Flor havia mudado o contraceptivo de natalidade: trocou o chip por um DIU. Porém, percebeu que, desde que o colocou, vinha sentindo cólicas fortes. Dessa vez, a dor foi insuportável. Quando acordou, viu uma enfermeira em seu quarto, observando Dante. Como Flor costumava dizer, ele era “lerdo” e nem havia notado a presença da mulher o admirando descaradamente. Ela também não sabia há quanto tempo a enfermeira estava ali parada, quase babando no seu marido.

— Perdeu alguma coisa, querida?

A enfermeira se assustou, e Dante olhou para Flor sem entender nada, exatamente como ela já esperava.

— Flor, meu amor, está melhor?

— Estou ótima.

Flor voltou-se para a enfermeira, séria:

— Como eu disse, perdeu alguma coisa?

— Ah, não, senhora, eu... eu... — A mulher se atrapalhou e deixou alguns utensílios esterilizados caírem da bandeja. Rapidamente, começou a recolhê-los do chão, visivelmente nervosa. Dante, agora atento, percebeu o que havia acontecido e ficou imóvel, tentando não piorar a situaç