Bambino acordou com um sobressalto. Ele levou um susto ao perceber que já era dia. O dia do enterro do seu pai. Ele levantou apressado, tomou banho e vestiu um terno preto. No iPhone várias ligações perdidas. Ele precisava ir até o IML. Ao sair do quarto, cumprimentou os seguranças e foi em direção a sala.
Paris sorriu para ele.
- Eu espero que tenha dormido bem.
- Feito uma pedra. Eu não me lembro de ter bebido ontem.
- Desgaste emocional. Eu sei que não é um bom dia, e por isso, gostaria de me colocar à sua disposição.
Bambino sentou na mesa farta do café da manhã.
- Eu agradeço. E Greco?
- Ele deve estar chegando. Ele passou a noite no hospital com Alessandro.
Bambino arqueou a sobrancelha.
- Eles estão juntos novamente?
- Eu diria que ainda é muito cedo para arriscar um palpite. O que realmente importa, é que a família vem em primeiro lugar. Verone, o chefe de segurança do Alessandro, vai representá-lo no funeral do seu
Lucca sabia que desobedecer outra ordem de Greco, estava fora de questão. No entanto, ele não estava gostando da frieza de Bambino. O garoto estava com a vantagem, cercado pela família, amigos e seguranças, era só dar a ordem. O olhar mortal que ele lançou para Greco após ler a mensagem, deixou claro que ele tinha sido informado quem estava por trás do assassinato do pai.Responsável por tudo o que estava acontecendo, Lucca decidiu agir. Ele guardou o rifle sniper na bolsa preta que sempre carrega com outras armas menores e munição, saiu do seu esconderijo, guardou a bolsa no carro, e com apenas uma pistola .40 na cintura, Lucca entrou no salão onde acontecia o velório. De terno preto, ele se misturou a multidão.Greco praguejou.- Desgraçado! O que ele pensa que está fazendo?!Paris observou Lucca se aproximar do caixão. Ele tirou o óculos escuros, olhou para Matteo com profunda tristeza e fez o sinal da cruz
Anna levou um susto ao entrar no quarto e encontrar Lucca sentado na cama apenas com uma toalha preta em volta da cintura. Os cabelos úmidos pelo banho recente caíam pela sua testa, sua pele pálida estava com uma aparência aveludada e as tatuagens sombrias brilhavam sobre os seus músculos. A imagem da perfeição.Porém, o brilho intenso nos olhos azuis, deixou Anna preocupada.- Eu não vi você chegar.- Eu entrei pelos fundos. Onde você estava?- Jantando na cozinha. Laura, uma das empregadas, disse que eu podia sair do quarto. Greco deu a permissão.Lucca levantou e estreitou os olhos.- Eu sou o seu marido. Você só faz o que eu mandar.Anna não se deixou intimidar.- Eu estava com fome e você estava demorando para chegar. Os outros voltaram após o enterro. Onde você estava?- Resolvendo umas coisas.- Vai jantar agora?Lucca se aproximou, a raiva por não encontrar Anna na cama, diminuiu um pouco. Ele passou os braços
Verone levantou do chão assim que a porta do pequeno cômodo foi aberta. Após passar a noite rodando pela cidade com uma arma apontada para a sua cabeça, participando do ato covarde e brutal que Greco ordenou contra as propriedades de Alessandro, o segurança não tinha certeza do que o aguardava a seguir.Um homem de preto entrou no cômodo, colocou uma bandeja de comida sobre a mesa, puxou uma cadeira e sentou.- Senta e come.Verone teve uma vaga ideia de quem estava diante dele. Ele obedeceu a voz rouca e profunda do Príncipe Da Morte. Puxou uma cadeira, sentou e começou a devorar o café da manhã.- Greco e Alessandro tinham um acordo. Seu chefe não cumpriu a promessa que fez, e nós tivemos que revidar. Você entende?Demonstrando uma coragem que estava longe de sentir, Verone rebateu:- Talvez Alessandro tivesse honrado com a palavra dele se Greco tivesse devolvido a Anna.Fúria brilhou nos olhos azuis de Lucca.- A Anna é minha agora!
