Quando Cristal entra em seu apartamento, encontra a casa escura e bagunçada, e Gerônimo sentado no sofá, com a arma na mão e a cabeça apoiada nela. Ela corre até ele e o abraça com força.
— Céu, meu Céu! — é a única coisa que Gerônimo consegue dizer, enquanto solta a arma, a aperta contra o peito e a beija na cabeça —. Pensei que não ia te ver tão cedo; eu estava morrendo de desespero sem saber o que fazer. — Desculpe, amor, me perdoe — balbucia ela, sem parar de chorar e beijando-o. — Por que você me pede perdão? — pergunta Gerônimo, que a abraça feliz. Parece impossível que ela tenha conseguido voltar para ele. Por isso, ele a segura com todas as suas forças, como se temesse que a tirassem dele novamente. — Não sei, sintCristal balança a cabeça, sem ter ideia de que, no mundo da máfia, apontar armas para a esposa de um chefe é uma das ofensas mais graves que existem. As famílias, especialmente as esposas, são território sagrado e intocável. Fazer uma emboscada assim é uma declaração direta de guerra, um insulto que só pode ser lavado com sangue. — É uma sentença de morte — sussurra Cristal, compreendendo finalmente a gravidade da situação.— Isso, querida, foi uma clara provocação. —O Gerónimo diz muito seriamente.—E agora estamos obrigados a responder para demonstrar nossa supremacia.— Não entendo, se eles só apontaram. Vocês também fizeram isso — diz ela, com inocência.— Sei que você não entende, meu anjo — responde ele, apertando-a contra si, sentindo-se culpado por envolvê-la nesta vida. — Os Garibaldi são conhecidos por nossa brutalidade ao vingar ofensas contra os nossos, e que alguém tenha se atrevido a ameaçar a esposa de um de nós significa que haverá represálias devastadoras. Não importa
Ellie olhava para Cecil com raiva e continuava negando a verdade com veemência; estava furiosa porque ela soubesse todas aquelas informações. — Com certeza ela inventou essa esposa porque estava chateado com os pais! — diz, tentando justificar o que Gerônimo fez. — Por que você diz isso? — pergunta Cecil, que cresceu com os dois rapazes e confia neles. — Guido me disse que seu irmão encontrou sua alma gêmea e que ela era muito linda; ele não teria motivos para mentir para mim. — Não é assim, eu te digo, Cecil! — vocifera frustrada Ellie. — Ela será como todas as outras, você vai ver. — Não sei o que te dizer — responde Cecil, recostando-se novamente na cadeira. — É a primeira vez que ouço Gerônimo apresentar uma garota, e não apenas isso, apresentou como sua esposa. As palavras de Cecil pairavam no ar, cheias de uma tensão palpável que nenhuma das duas estava disposta a romper. Ellie cruzou os braços, querendo fulminar com o olhar a jovem, e depois olhou para o chão, tentando ent
Ela a viu se afastar sem olhar para trás. Em seguida, Asiri se vira para olhar para Ellie, que está vermelha de raiva, e a ouve dizer:— Quem ela pensa que é? — resopra, irritada porque nada saiu como planejou —. Acho que, só porque os Garibaldi pagam boas escolas, ela é igual a nós.— Ellie, os Garibaldi não pagam nada para ela — diz Asiri, também se levantando —. Os pais dela, que são bons trabalhadores, fazem isso.— K, k, k — ri Ellie com todas as forças —. Não seja boba, Asiri. Você realmente acha que ela estaria na melhor universidade se eles não pagassem a matrícula?Asiri a olha, realmente irritada, tira o dinheiro para pagar o que consumiu e, enquanto faz isso, diz a Ellie, com seriedade, que ela está muito enganada. Cecil estudou muito e conseguiu uma bolsa. Ela ainda estuda e é a melhor da classe. Os Garibaldi não pagam nada para ela, ela conquistou tudo com seu esforço.— Mas vamos parar de falar dela e nos concentrar no que me trouxe aqui. Então você me fez investigar a v
