Eu peguei o celular e quase instantaneamente pude afirmar que era o meu design.Era ainda um rascunho do meu projeto, com alguns detalhes que não havia tido tempo de aperfeiçoar, e alguém o copiou.Mas foi exatamente isso que me fez perceber instantaneamente como meus esboços foram parar nas mãos de Rosa, e não pude evitar sentir um arrepio.- Não se apresse tanto.Gilberto falou com voz suave, oferecendo uma pílula de tranquilidade - Antes de você provar que o design é seu, eu vou resolver essa situação.- Não precisa resolver.Eu acomodei os longos cabelos atrás da orelha, sorrindo levemente - Deixe que a poeira assente, quanto mais, melhor."Antes, eu não tinha percebido que Rosa queria tanto tirar de mim. Já que ela veio até mim, não me importo de lhe dar uma lição."Gilberto tinha um olhar sereno e um leve sorriso - Eu estava preocupado que você não aguentaria essa série de problemas, mas vejo que você já encontrou uma solução?- Sim.Eu assenti - Quando eu estava na universidade,
Ele sorriu e perguntou - Você prefere algo discreto ou algo mais ostensivo?- Algo mais ostensivo.Eu respondi sem hesitar.- Deixe comigo.Gilberto acenou positivamente com a cabeça e me levou até o automóvel - Tenha cuidado, qualquer coisa me chame.Sua voz soava clara e suave, com um poder quase mágico de acalmar as pessoas.Deixei o estacionamento e, quando parei para efetuar o pagamento, pelo retrovisor, vi que ele ainda estava lá, parado, altivo e imponente, seu olhar aparentemente acompanhando a direção em que me afastava.Se eu não soubesse que ele já tinha alguém em mente há tantos anos, poderia ter me questionado se ele estava, de alguma forma, secretamente apaixonado por mim.Dirigi familiarmente em direção ao Grupo Franco e, pelo caminho, liguei para Gloria.- Estarei te esperando no estacionamento subterrâneo em dez minutos.- ...Irmã.Gloria pareceu surpresa - Estou muito ocupada no momento.Minha voz saiu um tanto fria - Então devo subir para te encontrar?- Então... Ire
As coisas aconteceram exatamente como esperado.Assim que deixei o Grupo Franco, a notícia começou a se espalhar entre os círculos.Eu perguntei ao Gilberto, e ele ainda não tinha agido, foi a Rosa que mandou alguém espalhar.— A vice-diretora do Grupo Franco acusado de plágio.A grande maioria das pessoas era facilmente influenciada, afinal, a pessoa que apresentou os projetos inicialmente foi ela.Todos detestavam esse tipo de situação e me chamavam de nomes horríveis.- Plagiadora, você não merece trabalhar nessa área, fora do design!- Roubando o trabalho de outras pessoas, que toda a sua família morra.- Que falta de vergonha, dentro da mesma empresa, até o trabalho de alguém como Nora ela tem a audácia de copiar?Eu estava prestes a desligar meu celular quando a conta oficial de MS postou uma declaração dizendo que convidariam a mim e a Rosa para o prédio no dia seguinte para discutir a acusação de plágio, e também convidaram colegas do setor para "assistir ao drama".No dia segu
Não pude deixar de olhar para ele com gratidão antes de caminhar para dentro e começar a falar com dignidade - Colegas, bom dia, eu sou Nora. Hoje, vim aqui para esclarecer tudo com clareza para todos vocês.Rosa veio logo atrás - Você não veio aqui para provar sua inocência? Então comece.Ela parecia ter certeza de si mesma.Se eu não tivesse o hábito de guardar um trunfo, realmente teria sido levada pela maré dela, sem poder me defender.- Primeiro, gostaria que todos ouvissem um trecho de uma gravação.Peguei meu celular e reproduzi a conversa que tive com Gloria no dia anterior.As expressões das pessoas mudaram imediatamente, Rosa, como se já esperasse por isso, falou calmamente - O que isso prova? Gloria é sua assistente, quem pode dizer que isso não foi encenado por vocês dois?- Você tem razão.Concordei prontamente, tirando de minha bolsa os esboços que havia feito para esse projeto - Veja, este é o rascunho do meu projeto, onde você pode ver claramente pelas alterações que a
