Vicenzo havia aproveitado que Dante estava fora para poder ligar para Giuseppe.

Ele conhecia muito bem o seu filho e sabia que ele estaria mais determinado do que nunca para poder descobrir a verdade sobre a morte de Giulia.

Se isso acontecesse, certamente perderia seu filho e Valentina para sempre e isso o velho Capo se recusava a aceitar.

"- Maldito Rossi. Vou te matar da pior forma possível."

Ele resmunga enquanto aguarda Giuseppe atender. Demora um pouco até que o Consiglier atenda a ligação.

"- Capo?"

"- Até que enfim, porra! Preciso falar com você."

Vicenzo caminhava de um lado para outro enquanto sua cabeça estava a mil. Ele olha Valentina dormir, devido ao efeito do remédio que a menina havia tomado, e depois abre um pouco a porta para ter certeza de que ninguém estava por perto.

"- Desculpe a demora em te atender, pois estamos muito ocupados em caçar o Rossi. O filho da puta é esperto e está plantando pistas falsas."

"- Filho da puta!"

Vicenzo esbraveja enquanto morde o seu punho direito com raiva.

"- Esse desgraçado teve a audácia de ligar para o Dante e... colocou a culpa na morte da boazinha nas minhas costas."

"- Merda..."

Era nítido o desespero na voz de Giuseppe, pois Dante era imprevisível e poderia causar uma grande guerra dentro da própria máfia. Aliás, Giuseppe havia alertado Vicenzo disso quando ele deu autorização para Tiffany seguir com seu plano.

"- Eu te avisei sobre o seu filho ser imprevisível."

"- Eu sei, porra! Nunca mais me deixo levar por uma m*****a vagina de uma bela puta. Agora a questão é jogarmos toda a culpa nas costas do Rossi e deixarmos o Escorpião fazer o resto do trabalho."

"- Você acha que isso irá funcionar?"

"- Mas é claro que isso irá funcionar, porra! Eu o criei e o treinei para que ele seja assim. É igual a jogar um jogo de xadrez, se adiantarmos a jogada do adversário, ganhamos a porra do jogo e já sabemos quais serão os próximos passos do meu filho."

Vicenzo vai até a janela e vê o carro de Dante se aproximar do casarão.

"- Está certo. Eu mesmo cuidarei pessoalmente para que tudo caia no rabo do Rossi."

"- Não espero menos que isso."

Vicenzo desliga o telefone e corre para deitar perto de Valentina. Agora era só tentar dobrar Dante até que tudo estivesse pronto.

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Samantha estava em casa verificando alguns emails que haviam chegado sobre a empresa. Ela estava adiantando o seu trabalho para poder ter um pouco de tempo, já que seria obrigada a invadir a sala dos servidores da empresa para poder instalar o seu melhorado Backdoor, que dessa vez atacaria o computador de Dante sem ele suspeitar.

Neste momento, Miranda aparece toda montada com seu cabelo rosa e vestido dourado.

- Nossa! Você está parecendo uma barra de ouro ambulante.

Samantha fala enquanto cobre os olhos com as mãos. Miranda leva as mãos até a cintura enquanto ri alto daquilo tudo.

- Hoje eu resolvi mostrar para o mundo o quanto que eu valo e essa bicha aqui, vale ouro.

- Percebi.

Samantha sorri enquanto volta a olhar para o seu notebook.

- Vou lá buscar o seu carro. Você não quer vir junto?

- Vou ter que dispensar o convite, pois estou trabalhando. Espero que não seja a mesma banheira que da última investigação. Passei mais tempo na oficina do que investigando.

- Não seja tão dramática, queridinha. Greenview não é uma cidade tão interessante assim.

Samantha ajeita os seus óculos enquanto digita algo. Uma notificação de email aparece e ela abre para poder ver o que era.

Para sua surpresa, era o recibo sobre a compra de uma fazenda que ficava perto de Greenview.

- Miranda, você não vai acreditar. O Dante acaba de comprar a fazenda daquele prefeito safado de Greenview.

Miranda corre até ela com seu salto plataforma de oncinha e pega o notebook nas mãos.

- Quem diria? Ladrão fechando negócio com ladrão.

Miranda fala olhando para a tela tão espantada quanto Samantha.

- Você sabe muito bem que aquele prefeito perdeu tudo que havia adquirido com dinheiro ilegal. Aquelas terras mesmo, ele havia mandado assassinar os antigos donos.

Samantha a olha com reprovação enquanto a drag apenas dá de ombros.

- Mesmo assim, é irônico. Agora, falando sério, O que ele foi fazer lá?

- Ele conhece os Phillips. Talvez ele tenha realmente feito uma viagem de negócios e tenha comprado aquela fazenda para que a empresa produza seus próprios alimentos.

- Ou ele tenha ido buscar um novo esconderijo, caso dê merda por aqui.

Miranda encara Samantha com os olhos estreitos.

- Não adianta me fazer essa cara de inocente. Sei que você ainda passa pano para ele.

- Miranda...

- Não precisa ficar de justificando. Se ele não fosse um criminoso cretino... até que seria um bom partido.

- Você é quem pensa...

Samantha coloca o notebook em cima da mesa de centro e depois se curva enquanto ergue os seus pés e abraça os seus joelhos. Era visível a tristeza em seu olhar quase vazio.

- Ele só se aproveitou de um momento em que estava fragilizada. Já me conformei de que não tenho sorte com homem. Também... quem iria se envolver com uma mulher vazia?

- Nunca mais diga isso.

Miranda vai até ela e enxuga uma lágrima que teimava em cair.

- Você se tornou uma mulher maravilhosa. Sempre luta para proteger as pessoas, mesmo que isso lhe cause dor e sofrimento. Mesmo quando estava do outro lado da lei.

A drag senta no sofá enquanto Samantha deita em seu colo.

- A única coisa que realmente é vazia é a cueca daquele miserável do Brian. Ele tenta compensar o seu pinto pequeno em tentar te diminuir. Então, minha querida, não caia nesse joguinho sujo e eu te arrumo um italiano lindo, honesto e muito bem-dotado.

Samantha começa a rir enquanto Miranda acaricia os seus cabelos.

- Muito obrigada, Miranda. Você é o melhor pai que uma órfã pode ter.

- E você é a melhor filha que uma drag fabulosa pode ter.

Miranda sorri enquanto enxuga uma lágrima que teimava em cair, pois Samantha sempre esteve ao seu lado, principalmente quando ela resolveu se assumir e enfrentar todo tipo de preconceito, tanto no FBI, quanto no cotidiano. Isso só fez fortalecer e muito a amizade entre as duas.