Pedro estava fora de si. Ele voltou a trabalhar e Zoe se viu no direito de voltar para a Conceitos. É claro que Álvaro a aceitou de volta. É isso que um pai amoroso faz. Agora além de ter Zoe fora de casa, tem Álvaro, Dan e Lara colocando mentiras na cabeça de Zoe sobre ele. Bem, talvez haja um pouco de verdades, só um pouco. Mas ele tem sido um bom marido. Sim, porque na cabeça dele estão casados. Só de pensar em Zoe perto de outros homens, Pedro espuma de ódio. A desgraçada não atende e não retorna as suas ligações durante o dia. Ele é um delegado e pode levar um tiro a qualquer momento. Será que ela não pensa que suas ligações podem ser uma emergência? Discutiram de manhã e agora Zoe não tinha ido almoçar em casa. Em um acesso de fúria Pedro atirou o prato de comida contra a parede da sala. O macarr&at
Zoe colocou uma mão na boca e a outra no peito. Na boca para sufocar um grito do mais puro horror. No peito para tentar impedir o coração que estava aos pulos de sair pra fora.Pedro sabia que a porta não estava trancada pelo lado de dentro. Era só girar a maçaneta e entrar. Mas não, quis fazer uma entrada triunfal. Como assim chamar a Polícia pra ele? Ao se dar conta de que ele era um Delegado de Polícia, gritou para Dan:- Eu SOU a Polícia! Palhaço!Pedro entrou, fechou e trancou a porta. Com a violência do chute o trinco foi quebrado. Olhou para Zoe. Ela estava exatamente do jeito que ele queria que ela estivesse: Apavorada.Os olhos azuis turquesa estavam vermelhos e brilhantes. Zoe se ausentou alguns dias da Conceitos para cuidar de Pedro. O que ele esperava? Que ela fosse virar dona de casa? Zoe bateu o pé e voltou a trabalhar. Ama o que faz e não nasceu para ser sustentada por homem. Mas diante de um Pedro bêbado, drogado, furioso e armado, talvez fosse melh
Rafael abaixou a mão pela terceira vez. Estava parado em frente a sala de Pedro. Já tinha levantado a mão três vezes para bater na porta. De manhã Pedro estava agitado. Ao que parece Zoe não atendia as suas ligações. De tarde voltou do horário de almoço com uma hora e meia de atraso. Voltou com a pá virada. Rafael viu os outros policiais rindo e fazendo sinal para ele bater na porta. Rafael mostrou o dedo do meio. Foi vaiado. A porta foi aberta. Os policiais desapareceram no corredor e Rafael foi pego com o dedo levantado. Pedro o encarou esperando uma explicação.Sem graça Rafael abaixou a mão e a escondeu atrás das costas.- Foi uma brincadeira. É ... eu tenho más notícias. - Rafael achou melhor falar de uma vez. - Matheus vai voltar hoje.Pedro estreitou os olhos.- O Governador disse que eu poderia escolher outro delegado.- Tem o dedo podre do Secretário nisso.- É claro que tem. Ele quer me fuder. Até a punheta aquele homem deve bater pensando em mim.Rafa
Zoe, deprimida e machucada, voltou para casa mais cedo. Limpou a sujeira que Pedro tinha deixado, jogou o papelote de cocaína vazio no vaso e deu descarga. Zoe bebeu uma dose de vodka antes de tampar a garrafa e guardar no armário. Subiu para o quarto, tirou a roupa e tomou um longo banho. O rosto ardia, e o couro cabeludo estava sensível por causa dos puxões de cabelo. Pedro tem o hábito de bater nela e puxar seus cabelos durante o sexo intenso que ele gosta. Zoe não imaginou que as agressões físicas e psicológicas fossem se estender para fora da cama. Será que não imaginou mesmo? Desde o primeiro dia viu com os seus próprios olhos do que Pedro é capaz. E nos dias seguintes também. Zoe tentou mascarar a verdade, se agarrando aos lindos olhos azuis turquesa, cabelo e barba dourados, nariz reto, os lábios rosados e sexy, a pele clara, firme e quente, e por fim ao corpo perfeito. No início, Pedro foi incrível. Claro, queria que Zoe se apaixonasse e não fosse embora ao começar a descob
Pedro tomou banho e colocou um pijama de malha azul marinho. Não cheirou cocaína. Dois surtos em um único dia e passaria a noite sozinho na cama. Depois do que tinha feito com Zoe precisava se redimir. E para isso ele tinha que estar lúcido. Estava sendo difícil. Tudo porque jantavam na mesa da sala e Zoe estava sem sutiã. Os seios fartos e firmes, e os mamilos realçados pela fina camisola, estavam levando embora todo o seu auto controle. Ela mastigava e os lábios úmidos fez Pedro gemer sem querer. Ela olhou para ele. Pedro baixou os olhos. Tentou se concentrar na carne assada que por sinal estava divina.- Com quem aprendeu a cozinhar?- Com a minha mãe.Zoe olhava para Pedro. Lindo como o inferno. Ele evitava olhar para ela. Depois que passou o efeito da cocaína, caiu em si e estava arrependido.- Como foi o dia na delegacia?- Matheus voltou.Zoe parou de mastigar.- Não achei que ele fosse voltar.- Eu também não. - Pedro bebeu um gole de suco de la
