No cartório de registro civil, Lucca estava tranquilo ao lado do juiz de paz, a espera da sua futura esposa. Greco olhava para ele e tremia de ódio. Após alguns telefonemas, tinha conseguido uma cópia dos documentos de Anna, e após pagar o cartório, tinha conseguido um horário e a licença para o casamento. Lucca sabia que estava sendo um canalha e estava confortável com a situação. Ele é o Príncipe Da Morte, todos devem temê-lo, e vão. Principalmente Anna, que acabava de passar pela porta.
Ela parecia um cachorrinho assustado ao ver ele, Greco, outros seguranças, o juiz de paz e o tabelião. Lucca não deu importância para o desespero estampado no rosto de Anna. Ela tinha chorado e borrado a maquiagem, porém, os olhos de Lucca percorreram todo o corpo curvilíneo daquela que em breve seria sua mulher em todos os sentidos da palavra.
Paris a levou até ele. O segurança estava exausto depois de tentar consolar uma mulher aos prantos.
Com a mente entorpecida, Anna não esb
Anna encostou na porta fechada e levou a mão ao peito, seu coração ameaçava sair pela boca. Ela teve que ter muito auto controle para não beijar Lucca. Em muito tempo, Anna sorriu de forma espontânea pela primeira vez. O pavor que sentiu a princípio ao saber que se tornaria a esposa de Lucca, estava aos poucos se dissipando. Eles têm algo em comum, um coração quebrado. Na medida certa, talvez, ambos possam se curar.Anna revirou os olhos ao lembrar que tinha deixado a mala que Paris lhe entregou após o casamento, na sala. Ela precisava de um banho e um pijama confortável. Anna duvidou que Paris tivesse colocado um pijama decente na mala. Na verdade, era uma maleta de mão para uma noite só.Lucca tinha planos, e provavelmente estava frustrado. Anna quase sentiu pena do marido. Às vezes ele é tão vulnerável. Novamente, um sorriso bobo fez Anna suspirar. Ela ficou brava consigo mesma. "Pare com isso!"Uma batida na porta.- Você esqueceu a mala. Vai querer ou va
Após o casamento de Lucca e Anna, Greco estava a caminho do hospital antes que Alessandro cumprisse a ameaça que tinha feito. Bambino estava sedado, mas como a sorte não estava do seu lado, Greco decidiu não arriscar.Ele não tinha a mínima ideia do que iria dizer a Alessandro sobre Anna. Talvez a verdade. Ao seu lado, no banco de trás da BMW, Paris cancelava os seus compromissos.- Isso não é bom para os negócios, chefe.- Foda-se.Greco deitou a cabeça no banco e fechou os olhos.- Eu estou vivendo dentro de um pesadelo, Paris.O segurança respirou fundo.- Lucca perdeu o juízo que eu desconfio que ele nunca teve.- Sim. E agora, a lealdade dele está no meio das pernas da Anna. Você precisava ter visto a forma como ele falou comigo. Eu confesso que quase me mijei todo.Paris riu divertido.- Pelo que você me disse, ele só falou verdades. Não seria de tudo ruim, você e Alessandro se entenderem.- Isso nunca vai acont
Bambino acordou com um sobressalto. Ele levou um susto ao perceber que já era dia. O dia do enterro do seu pai. Ele levantou apressado, tomou banho e vestiu um terno preto. No iPhone várias ligações perdidas. Ele precisava ir até o IML. Ao sair do quarto, cumprimentou os seguranças e foi em direção a sala.Paris sorriu para ele.- Eu espero que tenha dormido bem.- Feito uma pedra. Eu não me lembro de ter bebido ontem.- Desgaste emocional. Eu sei que não é um bom dia, e por isso, gostaria de me colocar à sua disposição.Bambino sentou na mesa farta do café da manhã.- Eu agradeço. E Greco?- Ele deve estar chegando. Ele passou a noite no hospital com Alessandro.Bambino arqueou a sobrancelha.- Eles estão juntos novamente?- Eu diria que ainda é muito cedo para arriscar um palpite. O que realmente importa, é que a família vem em primeiro lugar. Verone, o chefe de segurança do Alessandro, vai representá-lo no funeral do seu
