Um homem trajava um terno sob medida de cor escura, seu semblante era frio e distante, e embora seu olhar fosse gelado, emanava uma forte sensação de autoridade, como se fosse um líder nato.Fiquei um pouco perplexa.E então vi Bento imediatamente abaixar a guarda, onde estava agora sua arrogância e insolência? Ele esfregou as mãos e, com um sorriso forçado, caminhou até Lucas, inclinando-se repetidamente - Senhor Franco, Senhor Franco, o que o traz aqui? Eu estava apenas dando uma lição nesta moça ingrata.Minha autoestima foi esmagada por Bento, e apesar de estarmos a um passo do divórcio, eu não queria que Lucas me visse dessa forma lamentável.Ou melhor, que visse esse tipo de parente desagradável.- Você sai, isso não tem nada a ver com você.Eu empurrei Lucas para fora.Eu não queria que meu tio se envolvesse nos meus assuntos, assim como não queria que ele se misturasse nesta bagunça.- Está com medo, é?Bento bloqueou a porta com um passo largo e começou a gritar - Medo de que
Ao ouvir isso, a expressão de Bento mudou imediatamente, claramente constrangido - Isso... isso... somos todos uma família, não há necessidade de ser tão preciso, não é?Lucas, com calma e tranquilidade, aconselhou seriamente - Claro que sim. Tio, quem recebe favores deve retribuir, não tenha vergonha de pedir. Além do dinheiro que ela lhe deu ao longo dos anos, você a criou, certamente gastou pelo menos dez milhões, então eu deveria lhe dar cerca de quinze milhões.- O principal é... o principal é...O rosto de Bento ficou pálido e depois vermelho, até ficar completamente vermelho - O principal é que, depois de tantos anos, como ainda podemos calcular isso?- Não é difícil, de qual banco você é? Vou fazer uma ligação e, em alguns minutos, poderei verificar.- Lucas fingiu pegar seu celular.Bento, assustado, atirou-se sobre ele, dizendo repetidamente, de forma forçada - Senhor Franco, não precisa checar, por favor!Ele estava com medo de que Lucas descobrisse que a forma como ele trat
A voz era calma, mas transmitia um frio que arrepiava a espinha.Parecia que, se Bento ousasse, Lucas poderia esmagar as mãos de Bento sem esforço.Era como se fosse a primeira vez que eu realmente sentia o gosto de ser protegida por ele.Entretanto, a mensagem chegara um pouco tarde demais, e meu coração permanecia impassível.Bento se mexeu, percebendo que, mesmo sendo um homem de grande estatura, encontrava-se incapaz de se mover sob o aperto de Lucas. Trêmulo, ele se apressou em se explicar.- Senhor Franco, foi um acidente, eu juro!Minha tia, vendo a cena, também ficou assustada - Nora...Eu realmente desejava ensinar uma lição a Bento, mas com minha tia naquele estado, não parecia apropriado.Pude apenas puxar o braço de Lucas - Deixa pra lá, solta ele.Lucas, ainda furioso, não era tão fácil de ser apaziguado. Ele fitou Bento com firmeza - Se você bater nela, eu corto suas mãos, entendeu?- Entendi, entendi! Eu não vou... Pode confiar!Bento estava pálido, assegurando repetidam
- Nora Gomes.Ele me olhava fixamente, com um turbilhão de emoções desconhecidas em seu olhar - Eu me arrependo de ter ido ao cartório com você.- Como assim?- Eu não quero me divorciar de você.Sua voz grave parecia envolta em uma névoa.Lambi meus lábios e apontei para o elevador que estava prestes a chegar - Eu vou na frente.Tudo o que precisava ser dito já foi dito. Persistir nesse conflito só leva a mais desgosto.- Eu disse que levaria você...- Lucas!As portas do elevador se abriram, revelando Rosa lá dentro, com um olhar surpreso e uma voz suave - Você não disse que não poderia vir esta tarde? Você veio porque não consegue ficar longe de mim, não é?Não olhei para trás, passei por ela entrando no elevador, e após pressionar o botão do meu andar, nem sequer tive o interesse de ver qual era a expressão de Lucas."Seja desamparo, irritação ou indulgência. Para mim, já não importava mais. O que eu preciso aprender agora, é a deixar ir. Deixar para trás alguém que eu persegui por