- Eu não sou tão dramática quanto você.Deixei essas palavras para trás, sem querer mais me envolver na discussão e me virei para sair.- Você não vai a lugar nenhum! Você tem que me dar uma explicação hoje!Ela, no entanto, subitamente correu em minha direção, tropeçou de propósito e veio direto para mim.Ao meu lado, havia uma grande fonte! Ela me atingiu diretamente, fazendo-me cair na fonte, e eu, com força, puxei seu braço, arrastando-a para dentro comigo!"Ela não queria morrer juntos? Então, que seja."A água gelada penetrou instantaneamente, me encharcando completamente, inesperadamente enchendo meu nariz e boca!Felizmente, a água não era tão profunda. Eu tateei freneticamente em busca de algo para me apoiar quando, de repente, uma mão firme me agarrou.- Nora!No segundo seguinte, fui erguida e envolta em um casaco, caindo nos braços acolhedores de alguém!Eu tossia sem parar, ainda me recuperando, quando ouvi Gilberto gritar em direção ao local da fonte, onde ainda havia bri
Observando sua reação, uma sensação indescritível de prazer súbito surgiu dentro de mim.Esse prazer me estimulava a falar mais ainda.Eu me sentia meio atordoada e podia sentir meu corpo esquentando, mas meu espírito estava extremamente exaltado, não conseguia me preocupar com mais nada, só queria desabafar, estava ansiosa para fazer isso.Encarando seus olhos escuros, esbocei um sorriso e comecei a falar com extrema crueldade - Sim, quando descobri, estava apenas com cinco semanas, muito pequeno, tão pequeno que nem tinha batimentos cardíacos ainda, e havia risco de um aborto espontâneo. Eu sentia muitas dores abdominais naquela época, era porque eu estava grávida.Lucas me olhava embaraçado, mexendo nos lábios - Por que... você não me contou?- Foi no nosso terceiro aniversário de casamento que descobri, estava tão feliz e ansiosa para compartilhar essa notícia com você, preparei um jantar à luz de velas para comemorar, e escondi o exame dentro do bolo que fiz, esperando te surpreen
Ainda sentindo que não havia desabafado o suficiente, eu sorri de leve e disse - Lucas, quando eu sofri o aborto, você estava ao lado de outra pessoa. Quando eu saí da sala de cirurgia, você ainda teve coragem de me dar um tapa, perguntando por que eu não a impedi, porque eu também estava grávida... Eu tinha medo de me machucar... Eu não ousava! Você está satisfeito com essa resposta agora?- Nora..."Essa foi a primeira vez que vi um olhar tão perdido no rosto dele, ele estendeu a mão, querendo segurar a minha."Inesperadamente, porém, uma mão o deteve em seu caminho!Gilberto havia retornado de repente, com um misto de gentileza e firmeza - Você veio acertar as contas por Rosa, não é? A culpa foi minha, Nora não teve nada a ver com isso.Lucas, em um instante, voltou à sua indiferença habitual, com uma risada fria - As contas entre nós serão acertadas mais tarde, não precisa se apressar em oferecer sua cabeça.Eu sabia dos métodos de Lucas, então disse - O Senhor Rocha estava tentand
No caminho para o hospital, esyava meio tonta, apoiada no assento do carona, refletindo sobre a expressão dolorosa e abatida de Lucas antes de partir, como se alguém tivesse espremido suco de limão em meu coração."Era uma amargura indescritível. Mas, depois de desabafar, a opressão em meu peito realmente aliviou consideravelmente! Sim. O filho perdido era de nós dois. Por que somente eu deveria sofrer? Ele também deveria sofrer, sofrer junto."Gilberto, dirigindo com uma mão, estendeu a outra e tocou minha testa, preocupado - Você está com febre alta.- Não é nada, apenas um resfriado, uma injeção resolve.Eu disse, tentando minimizar.Afinal, sem o bebê, uma gripe ou febre, um remédio, uma injeção e tudo está resolvido.O Hospital Luz era o mais próximo, Gilberto, preocupado em não perder tempo, não mudou de hospital, e eu também não me importei.Um hospital tão grande, a menos que alguém tenha intenção, é difícil encontrar alguém conhecido.Não esperávamos que, assim que estacionamo