Lucca sabia que desobedecer outra ordem de Greco, estava fora de questão. No entanto, ele não estava gostando da frieza de Bambino. O garoto estava com a vantagem, cercado pela família, amigos e seguranças, era só dar a ordem. O olhar mortal que ele lançou para Greco após ler a mensagem, deixou claro que ele tinha sido informado quem estava por trás do assassinato do pai.Responsável por tudo o que estava acontecendo, Lucca decidiu agir. Ele guardou o rifle sniper na bolsa preta que sempre carrega com outras armas menores e munição, saiu do seu esconderijo, guardou a bolsa no carro, e com apenas uma pistola .40 na cintura, Lucca entrou no salão onde acontecia o velório. De terno preto, ele se misturou a multidão.Greco praguejou.- Desgraçado! O que ele pensa que está fazendo?!Paris observou Lucca se aproximar do caixão. Ele tirou o óculos escuros, olhou para Matteo com profunda tristeza e fez o sinal da cruz
Anna levou um susto ao entrar no quarto e encontrar Lucca sentado na cama apenas com uma toalha preta em volta da cintura. Os cabelos úmidos pelo banho recente caíam pela sua testa, sua pele pálida estava com uma aparência aveludada e as tatuagens sombrias brilhavam sobre os seus músculos. A imagem da perfeição.Porém, o brilho intenso nos olhos azuis, deixou Anna preocupada.- Eu não vi você chegar.- Eu entrei pelos fundos. Onde você estava?- Jantando na cozinha. Laura, uma das empregadas, disse que eu podia sair do quarto. Greco deu a permissão.Lucca levantou e estreitou os olhos.- Eu sou o seu marido. Você só faz o que eu mandar.Anna não se deixou intimidar.- Eu estava com fome e você estava demorando para chegar. Os outros voltaram após o enterro. Onde você estava?- Resolvendo umas coisas.- Vai jantar agora?Lucca se aproximou, a raiva por não encontrar Anna na cama, diminuiu um pouco. Ele passou os braços
Verone levantou do chão assim que a porta do pequeno cômodo foi aberta. Após passar a noite rodando pela cidade com uma arma apontada para a sua cabeça, participando do ato covarde e brutal que Greco ordenou contra as propriedades de Alessandro, o segurança não tinha certeza do que o aguardava a seguir.Um homem de preto entrou no cômodo, colocou uma bandeja de comida sobre a mesa, puxou uma cadeira e sentou.- Senta e come.Verone teve uma vaga ideia de quem estava diante dele. Ele obedeceu a voz rouca e profunda do Príncipe Da Morte. Puxou uma cadeira, sentou e começou a devorar o café da manhã.- Greco e Alessandro tinham um acordo. Seu chefe não cumpriu a promessa que fez, e nós tivemos que revidar. Você entende?Demonstrando uma coragem que estava longe de sentir, Verone rebateu:- Talvez Alessandro tivesse honrado com a palavra dele se Greco tivesse devolvido a Anna.Fúria brilhou nos olhos azuis de Lucca.- A Anna é minha agora!
A cama tinha sido levantada, de modo que Alessandro ficasse sentado. Devido ao calor, ele estava descoberto, e vestia o pijama azul do hospital. Sozinho, ele se encontrava desolado. Apesar do sol que invadia o quarto com seus flashes de luz, Alessandro estava em um mundo nublado e choroso, desejando estar morto.Ele secou as lágrimas na manga da blusa, fungou o nariz e de tudo o que tinha perdido, Verone era quem mais estava fazendo falta, com sua presença imponente e paciência inabalável.Quando Greco entrou no quarto, foi recebido com um olhar de desprezo. A dor transpassou o seu coração ao ver Alessandro sozinho e desamparado. Ele engoliu em seco e se aproximou da cama.- Oi.- Veio pessoalmente ver a minha derrota?- Não precisava ter sido assim.Alessandro virou o rosto.- Vai embora. Eu não consigo nem olhar para você.Os lábios de Greco tremeram. Seus olhos azuis marejados com as lágrimas não derramadas pousaram sobre o corpo mu
Verone sabia que estava sendo usado por Alessandro para causar ciúmes em Greco. Mas não tinha importância. Ele queria mais era ser usado mesmo.- Eles machucaram você?- Não. Mas colocaram uma arma na minha cabeça e me obrigaram a fazer transferências bancárias para várias contas. Eu sinto muito.- Está tudo bem. Você não faz ideia do quanto eu estou aliviado por você ter voltado. - Alessandro foi sincero. - Eu preciso de você, Verone.O segurança sorriu.- Você me beijou para deixar Greco com ciúmes. Isso quer dizer que você ainda se importa.Alessandro recostou na cama.- Eu estava com muita raiva quando mandei aquela mensagem para o Bambino.Verone disse secamente:- Ainda bem que o Príncipe Da Morte fez o trabalho dele com excelência.- Esteve com ele?- Sim. Um homem interessante.- De fato. Ele esteve aqui procurando pela Anna, e logo após o enterro do Matteo. Ele veio para dizer que eu não mereço morrer.<