A cama tinha sido levantada, de modo que Alessandro ficasse sentado. Devido ao calor, ele estava descoberto, e vestia o pijama azul do hospital. Sozinho, ele se encontrava desolado. Apesar do sol que invadia o quarto com seus flashes de luz, Alessandro estava em um mundo nublado e choroso, desejando estar morto.Ele secou as lágrimas na manga da blusa, fungou o nariz e de tudo o que tinha perdido, Verone era quem mais estava fazendo falta, com sua presença imponente e paciência inabalável.Quando Greco entrou no quarto, foi recebido com um olhar de desprezo. A dor transpassou o seu coração ao ver Alessandro sozinho e desamparado. Ele engoliu em seco e se aproximou da cama.- Oi.- Veio pessoalmente ver a minha derrota?- Não precisava ter sido assim.Alessandro virou o rosto.- Vai embora. Eu não consigo nem olhar para você.Os lábios de Greco tremeram. Seus olhos azuis marejados com as lágrimas não derramadas pousaram sobre o corpo mu
Verone sabia que estava sendo usado por Alessandro para causar ciúmes em Greco. Mas não tinha importância. Ele queria mais era ser usado mesmo.- Eles machucaram você?- Não. Mas colocaram uma arma na minha cabeça e me obrigaram a fazer transferências bancárias para várias contas. Eu sinto muito.- Está tudo bem. Você não faz ideia do quanto eu estou aliviado por você ter voltado. - Alessandro foi sincero. - Eu preciso de você, Verone.O segurança sorriu.- Você me beijou para deixar Greco com ciúmes. Isso quer dizer que você ainda se importa.Alessandro recostou na cama.- Eu estava com muita raiva quando mandei aquela mensagem para o Bambino.Verone disse secamente:- Ainda bem que o Príncipe Da Morte fez o trabalho dele com excelência.- Esteve com ele?- Sim. Um homem interessante.- De fato. Ele esteve aqui procurando pela Anna, e logo após o enterro do Matteo. Ele veio para dizer que eu não mereço morrer.<
Se não tivesse chapado e desarmado, Lucca sabia que poderia passar por Jax e Vox. Os irmãos brutamontes não eram páreo para o Príncipe Da Morte. Porém, no estado lamentável em que estava, Lucca se conformou em ser levado para um dos quartos vazios.Ao ver Anna no corredor, ele tentou ir até ela. Jax o segurou pelo braço e Vox deu a ordem.- Volte para o quarto.Anna mordeu o lábio inferior. Ao mesmo tempo que queria Lucca, ela sabia que não era seguro. Visivelmente bêbado e dominado pelos seguranças, ele parecia um animal selvagem e enjaulado.- Você vai machucar a mim ou ao bebê?Lucca viu a dor estampada no lindo rosto negro da esposa.- Não. Eu não faria mal a você.Anna insistiu.- E ao nosso filho?Lucca vacilou. Lentamente ele desceu os olhos azuis para o ventre de Anna. Aquela aberração não er
As horas seguintes foram marcadas por caos, medo e desespero. Jax e Vox assumiram a culpa do erro irreparável. Greco andava de um lado para o outro em frente a sala de emergência. Médicos e enfermeiros entravam e saíam correndo da sala, e ninguém dizia nada. Um obstreta foi chamado com extrema urgência.Impaciente, Greco pegou um dos médicos pelo colarinho do jaleco branco.- Salvem ela e o bebê!- Não estamos poupando esforços. Por favor, mande seus homens deixarem a entrada livre. Ela será transferida para a UTI para exames e transfusão de sangue. A hemorragia intra-uterina está contida. O feto não foi expelido, mas ainda não podemos calcular o tamanho das sequelas. Saía da minha frente para que eu possa fazer o meu trabalho. Aqui, eu sou a autoridade.Amanhecia quando Anna foi finalmente estabilizada, e Greco chamado na sala do médico.- Você é o responsável por Anna?- Sim.- É o pai do bebê?- Sim. - Greco mentiu na cara de pau e
Greco sabia que precisava reassumir o controle da situação. Após uma conversa séria com Jax e Vox, os irmãos gêmeos seriam os seguranças particulares de Anna, com a ordem direta de não deixarem ninguém passar pela porta do quarto com exceção dos médicos e enfermeiros.Lucca foi mandado para Milão a trabalho para ficar longe do hospital. Ele gritou, xingou, esperneou e fez as malas. Greco recebeu a informação que Alessandro tinha ganhado alta hospitalar e estava em casa. Verone não abriu o bico sobre o que aconteceu. Certamente, estava ocupado demais mimando Alessandro.Anna continuava sendo tratada pelos melhores profissionais, e estava tendo uma ótima recuperação. Em alguns dias ela voltaria para casa, e Greco já estava tomando providências para deixá-la o mais confortável possível. E claro, sob um rígido esquema de segurança.Sentado na cama, Alessandro estava pensativo. Ele estava aliviado por estar em casa, mas não estava feliz. Greco pagou o hospital como tinh