Álex Francis Cartter
Estou entediado, estressado e quase ficando louco dentro desta cela. O que ainda mantém minha sanidade é a amizade com Willy e, agora, Jenniffer que mesmo sendo entrona demais me faz bem, no entanto ela não para de se jogar para cima de mim e a companheira dela está se mordendo de ciúmes. Sou um homem calado, porém altamente perceptivo. A loira “doidinha” está trancada na cela desde que recebeu a carta, certamente, deve ser dos pais ou de algum namorado. Como ela é brasileira, creio que não tenha nenhum parente aqui. A que recebi juntamente com ela era do meu advogado pedindo mais dinheiro, como sempre.
Mais cedo, Rick veio me procurar dizendo que minha mãe estava aqui, e mais uma vez eu me neguei a vê-la. Quero paz e sei que ver minha mãe não me trará esse sentimento.
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O almoço chega um pouco mais cedo. Quando chega a minha vez de pegar, Rick me dá um papel dobrado dizendo que minha mãe pediu pa
“Uma vida adulta... é um desing emergente lentamente, com componentes mutáveis, interrupções dramáticas ocasionais e novos arranjos criativos. “ Jill Ker Conway Megan Shelby Conviver ao lado de Samantha tem me despertado um certo interesse por investigações criminais. Ela demonstra diariamente o quão glorioso é ater-se aos mínimos detalhes, aqueles que passam despercebidos até mesmo aos olhares mais minuciosos e autocríticos. As detentas, aos poucos, têm conhecido-a. Algumas veneram sua incrível beleza, outras, dizem que ela é metida. Cheguei a ouvir de uma das mulheres durante a contagem que Samantha só estava aqui para deixar os homens loucos. Não sabendo elas do quanto essa investigadora tem dado duro para descobrir quem foi o responsável pela morte de Johann. Os homens, por sua vez, estão a cada dia mais alvoraçados e, quando ela passa rebolando o imenso traseiro, eles assoviam e s
Penélope Sanchez Não aguento mais ver a Salsicha atrás de Álex o tempo todo. Ela tem me enviado olhares e sorrisos vitoriosos, porém o que ela não sabe, é que sei muito bem que foi ela quem agrediu Andie e que, mais tarde, isso pesará. O assassino parece estar tremendamente envolvido com os assuntos chatos que ela compartilha. Ontem à noite, ouvi os dois burburinhando até altas horas da madrugada e, detalhe: ela estava na cela dele. Anny deve ter se suicidado milhões de vezes de tantos ciúmes. Tenho pena dessa mulher tão jovem passando por tudo isso, mas tudo na vida é questão de escolha, nada acontece por acaso. Talvez esse seja o inferno pessoal de Anny. ֍ Aproveito que Jenniffer saiu da companhia de Álex para jogar todo o meu charme. Ele caminha em direção à mesa, apresso-me em me levantar e, de propósito, esbarro nele. O aroma de almíscar exala me deixando estonteantemente excitada e ele vidra o olhar a mim.
