Hunter percebe a surpresa estampada no rosto dela, mas ainda assim, não consegue ter certeza se Audrey já estava ciente da gravidez. Ele se aproxima dela lentamente, enquanto nota o médico se afastando para abrir espaço para ele.— Aborto? Como assim, aborto? — Questiona Audrey, incrédula, levando a mão ao ventre. — Hunter, o que ele está falando?— Sinto muito. — Murmura Hunter, sentando-se ao lado dela e envolvendo-a em seus braços.— Você sente muito? — Pergunta, empurrando-o com força. — Esse médico enlouqueceu, Hunter? Isso não é possível, Hunter, simplesmente não é. — Vocifera, sentindo uma dor aguda percorrer seu corpo. — Saia, você é um médico de quinta categoria. — Ordena, tentando se levantar da cama, sendo contida por Hunter. — Me solta, Hunter, esse homem é um impostor. Como ele ousa falar de um aborto?Hunter envolve-a novamente em um abraço reconfortante e encara o médico, fazendo um pedido silencioso por privacidade.— Retornaremos ao assunto mais tarde. — Declara Paul,
Na recepção, Hunter atravessa a porta e se aproxima de sua irmã, que o recebe com um abraço ao perceber sua expressão de tristeza e preocupação.— Como ela está? — Indaga Brooke, observando-o se afastar do abraço.— Não muito bem, mas já era de se esperar. — Responde Hunter, detendo seu olhar em Owen. — O que você faz aqui?— Fiquei preocupado com a tua mensagem, vim para te apoiar. — Responde Owen, erguendo-se e envolvendo Hunter em um abraço reconfortante.— Obrigado, mas não era necessário. — Declara, afundando-se na poltrona com um suspiro cansado. — Preciso que você cuide de tudo no escritório, Owen. Me acione apenas se for algo urgente. Por ora, não há o que fazermos, Audrey está sedada. Vocês podem ir para casa. — Conclui, seu olhar perdido no chão, carregando um fardo invisível em seus ombros.— Tem certeza, irmão? — Questiona Brooke, abaixando-se na frente dele e envolvendo-o em um abraço.— Sim, passarei a noite no quarto com ela. Não há necessidade de vocês ficarem aqui. —
No apartamento de Hazel, ela desperta com o incessante toque de seu celular ecoando pelo quarto. Ainda envolta pelo sono, ela estende a mão em busca do aparelho, os olhos semicerrados na tentativa de se acostumar com a claridade. Quando finalmente alcança o celular, o toque cessa, indicando que a ligação foi encerrada.— Que ótimo começo de dia! — Resmunga Hazel, franzindo o cenho ao ver a tela exibir “número desconhecido.”.Apesar da sonolência persistente, ela ergue-se lentamente, permitindo que seus pés toquem o chão frio do quarto. Com um bocejo, Hazel começa a checar todas as ligações perdidas naquela manhã.— Parece que estava em um sono profundo. — Murmura, ao notar a quantidade de chamadas não atendidas.Ao abrir as mensagens, seu coração dispara e seu sangue parece ferver ao ler a primeira delas.“Meu amor, foi incrível sentir seu corpo tão próximo ao meu ontem. Você realmente mexe comigo, querida. Que tal fazermos um novo acordo? Já que não está conseguindo encontrar emprego
O rosto de Hazel empalidece e suas pernas tremem pelo medo, forçando-a a se apoiar na parede para se manter de pé. O olhar preocupado de Kristen apenas intensifica sua agonia. Seu estômago se revira e ela leva a mão à boca, correndo para o banheiro, onde se ajoelha em frente ao vaso sanitário.— Cuido disso. — Declara Kristen, determinada, enquanto guia sua cadeira de rodas em direção ao banheiro.— Parece que Hazel ficou emocionada em me ver. — Comenta Liam, levando a xícara aos lábios, enquanto Evan solta uma risada diante de seu comentário.— Existe alguma chance de reatarem o namoro? — Indaga Evan, acomodando-se em sua cadeira à mesa.— Agora, mais do que nunca, estou convencido disso. — Responde, esboçando um sorriso malicioso nos lábios. — Foi apenas um mal-entendido. Hazel não conseguiu separar o lado profissional do pessoal. Quando a demiti, ela surtou. Mas foi necessário, ela estava cometendo muitos erros.— Você acabou economizando muito dinheiro para mim. Afinal, Kristen est
