Dias depois...AVA THOMPSON Vincenzo! Não! Não! Nãooooo... Acordei agoniada, com os pulmões funcionando em espasmos. Meus olhos se abriram imediatamente, meu coração estava agitado, causando-me uma forte inquietação. Desviei o olhar para o lado e ele não estava lá. Senti meus batimentos cardíacos acelerarem, assumindo um ritmo frenético assim que as lembranças do maldito pesadelo começaram a tomar conta da minha mente. Lembro-me de que todo o corpo dele estava banhado em sangue, seu rosto completamente deformado e seus olhos permaneciam abertos, porém sem vida. Respiro fundo, levando o ar para dentro de mim, mas o nó em minha garganta estava me sufocando. Aquela sensação ruim começou a queimar por dentro, minha boca ficou seca, então resolvi me levantar. Com passos largos, me movi até a porta e, instantes depois, já estava no imenso corredor, que se encontrava na penumbra. Dei mais algumas passadas e parei no topo da escada assim que me deparei com ele.— O que aconteceu, meu amor?
Na manhã seguinte...ALEX CARTEREu jurei perante o caixão do meu pai que aqueles dois pagariam por toda desgraça que caiu sobre nós e que não iria descansar até que a morte de Bernardo Carter fosse vingada. Chorei, entrei em desespero, mas com o apoio da minha irmã, mantive-me forte para dar continuidade aos meus planos. E para isso acontecer, nem que eu tivesse que entregar a minha alma ao diabo, conseguiria aliados que pudessem me ajudar a destruir esse infeliz chamado Vincenzo Romano.Uma enorme luz apareceu no fim do túnel e com ela, "Anastácia", que propôs uma aliança comigo para que, juntos, destruíssemos Ava. Porém, ela não tem noção de que meu maior alvo é aquele com quem a maldita deseja se unir em matrimônio. Com as informações repassadas por ela, foi fácil bolarmos um plano diabólico, não contra sua rival, mas sim para acabar de vez com o herdeiro do império Romano.A ansiedade me dominava, de forma que não consegui dormir na noite anterior. Desde que me levantei, meus olh
AVA THOMPSONEu estava tão inquieta que tudo o que vinha à minha mente eram as lembranças torturantes daquele maldito pesadelo. Apesar de tentar afastar os pensamentos ruins de lado, não consegui e acabei ligando várias vezes para Vincenzo. Como ele não atendeu, supus que estava em reunião. Clara acabou me convencendo a assistir com ela seu programa favorito e agora me encontro sentada no estofado luxuoso com os olhos cravados no telão à minha frente.- Eu amo Simon - disse ela, sem desviar os olhos do homem à sua frente. Simon Cowell era o criador e um dos jurados do America's Got Talent. A cada atração que se apresentava, Clara ficava eufórica. Continuo com os olhos fixos em cada imagem quando, de repente, senti um calafrio envolver todo o meu corpo no mesmo instante em que meu celular começou a vibrar. O peguei imediatamente, achando que era Vincenzo.- Ava!Ao ouvir a voz aflita da minha sogra, senti um forte desconforto no meu peito. Meu coração começou a bater num ritmo frenétic
VINCENZO ROMANODor! Dor!Tudo começou a escurecer, meus órgãos internos começaram a funcionar em espasmos e minhas forças se esvaíram, os sussurros se tornaram cada vez mais fracos, assim como os batimentos do meu coração iam perdendo sua velocidade. Meus pulmões estavam ardendo e, consequentemente, o ar se esvaindo deles. Eu me encontrava incapacitado e não conseguia reagir, acabei deixando que aquela escuridão viesse me envolver novamente.Meus pulmões, que antes estavam quase estourando, pararam de se contrair e meu coração agora batia no ritmo normal.Havia uma grande paz ao meu redor e, por mais que quisesse despertar, parte de mim queria permanecer naquela calmaria. De repente, uma forte claridade surgiu em minha frente e, com ela, a imagem de um par de olhos gigantes, como se fossem duas safiras, ficaram fixos em minha mente. Pude sentir algo segurando uma de minhas mãos, um toque suave, e, por mais que a escuridão me puxasse, algo naquela luz me dizia que deveria resistir. Qu
