Lobisomens.
A palavra emperrou dentro da cabeça. Fui para a cama, acordei, tomei banho, comi meu café-da-manhã, escovei meus dentes, me vesti, coloquei a bagagem de Pat na mala do carro, o levei até o aeroporto, demos nosso beijo de até logo, cheguei no escritório e a porra da palavra não saía da minha cabeça por nada.
Me tranquei no escritório, sem permitir nem que Trish entrasse. Andei de um lado para outro olhando o nada do lado de fora. A vista de São Francisco não era suficiente para me distrair.
- Droga… preciso de alguma informação mais concreta sobre o que está acontecendo. Ou então vou acabar me internando eu mesmo num hospício. – conversar comigo mesmo não estava ajudando. – Rose, querida, poderia vir até aqui.
Ela bateu na porta. Tinha me esquecido que tinha me trancado.
- Desculpe, esque
Voltei para São Francisco aturdido. Não conseguia nem fechar os olhos sem pensar em tudo que o homem em Seul me contou. Peguei Alexander na casa de Trish, disse para ela não se preocupar comigo, mas que não estava preparado para conversar sobre o ocorrido na Coréia e disparei para a casa do lago dos meus pais sem contar para ninguém.Não tem a menor chance de continuar casado com Patrick. Eu estava totalmente desgostoso com sua atitude, mas mais que isso, percebi que não era completamente feliz com ele, alguma coisa ainda faltava em nossa relação, poderia ser até alguma coisa errada comigo, não saberia dizer francamente... e depois de Seul, não importava mais.Admirando a plácida água e o céu estrelado no píer, chorei muito, relembrando cada momento de nós dois juntos, imaginando se em algum momento havia verdade em nossa história, mesmo
Pelo resto da semana, Gabe teve que fazer jornadas duplas por causa de um surto de alguma doença que, por razões óbvias, não o afetou. Conversávamos por apenas alguns minutos, mas todos os dias.Por outro lado, as preparações para a construção dos estúdios e do meu home-office e casa e playground do Alexander tomaram quase todo meu tempo. Trish decidiu me dar um gelo por causa da minha decisão de me divorciar, ela queria acreditar que minha relação era intocável, essa foi uma grande oportunidade para os outros sócios se aproximarem.- Cara, ainda não acredito que você e Patrick se separaram.- Sei, mas para ser honesto, Travis, acho que deveria ter feito isso três anos atrás. Todos os sinais já estavam lá, eu convenientemente me mantive cego para eles para preservar o casamento.- Vivendo uma mentira…
BANG!Em um reflexo impensado, pulei. Tudo parecia estar em câmera lenta. A bala passou por mim, sem sequer tocar um fio de pêlo meu. Com um giro no ar, aterrissei firme, encarei a mulher aterrorizada. Ela deixou a arma cair no chão.A criança, um menino saiu da barraca. Rosnei para sua mãe. Ela estava com tanto medo que se mijou toda, podia sentir o cheiro facilmente. O fedor de medo, mas eu sabia que não ia fazer nada para machucá-la ou a seu filho.A criança estava paralisada em frente a barraca.- Mãe?!- Fique aí, não se mexa! Talvez essa coisa nos deixe em paz.“Coisa?! Ela me chamou de coisa?!”“É o que somos para eles.” – Gabe respondeu.- Papai está bem? – o menino estava preocupado com seus pais. Eu tinha que sair dali, mas como poderia fazer de forma segura?“O que po
Durante todo o trajeto para casa não conversamos, mas nunca me senti mais vivo em minha vida. Ele me levou para sua casa, uma típica casa de subúrbio norte-americana, grande o suficiente para uma família com filhos.Decoração familiar na entrada, toneladas de fotos de pessoas, especialmente de Gabriel, desde criança. Sala de estar, jantar e cozinha no estilo minimalista, linhas retas, simples mas elegante.Alexander ficou do lado de fora e deitou-se na borda da piscina ao fundo. Ele estava exausto. Coloquei-o para se exercitar mais do que estava acostumado. Bem, qualquer corrida seria atípica para nós dois.- Maravilhosa sua casa. E para você sozinho?- Meus pais e avós constumavam viver aqui, mas agora eles preferem estar em sua forma de lobo que humana, se mudaram para o extremo norte. Algum dia te levarei para conhecê-los. Quer alguma coisa? Cerveja, suco, água?
