Clara Tommaso— Vai me contar quem é esse homem, ou se fechará? — Marco chama a minha atenção e ao ouvir a voz dele, um choque me desperta, pois agora eu me dou conta do que está em jogo. — É difícil, e agora ele virá atrás de você — respondo.— Me conte tudo, Clara, como o conheceu, como ele é, se vou lutar com um homem que te abala assim, então preciso ter estratégias necessárias para acabar com ele. — Não sabe o quanto é confuso e perigoso, o que esse homem pode te fazer… — Prefere me manter no escuro? — Ele se aproxima e segura minhas mãos, aperta e procura meu olhar: — Olhe para mim, seja quem ele for, não é maior que nosso amor, ou é? Só de lembrar o quanto Jack me marcou negativamente, fecho os olhos e volto a Londres, as dores que me causou sobre tortura, e a pior: aborto forçado, que quase me matou. — Abra os olhos e diga que venceremos isso juntos! — Ele agora sacode meus ombros, abro os olhos e deixo lágrimas caírem, toda a dor está em grande escala. — Sinto muito. —
Marco Cesare Assim que ela joga aquelas palavras para mim, levanto e ando por todo o quarto, buscando compreender essa merda. Não sou um babaca, nunca faria mal a Clara, ainda mais se soubesse que ela estava grávida. Ela fala, mas está tão distante, que sua voz se torna um burburinho, entra em um ouvido e sai pelo outro. Volto para a realidade quando interroga: — Entende? — Se entendo o quê? — esbravejo. — Marco… — Levanta e tenta se aproximar, mas me afasto. — Eu não sou ele! — Não é mesmo, e nunca disse nada dessa natureza. — Insinuou quando falou que não queria passar por isso de novo. Eu não machucaria você, Clara. — Não é isso, são os riscos que enfrentamos, não quero ser vulnerável novamente, por favor, me entenda. — Sempre sonhei em ser pai, formar uma família! — Sou sua família, Stella será sua filha. — Ela não é minha filha de sangue! — vocifero. — Será nossa filha, cuidaremos e educaremos ela, Marco. Me escute, por favor. — Quer dizer que pode criar outra
Clara Tommaso Marco e Eric combinaram de fazer um baile de máscaras, ele só me avisou ontem, então passei o dia preparando-me para esse evento. Desço a escada principal e encontro Eric com um copo de uísque na mão e um sorriso cínico no rosto, a gravata borboleta está aberta, aproximo-me e levo as mãos ao pescoço dele, ajustando. Afasta o copo da boca e diz: — Você está linda essa noite… — Assim como você, o preto lhe cai bem, aliás o preto cai muito bem na sua família. Cadê seu primo? — Já tem pessoas chegando, ele foi verificar a segurança, sei o quanto essa festa te assusta, mas ninguém tocará em você enquanto eu estiver aqui. — Sabe que não me importo em viver ou morrer, apenas me importo com Marco. — Afasto-me de Eric e acaricio o rosto dele. — És o irmão que eu nunca tive, anjo da morte! — Esse é seu jeito de demonstrar amor por mim? Me apelidando de morte? Que coisa feia! — Dou um tapa no braço dele, que logo sorri e me abraça. — Serei sempre o que precisar que eu sej
Marco Cesare — Eu disse que esconder isso de Clara seria pior! — Eric joga na minha cara a pior burrada que fiz na noite. — Não está ajudando ao dizer isso. — Realmente não é para ajudar, olha a merda dessa noite, eu não devia ter concordado com isso! — É mesmo? Você quase falou na sala quando cheguei e o vi, acha que não sei, ou que não vejo? — O quê? — Você é um invejoso, quer a minha mulher! — Empurro Eric para longe, completamente explodindo de raiva. — Negue! — Consegue se ouvir? — Eric me empurra, e noto que passei dos limites. — Nunca vi Clara dessa forma, ela é como uma irmã para mim! — Preciso vê-la, tentar consertar essa merda! Passo por ele, que segura meu braço e afirma: — Estou indo embora para os Estados Unidos amanhã, não precisa de mim aqui, e se pensou que em algum momento eu queria sua mulher, me mostrou seu nível de confiança, não sou o Magno! — Estou estressado… — Seguro os ombros do meu primo, falei coisas que feriram ele e Clara. — Sinto muito, n
