A pergunta direta de Orson deixou Fiona hesitante. Ela abaixou a cabeça e, enquanto suas mãos brincavam nervosamente com a barra do vestido, respondeu em voz baixa:— Eu não sei ao certo... Mas, quando estávamos na escola... ele e minha irmã sempre se deram muito bem.Orson permaneceu em silêncio.Fiona, temendo que ele pudesse interpretar mal suas palavras, rapidamente acrescentou:— Mas Evander foi para o exterior logo depois, para estudar. Então, entre ele e minha irmã... não houve nada. Mesmo assim, sinto que não deveria estar noiva dele. Orson, você acha que sou egoísta? Que sou uma pessoa ruim? Minha família precisa de mim agora mais do que nunca, mas eu...Enquanto falava, os olhos de Fiona começaram a se encher de lágrimas. Orson não respondeu, apenas abaixou o olhar, perdido em seus próprios pensamentos.Fiona mordeu o lábio, hesitante, mas continuou:— Orson, na última vez... o que você e meu pai conversaram? Eu... eu realmente não quero me casar. Você pode me ajudar?Ela e
— Senhorita, por favor, tente se acalmar. Vamos conversar em um lugar mais... O funcionário do hotel ainda tentava conter Ophelia quando, de repente, a porta à frente se abriu. Zara estava lá. Seu cabelo estava um pouco bagunçado, o rosto levemente corado de forma incomum, mas seus olhos estavam frios como gelo:— Ah, então é aqui que você está! Sabia! E o seu amante? Evander está aí dentro? Me deixa entrar... — Gritou Ophelia.Zara ignorou completamente Ophelia. Em apenas alguns passos rápidos, ela já estava em frente a Fiona. Os movimentos de Zara foram tão rápidos que Fiona nem teve tempo de reagir. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Zara já havia arrancado o celular de sua mão.— Mana... Fiona mal havia começado a falar quando Zara apagou o vídeo que ela tinha acabado de gravar. Logo em seguida, com um gesto seco, atirou o celular ao chão, destruindo-o. — O que você pensa que está fazendo? — Gritou Ophelia. Ophelia, que inicialmente estava focada em entrar no quart
Zara endireitou o corpo e inclinou a cabeça para beijar os lábios do homem. Mas Orson virou o rosto rapidamente, desviando do beijo.O corpo de Zara pareceu ficar rígido por um breve instante, mas logo abaixou a cabeça e, com a ponta da língua, lambeu suavemente o pomo de Adão dele.O corpo de Orson imediatamente enrijeceu, e ele segurou o queixo dela com firmeza, obrigando-a a levantar o rosto.Os olhos de Zara estavam vermelhos, e seu cabelo, já solto e levemente úmido, fazia com que ela parecesse um pequeno gato indefeso perdido em uma noite de chuva.Orson franziu levemente as sobrancelhas.Mas Zara não parecia se importar. Sem hesitar, levou as mãos até o cinto dele e começou a desatar. Ele pensou em detê-la.Só que, de repente, o celular de Zara começou a tocar. Com um simples olhar, Orson viu o nome na tela: [Evander].O som familiar pareceu trazer um lampejo de racionalidade a Zara. Seu corpo tremeu levemente, e ela tentou se virar para pegar o celular, mesmo com a mão de Orson
Depois de tudo, Zara nem sabia onde estava.No mundo dela, parecia que só restava Orson. Era como se ela tivesse perdido qualquer autonomia. Durante todo o processo, ela simplesmente se entregou completamente, sem resistência, deixando-se levar por ele e suas exigências.A consequência de toda essa falta de controle veio na manhã seguinte, quando ela despertou com o corpo parecendo ter sido atropelado por um caminhão. Sua garganta estava tão seca que parecia em chamas.Assim que tentou se mexer, uma dor aguda percorreu sua panturrilha, fazendo-a soltar um gemido involuntário. Ela ficou imóvel por alguns instantes, deitada na cama, recuperando o fôlego, antes de finalmente levantar a cabeça. O lugar ao seu redor era completamente desconhecido.Não era o pequeno apartamento alugado onde morava, muito menos o Brisa do Mar.Ainda assim, Zara não ficou surpresa. Sabia que Orson possuía diversas propriedades pela cidade de Cidade N, então não era exatamente um choque que ele tivesse um lugar