O Greco observa como Maximiliano leva sua irmã Cristal, que está tremendo. Ele olha em silêncio para Fabricio Garibaldi, que mal o cumprimenta antes de se virar e caminhar em direção ao filho Filipo para depois ir embora. Ele procura com o olhar os homens de Luciano. Como ele se atreveu a apontar uma arma para sua preciosa filha? Quem em sã consciência faria algo assim? Ele pensa enquanto observa ao redor.— Você —aponta para um dos homens, que se aproxima imediatamente—, conte-me o que aconteceu aqui com detalhes.— Bem, senhor —começa a falar o homem—, nós chegamos bem na hora em que Gerônimo Garibaldi disparou contra aquele cara que estava ameaçando sua filha.— Não era Luciano? —pergunta, tentando entender.— Não, senhor. Havia um tal de Jarret, acho que foi assim que o Garibaldi o chamou, que estava apontando par
O Greco se encontra preso em uma mistura de fúria e determinação. As palavras de Anastasío atingem sua consciência, mas a imagem de Luciano ameaçando Agapy domina seus pensamentos e atenua qualquer raio de dúvida. Não há volta atrás. A decisão está tomada e é irrevogável. Enquanto Fabrício Garibaldi chega ao negócio, espera que seu filho Filipo entre. Ele o vê chegar e fechar a porta. — Você pode me explicar agora, Filipo, o que está acontecendo? Por que mobilizou todos os homens? — pergunta imediatamente. — Era necessário, papai. Gerônimo estava em perigo — responde Filipo, sentando-se à sua frente. — Em perigo? Por quê? — Fabrício olha para seu filho, esperando que ele esclareça tudo o que aconteceu —. Filipo, você perc
Filipo olhou para seu pai, levantando os ombros. Não gostava de falar sobre o que não sabia, mas tinha certeza de que ele não ficaria tranquilo. — Tudo bem, papai, já mandei investigar — diz Filipo, inclinando-se —. Pelo pouco que entendi, parece que ele era o ex-noivo da Cristal, porque estava gritando que ela era dele. — Olha, a esposa de Gerônimo é uma situação complicada — observa Fabrizio —. Tem certeza de que ela é uma boa mulher? Não está zombando de Gerônimo? — Não sei, papai — responde o filho com sinceridade —. Mas o Guido diz que ela é uma boa e inocente garota. — Ligue para seu primo e diga que ele venha me ver — ordena imediatamente. Ele precisa saber em que se meteram e por que vão à guerra antes de tomar qualquer ação. Fil
Cristal olha para seu irmão alarmada e aos poucos percebe o que significa pertencer a uma família de mafiosos, pelo que começa a se sentir orgulhosa de que temam seu marido nessa organização. Ela se sente protegida, e isso a faz se apegar ainda mais a ele. Embora o perigo pareça espreitar em cada esquina, talvez seja isso que intensifique e torne mais real seu amor. Gerônimo a observa, percebendo a mistura de medo e fascinação em seus olhos. Ele quer protegê-la de todo mal, mas também sabe que não pode prometer a ela uma vida tranquila. Seus dias juntos serão como uma dança perigosa, onde cada passo deve ser calculado e cada olhar, um entendimento tácito da intensa realidade que os rodeia. — Você não precisa se preocupar, meu amor — sussurra Gerônimo, abraçando-a com firmeza —. Estou aqui e prometo ser a barr
Stavri para suas mãos por um momento, observando-o com ternura. Aqueles anos juntos lhe mostraram que, por mais dura que seja a situação, sua maior força sempre foi estarem unidos. Ela se aproxima dele, deixando a cozinha por um instante, e acaricia seu rosto suavemente. — Agapi mu, você sabe que ela está confusa e assustada — diz ela, decidida a convencer o marido a aceitar o Garibaldi como genro —. A pobrezinha acredita que você não a quer ao seu lado. Agora, ela não se sente segura aqui nesta casa e foi com seu irmão, que é em quem ela mais confia. Ela nem acredita que eu possa protegê-la, sendo sua mãe. Yiorgo suspira, tomando as mãos da esposa e buscando consolo naquele contato. Em sua mente, começa a refletir sobre todos os seus erros. — Eu causei um terrível dano à minha menina. Eu a quero proteger tant