Clara Tommaso Acordo assustada quando me jogam um balde de água, tento me mexer, mas estou em pé com os pulsos presos em algemas no telhado. Minha cabeça está doendo um pouco, vejo a silhueta de alguém, forço minha visão turva a observar bem, são duas pessoas: Jack e Valentina. — Good Morning, babygirl! — Jack sorri e segura meu queixo, deixa um leve beijo em meus lábios. — Estou cansado de falar no seu idioma, pombinha, o italiano é chato. — Se me beijar de novo, arrancarei um dos seus lábios com os dentes! — Ainda continua selvagem? Isso é uma prova que seu corpo adorou o que ensinei em Londres, e seus lábios continuam macios como sempre, e sua pele tão linda… comprei uma camisola vermelha, já que me disseram o quanto gostava dessa cor e ao te ver quase nua agora, confirmo que realmente cai muito bem em você. — Cadê meu filho, Jack? — Nossa, acreditou mesmo na criança? — Alisa minha bochecha e sorri. — Jasper era apenas um garotinho que peguei no orfanato, aliás, ele não se
Clara Tommaso Grávida? Estou na ligação com Marco e ouço quando o médico diz que eu estou esperando um filho. Levo as mãos ao abdômen e me pergunto como se eu tomei a pílula do dia seguinte, então não faz sentido ter engravidado. Treze semanas? Faço os cálculos na cabeça e me lembro exatamente de quando aconteceu. Em nossa noite após o casamento, eu fugi com Eric para ver Marco, fizemos sexo no banheiro, naquela noite Magno fez toda a confusão… Como me esqueci disso? Encosto na parede de um dos quartos, me tranco e desço escorregando na parede. — Está zombando de mim, doutor? — Marco pergunta. — Não, garanto, sua esposa está grávida, os níveis de hormônio afirmam, o Beta-HCG deu reagente. — Não é possível, eu vou ser pai? — Ouço a voz de Marco cada vez mais longe, meu corpo está ferido e cansado, deito no chão, e fecho os olhos gradualmente. Marco Cesare (mesmo Cap) Paro no tempo, não sei no que pensar, agora eu não estou indo buscar apenas Clara, mas a minha rainha e o meu
Clara TommasoMeses depois… Estou no corredor da maternidade, andando de um lado para o outro, Bruna está na sala de parto dando à luz a pequena Stella, nesses cinco meses peguei uma afeição muito grande ao bebê. Eu e Marco teremos um menino, o Riccardo, que significa “o dominante poderoso”, e Stella significa “estrela celestial”. Uma mão toca minhas costas e me viro assustada. — Acabei de chegar do aeroporto. — Eric! — Abraço-o. Meu marido está na sala de parto com Bruna, embora eu não goste dela, já amo a nossa pequena garotinha. — Como vai a mamãe mais linda da Itália? — Afasto-me, sorrindo. — Estou bem, e você? — Melhor agora, o primeiro bebê da família Cesare está nascendo, o segundo vem daqui há um tempo, é uma benção para a nossa linhagem. — Quando você se casará, Eric? — Ainda é cedo para pensar nisso, estou bem sendo apenas o titio desses bebês. — Acaricia a minha barriga e logo Riccardo chuta, sorrimos. Marco sai da sala com a nossa garotinha nos braços. — Ol
Clara Tommaso Quando chegamos ao hospital, Marco me pega nos braços e me leva para dentro, como estou em trabalho de parto, fico em um quarto internada, mas a cada minuto que passamos aqui a minha sensação de sair de mim só aumenta. Acho que estou morrendo, olho para meu marido e sorrio fracamente. — Estou morrendo… — murmuro. — Não, meu amor, não vai te acontecer nada! — Senhora Cesare, precisa respirar fundo, isso que sente é uma crise de ansiedade, precisa confiar em mim. Passará daqui alguns minutos, é só a sua mente brincando com seu nervosismo. — O médico tenta me tranquilizar, entretanto, tudo isso parece piorar. Meu corpo reage aterrorizantemente, não acredito que a ansiedade possa causar tantas sensações como: calafrios, tremores no corpo, sensação de sufocamento, sudorese, dificuldades para respirar, boca seca e formigamento. Esses são os meus sintomas, eles não acreditam em mim, parecem até rir da minha quase morte. — Marco, diz que acredita em mim, por favor… — Puxo