“Tudo está bem quando acaba bem “ Emily Rodda Jenniffer McDonald Anny mal entra na minha cela e já inicia a aporrinhação. Não para de reclamar que eu só fico atrás de Álex. Parece que ela não entende que tudo isso faz parte do plano. — Anny, pelo amor de Deus, para com essas crises de ciúme — digo e me afundo na cama. — Eu sou ciumenta, você terá que se acostumar a isso se quiser ficar ao meu lado — ela anda de um lado para o outro da cela, seu rosto demonstra o quanto está alvoraçada. — Quantas vezes eu terei que repetir que esse lance com o Álex é somente para implicar a loira sem sal? — Mas ele te olha parecendo que quer enfiar o pau em você — não posso mentir que é isso que eu quero, mas se eu disser é possível que a Anny me mate aqui mesmo. Tento não esboçar uma reação insana. — Não vou fazer isso, Anny, eu amo você! — Diz que
Andie CoolerAngelic está em minha cela, assim como eu, ela não consegue dormir. Estou preocupada demais com Brad para conseguir pregar os olhos e ela está feliz demais com a voz que aos poucos está voltando.— Queria tanto tentar, Andie — ela diz.— Não fique só no “queria”, tente, vamos! — encorajo-a e ela sorri.— Tudo bem, vou tentar cantar a música “Fallin” de Alicia Keys que amo.— Ok, amiga, estou aqui para te apoiar, então, não se preocupe se vacilar — afago suas mãos. Estamos sentadas no chão frente a frente em posição de lótus.Ela respira fundo, fecha os olhos e inicia a canção:I keep on fallin'In and out of loveWith youSometimes I love ya
“O homem é o animal mais triste do mundo. O ato que lhe dá o maior prazer é também aquele que o aproxima mais da morte”. Morris West Megan Shelby Após muita insistência e uma pequena discussão, tanto da minha parte quanto de Samantha, Leona acabou cedendo em relação à entrega de livros na cela de segurança máxima, ou como ela mesma diz Céu Negro. A felicidade de Andie fez meu peito se aquecer, ela adora ler e, com certeza, ler é a única coisa sensata a se fazer aqui dentro. Embora eu me esforce para transferir alegria no presídio, tem sido uma tarefa extremamente difícil, não paro de pensar em Yan e em sua repentina mudança. Mais uma vez, ele me negou sexo e isso tem me deixado triste. Além de não me fazer nem sequer um carinho, ele mal tem me dirigido a palavra. Fico me perguntando: onde está aquele homem carinhoso pelo qual me apaixonei? Na cozinha, deixo a emoção me
Willy Foster Pennie volta e eu sou o próximo. Rick me conduz. Ficar cara a cara com uma mulher tão gata me deixou sem jeito. Além de ser extremamente bonita, a investigadora é fina e chique, coisa que nunca fui mesmo tendo grana pra caralho. Esses negócios de etiqueta nunca fizeram parte do meu vocabulário. Sento-me e olho-a dentro dos olhos que são verdes como duas esmeraldas. — Willy Foster, me conte tudo que aconteceu naquele dia. — Após o café, fomos levados para os fundos do presídio. A Leona inventou a construção de mais duas salas e nós é que pagamos o pato — ergo as sobrancelhas. — Entendi, mas continue por gentileza. Continuo contando tudo o que aconteceu, falando até mesmo o que nós conversamos no dia, das mulheres que queríamos azarar, das feições carrascas dos guardas. Samantha ouve com atenção e paciência. — E por que você estava próximo da sala de monitoramento quando Rick te encontrou? —
“O que mais nossas vidas deveriam ser senão uma série contínua de começos, de dolorosas configurações para o desconhecido, saindo das bordas da consciência para o mistério do que ainda não nos tornamos” David Malouf Rick Travor Adentro à sala de monitoramento e dou de cara com Samantha pensativa com os cotovelos apoiados na mesa e sustentando a cabeça sobre as mãos entrelaçadas. Vejo que está assistindo às câmeras do dia da morte de Johann novamente. O caderno ao lado está repleto de anotações. Ela pega o telefone sem notar a minha presença e disca um número. Observá-la é incrível. — Olá, é a Sra. Still? Aqui é a investigadora do caso do seu marido, Agente Brooks. Preciso vê-la! — ela conversa com a esposa do Johann. O que será que ela quer? Raspo a garganta para anunciar que ela não está sozinha, dando de ombros, ela sorri após pausar as imagens e desligar a ligação: — Olá, Ric
“É engraçado, mas você nunca pensa muito sobre respirar. Até que seja tudo o que você sempre pensa.” Tim Winton Angelic Ross Parker Acordo sorrindo, estou muito feliz com todo o meu avanço e ontem consegui me exercitar bastante. Como Willy disse “um passo de cada vez que é para não tropeçar”. Ele está completamente certo. Não adianta querer realizar os sonhos da noite para o dia, tudo tem seu tempo, suas fases, e são nessas fases que a felicidade mora. Sinto-me como uma criança que aprende a engatinhar, ou, a falar “mamãe” pela primeira vez. Não vejo a hora de contar tudo isso aos meus pais. Abro a porta da cela e todos já estão na sala central. Parece que dormi mais do que a cama. Jenniffer como sempre me olha com nojo, tenho uma preguiça dessa guria. Com a minha escova de dentes em mão, caminho em direção ao banheiro. De propósito, ela se levanta e se esbarra em mim. Reviro os olhos.