— Sim, estou satisfeito.A resposta de Orson foi direta.— Então, posso ir embora agora, certo?Enquanto falava, Zara levantou-se, pronta para sair. Mas, no instante seguinte, a voz de Orson ecoou mais uma vez:— Zara, você não acha que só porque foi drogada, a responsabilidade pelo que aconteceu ontem à noite simplesmente desaparece, não é?As palavras dele a fizeram parar no meio do caminho, surpresa. Lentamente, ela virou-se para encará-lo. Em questão de segundos, diversos pensamentos passaram pela mente de Zara. Ele queria que ela pagasse algum preço? Pretendia usá-la como moeda de troca, ou talvez ameaçá-la? Ou seria apenas um pretexto... porque ele não queria deixá-la ir?Quando essa última ideia surgiu, Zara tentou afastá-la imediatamente. Mas, antes que pudesse organizar sua cabeça, Orson já havia continuado:— Você não tem uma mãe adotiva internada no hospital?— O que você quer dizer com isso?O rosto de Zara mudou instantaneamente, e seus olhos ficaram cheios de um misto de
Zara cerrou os dentes, sentindo a voz seca e amarga. Ela acreditava que, com o passar do tempo, já tinha conseguido se desvencilhar dos sentimentos que nutria por ele. Mas agora percebia que, no final das contas, tinha superestimado sua própria força.Hoje em dia, não importava o que viesse da família Garcia, ela conseguia se manter indiferente. Mas Orson... Bastavam poucas palavras para que ele se transformasse na lâmina mais afiada, perfurando diretamente suas entranhas.Orson estava sentado bem à sua frente, olhando-a nos olhos. Depois de alguns instantes de silêncio, ele soltou uma risada baixa:— Está se sentindo injustiçada, não é? Então me diga: o que você acha que significa se divorciar e, em menos de uma semana, já estar se encontrando com outro homem? Isso é o que você chama de comportamento nobre?Zara permaneceu em silêncio.Orson, no entanto, estendeu a mão e segurou o queixo dela com firmeza:— E mais uma coisa... Ontem à noite, foi você quem subiu na minha cama. Por que
Avenida Julius, número 37. Era onde Zara estava morando agora. Essa também era a primeira vez que Orson ia até lá.Mesmo sendo o Grupo Harris uma das maiores potências do ramo imobiliário, Orson jamais teria imaginado, não fosse Zara guiando o caminho, que existisse um lugar como aquele em toda a Cidade N.Zara não se despediu dele. Apenas agradeceu ao motorista rapidamente antes de sair do carro e se virar para entrar no prédio. O que ela não esperava era que Orson também tivesse saído do carro e a estivesse seguindo.Zara parou e o encarou:— O que você está fazendo?— Quero subir para dar uma olhada. — Respondeu Orson.Zara respirou fundo, tentando manter a calma:— Não é conveniente.— E por que não seria? — Orson olhou casualmente para os anúncios colados na parede desgastada e, em seguida, voltou a encará-la. — Tem alguém na sua casa?— Claro que não!— Então, qual é o problema?Zara respondeu com a voz tensa:— Não vejo sentido algum em você subir.— O sentido é verificar se rea
Zombar da Zara... De todo o esforço que fez para sair daquela vida, apenas para Zara acabar morando em um lugar que mais parecia uma caixa de fósforos.Zara queria dizer algo, mas Orson não deu a ela essa chance. Ele apenas murmurou algo em tom indiferente e virou-se para sair. Quando chegou à porta, no entanto, seus passos pararam de repente. Ele olhou para trás e disse:— É melhor trocar essa fechadura. As pessoas que moram por aqui são bem... variadas. É só por segurança.Depois de dizer isso, ele não esperou por uma resposta. Apenas seguiu em frente com a mesma calma e frieza habituais.Zara olhou para a fechadura por um momento antes de fechar a porta de uma vez, sem hesitar. O som seco da porta batendo fez Orson, que já descia as escadas, parar por um instante. Mas ele não se virou, continuou caminhando.O motorista o aguardava na calçada.O carro de luxo, com sua pintura impecável e placas chamativas, logo atraiu os olhares curiosos dos moradores da área. Orson, no entanto, pare