Pedro estacionou a Land Rover no pátio da delegacia, desligou o motor e ficou dentro do carro. Estava frouxo. Passou a noite em claro fazendo amor com Zoe. Fizeram amor de todas as formas possíveis. Ele foi carinhoso e cuidadoso. Por não estar bêbado ou sob o efeito de drogas, Pedro não bateu em Zoe e nem a machucou de qualquer outra forma. Fez tudo no tempo dela e a fez ter orgasmos múltiplos. Se beijaram, se abraçaram, se tocaram e juntos descobriram do que o outro gosta. Foi prazeroso e divertido. Pedro respeitou Zoe e se sentiu bem com isso. Arriscaria dizer que foi de fato a primeira vez deles. Pensativo, Pedro acendeu um cigarro. No início achou que Zoe seria só uma fase, que ele iria superar. Agora há quase um mês juntos, ele tem a certeza absoluta de que ama Zoe. E isso o apavora.Matheus viu Pedro chegar e olhou no relógio: 07:50H. Ele chegou dez minutos adiantado?- E ai Matheus? Como foi a noite?- Tudo tranquilo. - Matheus respondeu desconfiado.- Ót
Os dias se passaram amenos e serenos. E depois os meses. Pedro manteve a postura durante esse tempo. Ainda comete erros mais nunca mais voltou a partir o coração de Zoe. Trocaram alianças durante o casamento no Cartório de Registro Civil e no Religioso, tendo Rodrigo e Rafael, Dan e Lara como padrinhos. Na delegacia, Pedro também continuou a cumprir sua carga horária de trabalho. Melhorou a relação com Matheus, com os policiais e mantém os detentos na rédea curta.Bebendo e se drogando cada vez menos, Pedro se sente vivo novamente. Teve que fazer escolhas difíceis, mas no final valeram a pena. Zoe dormia profundamente nos seus braços. A barriga de seis meses de gravidez saliente por baixo da fina camisola rosa. Pedro está a três meses de ser pai de um menino e ainda não conseguiu assimilar isso. O que vai fazer com uma criança?Rodrigo acordou com um dedo dentro da sua boca e um corpinho quente em cima d
Zoe gemeu de dor e empurrou Pedro. Foi em vão. Nem do lugar ele saiu. Continuou deitado confortavelmente com parte do corpo musculoso sobre ela, as coxas grossas em cima das suas pernas e o pau duro pra fora da cueca boxer preta. Zoe deu um suspiro profundo, fechou os olhos e levou a mão na testa. A sua vontade era chorar e gritar. Lucas completou um mês de idade. É o bebê mais lindo e saudável que existe no mundo. Porém, é um bezerro esfomeado. Mantém Zoe acordada dia e noite. Seus peitos estão enormes, inchados e cheios de leite. Estão doloridos e os mamilos feridos. Zoe não está amamentando apenas o filho. Pedro também está se alimentando dela. Suas sugadas longas e fortes, somadas com a sua barba machucam Zoe. Lucas nasceu de cesárea. Por ser um bebê grande, os pontos levaram mais tempo para cicatrizarem e por recomendação médica, Zoe tinha que manter o resguardo de 40 dias. Pedro estava contando os dias no calendário.
Matheus, Rodrigo e Rafael olhavam a cena. Porém não acreditavam no que os seus olhos estavam vendo. Rodrigo arriscou tirar os olhos do cadáver e olhar para Pedro. Ele estava sentado no sofá, inclinado para frente e com uma habilidade impressionante usou o cartão de crédito para fazer carreiras de cocaína em cima de um caixote improvisado. Pedro sorriu para ele. Tirou uma nota de cinquenta reais do bolso, enrolou com perfeição e começou a inalar a droga. Rodrigo, cético, voltou a olhar para o cadáver. Era um velho conhecido da Polícia. Luiz Fernando Reis, 28 anos, cor parda, traficante, morto com um tiro no peito. A arma com o silenciador repousava em cima do caixote.- Ele me ligou na delegacia. Disse que estava com "problemas".Rafael avaliou a situação.- Cadê o reforço?Matheus riu de nervoso.- Que reforço? Um delegado de férias sobe o morro, mata um traficante para roubar cocaína e você quer reforço? Sabe por que Luiz Fernando não estava preso? Ele abastece a fav