único dia.—Allah! Eu sei disso! Mas temos que tentar —digo, a voz carregada de angústia.—Tudo bem Karan. Só que faremos isso depois que eu tomar um banho e comer alguma coisa.—Eu posso fazer seu almoço enquanto toma banho.Seu rosto se franze num riso contido:—Você fazendo meu almoço? Deve estar desesperado mesmo!Mas que porra! Ela não facilita as coisas!Claro que estou!Ela não entende a gravidade da situação?Eu respiro fundo e endireito minha postura.—Não quero voltar para a Síria — eu digo, a voz horrivelmente falhando —meu país está todo destruído pela guerra e cheio de lembranças dolorosas que quero evitar. Caso isso ocorra, sentirei a mesma sensação de alguém enterrado vivo. Mas uma coisa eu te digo, não ficarei sentado esperando uma bomba cair sobre a minha cabeça! Com certeza me unirei aos rebeldes e lutarei contra Bashar al-Assad. Vou entrar nessa guerra, mesmo que ela não seja minha. E pode crer, vou torcer para morrer
Eu o corto:—Conte-me de sua vida e eu te conto da minha. Vamos conhecer nossos gostos musicais, filmes, essas coisas que eles podem perguntar.—Lembre-se, que você que pediu isso.Isso o quê?Karan se levanta e pegando meu braço e me puxa do sofá. Logo em seguida seus braços envolvem minha cintura.Deus! O que esse homem está fazendo? Questiono enquanto seus lábios esmagam os meus.Sua boca então passa a se mover sobre a minha, enquanto ele me puxa mais para si. Tão perto que sinto seu cume alto e duro pressionando minha barriga.Seus lábios se movem sobre os meus e ele me dá um beijo intenso, profundo. Sua língua exige da minha resposta e isso logo ocorre.Quando finalmente ele me solta eu o olho ofegante, minha mente agora uma desordem, incapaz de produzir pensamentos coerentes.—É isso que acontece quando estamos juntos Amanda. É difícil ficar no mesmo ambiente que você sem que passe pela minha cabeça tê-la em meus braços e beijar essa sua boca até roubar seu fôlego. Eu te desejo