As mãos trêmulas de Hazel erguem o copo de água aos lábios, enquanto as palavras de Liam ressoam em sua mente, deixando-a perturbada e acuada diante dele. Ela sente o peso das intenções obscuras que podem estar por trás de suas palavras, e o sorriso maléfico dele só aumenta seu temor, contrastando com a tranquilidade aparente dos demais à mesa.— Liam, como você sabe dessas coisas? — Questiona Evan, visivelmente intrigado. — Já foram divulgados os nomes dos envolvidos?— As pessoas adoram fofocar, especialmente sobre escândalos como esse. O nome do homem envolvido ainda é desconhecido, mas o da mulher parece que já descobriram. — Responde Liam, encarando Hazel com um sorriso irônico. — E pasmem, parece que ela não tem ideia de quem seja o pai do bebê.— Liam, desde quando você se tornou um fofoqueiro? — Indaga Hazel, o desconforto evidente em sua expressão contrastando com a firmeza de sua voz.— Meu amor, isso não desperta sua curiosidade? — Questiona, acariciando suavemente a bochec
Na recepção do hospital, Hunter aguarda impaciente pelos médicos que estão cuidando de Audrey. Seu olhar ansioso volta-se repetidamente para a porta, enquanto ele pondera a possibilidade de ir embora, sentindo-se culpado por desejar escapar da situação. No entanto, ao ver Brooke atravessar a porta, um sorriso genuíno ilumina seu rosto.— Bom dia, irmão. — Cumprimenta Brooke, beijando-lhe o rosto e oferecendo um copo de café.— Bom dia. Parece que você leu meus pensamentos. Obrigado. — Responde Hunter, aceitando o café.— Como está a Audrey? — Questiona, sentando-se ao lado dele.— Não consigo dizer ao certo. — Responde, levando o copo aos lábios para saciar sua vontade. — Acredito que ela esteja confusa. Ao acordar, me deu a notícia da gravidez. — Informa, sentindo a mão da irmã parar em seu ombro.— Sabemos bem que, diante de um trauma, podemos nos recusar a aceitar certas situações. — Acrescenta, sua voz carregada de tristeza.— Nunca imaginei que fosse possível sentir tamanha dor p
Hunter para em frente às poltronas e tira o celular do bolso, apenas para perceber que está sem bateria. Com um suspiro irritado, ele caminha em direção à recepção, onde recebe os olhares discretos das recepcionistas.— Bom dia, senhoritas. — Cumprimenta Hunter, apoiando as mãos sobre o balcão. — A senhorita que estava comigo, por acaso deixou algum recado com vocês? — Questiona, sabendo que Brooke não desapareceria sem avisá-lo.— Não, senhor. Mas ela se identificou como acompanhante de uma paciente e está no quarto com ela. — Responde uma das recepcionistas.— Agradeço. Posso dirigir-me ao quarto da senhorita Stone?— Por gentileza, poderia confirmar o seu nome? — Solicita, com um sorriso simpático.— Hunter Hill. — Responde, tocando levemente o balcão com as pontas dos dedos.— Permita-me verificar, senhor Hill. — A recepcionista digita rapidamente algo no computador antes de voltar seu olhar para Hunter. — Sim, fique à vontade para seguir até o quarto dela.Hunter caminha pelo cor
Hunter se acomoda com uma tranquilidade serena em sua cadeira, seus olhos perspicazes fixos em Hazel. Ela luta para conter os sinais de nervosismo que percorrem seu corpo, enquanto suavemente desliza a mão pela testa, tentando dissimular o leve suor que emerge. Um aperto incômodo toma conta de seu estômago, intensificando sua agitação. Observando atentamente a postura dela, a expressão desconfortável de Hazel provoca um sutil arquear de sobrancelha em Hunter, que se sente perturbado pela tensão evidente dela.“Preciso manter a calma.” — Pensa Hazel, ao sentir um leve enjoo se aproximar, abaixando o olhar para evitar o penetrante olhar de Hunter.— Parece estar um pouco nervosa, senhorita Lee. — Observa Hunter com tranquilidade, abrindo a pasta de documentos que repousa à sua frente.— Estou b... — Interrompe sua fala, contida pela mão que rapidamente cobre sua boca.Os olhos de Hunter a acompanham com intensidade, enquanto um silêncio denso se instaura na sala. Ele a observa erguer-se