Eu peguei o celular e quase instantaneamente pude afirmar que era o meu design.Era ainda um rascunho do meu projeto, com alguns detalhes que não havia tido tempo de aperfeiçoar, e alguém o copiou.Mas foi exatamente isso que me fez perceber instantaneamente como meus esboços foram parar nas mãos de Rosa, e não pude evitar sentir um arrepio.- Não se apresse tanto.Gilberto falou com voz suave, oferecendo uma pílula de tranquilidade - Antes de você provar que o design é seu, eu vou resolver essa situação.- Não precisa resolver.Eu acomodei os longos cabelos atrás da orelha, sorrindo levemente - Deixe que a poeira assente, quanto mais, melhor."Antes, eu não tinha percebido que Rosa queria tanto tirar de mim. Já que ela veio até mim, não me importo de lhe dar uma lição."Gilberto tinha um olhar sereno e um leve sorriso - Eu estava preocupado que você não aguentaria essa série de problemas, mas vejo que você já encontrou uma solução?- Sim.Eu assenti - Quando eu estava na universidade,
Ele sorriu e perguntou - Você prefere algo discreto ou algo mais ostensivo?- Algo mais ostensivo.Eu respondi sem hesitar.- Deixe comigo.Gilberto acenou positivamente com a cabeça e me levou até o automóvel - Tenha cuidado, qualquer coisa me chame.Sua voz soava clara e suave, com um poder quase mágico de acalmar as pessoas.Deixei o estacionamento e, quando parei para efetuar o pagamento, pelo retrovisor, vi que ele ainda estava lá, parado, altivo e imponente, seu olhar aparentemente acompanhando a direção em que me afastava.Se eu não soubesse que ele já tinha alguém em mente há tantos anos, poderia ter me questionado se ele estava, de alguma forma, secretamente apaixonado por mim.Dirigi familiarmente em direção ao Grupo Franco e, pelo caminho, liguei para Gloria.- Estarei te esperando no estacionamento subterrâneo em dez minutos.- ...Irmã.Gloria pareceu surpresa - Estou muito ocupada no momento.Minha voz saiu um tanto fria - Então devo subir para te encontrar?- Então... Ire
As coisas aconteceram exatamente como esperado.Assim que deixei o Grupo Franco, a notícia começou a se espalhar entre os círculos.Eu perguntei ao Gilberto, e ele ainda não tinha agido, foi a Rosa que mandou alguém espalhar.— A vice-diretora do Grupo Franco acusado de plágio.A grande maioria das pessoas era facilmente influenciada, afinal, a pessoa que apresentou os projetos inicialmente foi ela.Todos detestavam esse tipo de situação e me chamavam de nomes horríveis.- Plagiadora, você não merece trabalhar nessa área, fora do design!- Roubando o trabalho de outras pessoas, que toda a sua família morra.- Que falta de vergonha, dentro da mesma empresa, até o trabalho de alguém como Nora ela tem a audácia de copiar?Eu estava prestes a desligar meu celular quando a conta oficial de MS postou uma declaração dizendo que convidariam a mim e a Rosa para o prédio no dia seguinte para discutir a acusação de plágio, e também convidaram colegas do setor para "assistir ao drama".No dia segu
Não pude deixar de olhar para ele com gratidão antes de caminhar para dentro e começar a falar com dignidade - Colegas, bom dia, eu sou Nora. Hoje, vim aqui para esclarecer tudo com clareza para todos vocês.Rosa veio logo atrás - Você não veio aqui para provar sua inocência? Então comece.Ela parecia ter certeza de si mesma.Se eu não tivesse o hábito de guardar um trunfo, realmente teria sido levada pela maré dela, sem poder me defender.- Primeiro, gostaria que todos ouvissem um trecho de uma gravação.Peguei meu celular e reproduzi a conversa que tive com Gloria no dia anterior.As expressões das pessoas mudaram imediatamente, Rosa, como se já esperasse por isso, falou calmamente - O que isso prova? Gloria é sua assistente, quem pode dizer que isso não foi encenado por vocês dois?- Você tem razão.Concordei prontamente, tirando de minha bolsa os esboços que havia feito para esse projeto - Veja, este é o rascunho do meu projeto, onde você pode ver claramente pelas alterações que a