Observar Gabriel dormindo no meu colo era algo que me estava me fazendo um bem incontestável. Ele parecia tão calmo, aquele homem enorme todo na minha e eu totalmente na dele. Jamais poderia pedir por mais. Eu estava completamente alerta, e não havia qualquer motivo para tal. E aqui aqui estava, acariciando os cabelos de meu novo amante, pensando se eu era merecedor disso tudo.Quando ele acordou, aparecendo com nada mais que uma toalha. Que visão. Eu estava preparando o café-da-manhã.- Olá.- Oi, você. – me beijou.- Dormiu bem?- Como nunca. Gostou da surpresa?- Claro. Você quase me matou de susto, mas claro, devo te alertar…- De quê?- Sou altamente suscetível a suspresas, presents…- E sussurros ao pé do ouvido. – ruborizei. – Achou mesmo que passaria despercebido esse fato?- Eu diria beijos, ma
- Não tem ideia do quanto é bom vê-lo novamente. – Ele permanecia com sua expressão séria.- Temos que conversar. As coisas estão um pouco... complicadas. Onde está seu sábio?- Como sabe que encontrei meu sábio? – perguntei intrigado.- Seu cheiro. Mudou. E você parece mais leve. – O homem forçou um sorriso. – Você deve chamá-lo também.- É melhor irmos para algum lugar mais sossegado, não? Venha, vamos para minha residência temporária, ligo para ele no caminho. – dentro do carro dei o comando de voz ao bluetooth para entrar em contato com Gabriel.- Olá, meu Jay…- Oi, querido.- Já está indo para casa?- Sim, e com um convidado muito especial. Aquele homem de Seul veio para nos ver.- Melhor irmos para minha casa. Já estou à ca
Até o momento, Gabriel era o único membro da minha matilha. E apenas isso já era suficiente para disparar meu instinto de proteção, mas ele é mais. Muito mais. Ele é meu sábio, meu amante, o único por quem eu enfrentaria a própria morte para mantê-lo à salvo.Não conseguia parar de rosnar por um momento. Gabriel estava ajoelhado, esperando suas feridas sararem. Han estava estático.- Jay… olhe para mim! – Gabe continuava tentando, mas sem sucesso. – cravei minhas garras no chão para dar o bote. – Meu Jay, por favor... – ele se aproximou de mim, andando com dificuldade e sussurrou perto das minha orelha. – Aqui, veja... estou bem, meu Jay.O escutei, distante, mas ter ditto “meu Jay” e sussurrando no meu ouvido era o pouco necessário para que eu recuperasse meus sentidos. Han estava suando de medo. Meu ros
Corremos para a porta do quarto de Han. Não havia ninguém lá. Farejei profundamente, Han estava em fuga.- Vamos.- Não.- Não?!- Não há necessidade. Ele está os atraindo para longe de você.- Mas por quê? – me preocupei.- Não queremos dar muita informação para o inimigo. Eles devem permanecer ignorantes ao fato de estarmos procurando por seus pais, e...- do meu despertar.- Isso.- O que faremos então? Estou preocupado com ele.- Três recém transformados em revenants não são páreo para Han. Você verá. Enquanto isso, deve tentar dormir um pouco.- Essa pode ser a janela perfeita para procurarmos pelo meu pai. Não posso esperar mais.- Pode ser. Mas meu instinto diz que devemos esperar um pouco mais, talvez Han nos contacte, vamos entrar, fechar