AVA THOMPSONDesde o acidente, voltei a dormir no quarto que ocupava antes. Me levanto e meus olhos circulam por todo lugar e se detêm na mala que está em cima da cama. Desvio o olhar e, com passadas trêmulas, caminho até o criado-mudo. Meu olhar fica direcionado para a minha mão esquerda, mais precisamente para o meu dedo anelar, que ostenta a joia mais preciosa que já havia ganhado. O anel que ainda está no meu dedo, embora seja algo muito caro, tem um significado ainda maior, pois foi parte de um sonho onde representava a união entre duas pessoas que decidiram se comprometer em um relacionamento sério e duradouro. Mas, como um simples estalar de dedos, tudo se transformou em um pesadelo.– Eu sinto tanto a sua falta. Eu... Digo e sinto lágrimas descendo, embaçando minha visão. Levo a mão esquerda em direção ao meu dedo, retirando o objeto e o colocando em cima do móvel.Meu coração está doendo muito e tudo que vivi aqui, cada segundo, minuto e hora que passei ao lado de Vincenzo f
VINCENZO ROMANODesde o instante em que acordei naquele quarto de hospital, sinto um vazio como se estivesse faltando uma parte de mim. Aquela desconhecida que até então descobri que se chamava Ava tinha os olhos semelhantes aos que tinha visto em meio àquele clarão e, ao saber pelos meus pais que a mulher era minha noiva, fiquei perturbado.Toda aquela luz emanada dela me trazia um desconforto enorme e aquela situação não fazia sentido. Minha mãe relatou tudo o que havia acontecido e, por mais que me forçasse a lembrar, tudo o que sentia era um latejar intenso em minha cabeça. É difícil acreditar que tantos anos haviam se passado e o choque da realidade só veio a se tornar sobre mim quando olhei meu reflexo no espelho, já que meus pais estavam com a mesma aparência, como se o tempo não tivesse passado para eles.Ao longo dos dias, a tal Ava deixou de vir e toda a inquietação que sentia só ficou pior ainda. Por diversas vezes, um forte clarão surgiu em minha frente no mesmo instante e
VINCENZO ROMANOMeus pulmões estavam ardendo, dificultando a minha respiração. Meu coração parou de bater por apenas alguns segundos, mas isso foi suficiente para me causar um incômodo que jamais havia sentido antes. Sussurros ecoavam ao meu redor, mas ao ouvir o choro de Clara, saí do estado catatônico em que me encontrava.- Eu sei que você não lembra da Ava, mas ajude-a. Ajude minha irmã, Vincenzo - suplicou em meio ao pânico, o qual fazia seu pequeno corpo tremer. Minha mãe se juntou a ela, fazendo-a se acomodar no sofá.- Clara! - digo, e seus olhos logo buscaram os meus, e pude ver que, em meio à tristeza, surgiu um pouco de brilho em seu olhar.- Você lembrou da gente? - indaga esperançosa.- Claro que sim. Agora, eu sei que você está nervosa, mas quero que me conte tudo que aconteceu - faço uma pausa - e minha atenção se voltou para Sebastian, e então prossigo - Enquanto isso, Sebastian, chame Jacob.- Sim, senhor - ele rapidamente sumiu do meu campo de visão, e antes que vies
Algumas horas depois...VINCENZO ROMANOEstou prestes a fazer um buraco no chão. Já fazem mais de duas horas que trouxemos Ava para o hospital e aguardamos por notícias. Desvio o olhar para o casal que está junto a Clara, a expressão cabisbaixa e triste toma conta do rosto da pequena. Continuo inquieto, andando de um lado para o outro, enquanto os últimos acontecimentos surgem em minhas lembranças.Mesmo contra a vontade dos meus pais, fui com a equipe do sargento Oliver. Pela localização do rastreador, eles estavam num galpão que pertencia ao maldito Bernardo Carter. Dúvidas começaram a tomar conta dos meus pensamentos e, ao chegar no lugar, um confronto foi iniciado, já que havia alguns homens armados em prontidão. O barulho de tiros ressoou pelo espaço e não demorou muito para que os malfeitores fossem abatidos. Deixei o carro e, assim que invadimos o lugar, senti a raiva inflando em minhas veias ao ver a minha mulher jogada no chão. Ao gritar o seu nome, o infeliz que então foi re