Saí do banho, evitando cantar love me like you de Ellie Goulding, cujo som ecoava pelo apartamento, trazendo um sossego que eu havia perdido há dias. A melodia parecia aliviar um pouco do peso que carregava, como se a música preenchesse o vazio que eu sentia. Assim que visto uma camisola de seda rosa, saio do closet e encontro Rodolfo encostado no batente da porta. Uma de suas mãos está no bolso da calça, enquanto a outra segurava uma taça de vinho. Ele estava incrivelmente atraente, e eu podia perceber, através de seu olhar travesso, que pensamentos impróprios estavam corroendo sua mente. Tirei a toalha da cabeça, enxugando um pouco mais meus cabelos, peguei um vidro de creme e me sentei na cama, tentando ignorá-lo. Rodolfo observava cada movimento meu com um sorriso malicioso no rosto, enquanto eu fingia uma calma que não sentia. Sentada na cama, comecei a passar o creme nos braços, mantendo meus olhos fixos na tarefa, tentando não me deixar afetar pela presença dele ali. — V
Cinco meses depois...Girei no quarto enquanto me observava no espelho, e a maneira como o vestido rodava era simplesmente belíssimo. A saia volumosa se abriu ao meu redor, como se estivesse flutuando no ar, criando um efeito deslumbrante. O tecido leve acariciava minha pele, me fazendo sentir envolvida em pura delicadeza. A cada volta, o brilho sutil das lantejoulas capturava a luz, refletindo um brilho suave que parecia dançar comigo. Naquele momento, era como se eu e o meu sonho de princesa estivéssemos unidos em um só, materializados naquele vestido de noiva.Já me olhei no espelho mais vezes do que posso contar, apenas para ter certeza de que nada estaria fora do lugar. Cada detalhe parecia perfeito, mas a sensação de que algo podia dar errado ainda me rondava. Ajustei o véu mais uma vez, respirando fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções dentro de mim.Ontem tive uma conversa sincera com Rodolfo, e mais uma vez, prometemos a nós mesmos que permaneceríamos unidos, independ
Aproveitei que Halina estava em uma conversa com Paola e Helena e saí um pouco da festa para pensar. Minha mulher se tornou alguém que eu jamais poderia imaginar... ou talvez esse lado assassino sempre estivesse ali, reprimido por ela.Já se passaram cinco meses, mas ainda me lembro claramente dela me entregando o machado, a autoridade em suas palavras, e a maneira como ela resolveu sozinha o assunto com Zael.Eu estava louco para matar aquele desgraçado, e por isso adorei vê-la enfrentá-lo. Foi o despertar dela, o momento em que finalmente revelou quem realmente era, e eu amei presenciar aquilo. Me regozijei ao saber que Halina não é apenas um rosto angelical, com olhos azuis hipnotizantes e uma boca deliciosamente perfeita, ela é também uma mulher forte e decidida, e isso me fascinou. Ninguém se atreveria a cruzar o caminho dela, não duas vezes.Era disso que eu precisava. Depois daquele dia no galpão, tive a certeza absoluta de que havia escolhido a mulher certa. Halina é perfeita.
— Sim, eu entendo perfeitamente. — Murmuro, observando Helena de longe. — Pensei várias vezes em como tirá-la do seu caminho, na esperança de que você voltasse a ser como era antes. — Confesso, sentindo o peso das minhas antigas intenções. — Foi o acidente dela que me fez parar e refletir. E, por um milagre, tudo se resolveu.A verdade é que o destino deu uma volta inesperada, forçando todos nós a nos ajustarmos. O acidente não apenas mudou o rumo de Alexander, mas também o meu ponto de vista para toda a situação. Olho para Helena novamente, e sei que, apesar dos desafios, certas batalhas não valem a pena serem lutadas.— Helena foi a única vítima da história, e você sabe disso. — Fala. — Mas entendo o seu lado protetor. Você só fez o que foi treinado para fazer.Olho para Alexander, que observa sua esposa com um carinho que quase chega a ser palpável. Sorrio, admirando o amor que ele sente por Helena. — Ela está segura agora.Ele assente, a expressão de determinação se firmando em se
Onde seria o lugar perfeito para passar a lua de mel? Muitos diriam Toscana, Itália; outros, Paris, França; e até mesmo Ilhas Fiji ou Bali, Indonésia... mas a minha lua de mel não será em nenhum desses lugares.Quando desço do carro e retiro meus óculos escuros, mal consigo acreditar que estou na Disney.Sorrio, quase infantilmente, ao ver o castelo ao longe, como se estivesse vivendo um daqueles sonhos de infância que nunca imaginei que se tornaria realidade. Rodolfo me observa em silêncio, com aquele olhar que mistura diversão e adoração. Ele sabia o quanto eu queria estar aqui, mas sempre imaginei que, sendo quem ele é, eu acabaria vindo sozinha.Quando ele disse que escolheria o destino da nossa lua de mel, até pensei que seria Roma ou Japão. Ele manteve tudo em segredo, e ao descermos do avião nesta manhã, entramos direto no carro e viemos para cá.— Disney? — pergunto, surpresa.— Sim. — Ele murmura, com um sorriso discreto no canto dos lábios, avaliando minha reação.— Não acre
Eu nunca gostei da submissão, porque ela faz com que muitas mulheres percam seu brilho. Ainda me lembro do olhar triste de minha mãe e de sua submissão ao meu pai, que a levou à morte. A submissão mata, humilha e destrói. Era isso o que eu pensava... até me ver de joelhos diante do homem que jurou me amar.Rodolfo parece um rei, deitado entre os travesseiros, me olhando como se dependesse do meu toque para sobreviver...E talvez ele dependa mesmo!Sinto uma onda de poder percorrer meu corpo ao tocá-lo. Quando meus dedos envolvem sua ereção, posso sentir a tensão crescente entre nós, e o desejo dentro de mim só aumenta. Cada movimento, cada toque cuidadoso faz com que ele emita um gemido baixo, quase um sussurro, que reverbera em meus ouvidos.Ao deslizar seu pau até minha boca, sinto sua pele quente e pulsante contra a minha língua. O levo o máximo que posso, e isso desperta algo primal dentro de mim. Minha respiração se intensifica à medida que percorro cada centímetro com a língua,
Sete anos depois...Estava no galpão, conduzindo um interrogatório importante, quando o telefone tocou. Era Halina, sua voz trêmula informando que estava começando a sentir dores. Larguei tudo sem pensar duas vezes e saí correndo. Desde o momento em que Halina ficou grávida, meu mundo virou de cabeça para baixo. Com nove meses, ela estava prestes a dar à luz, e meu cuidado com ela havia se redobrado. A ideia de deixá-la sozinha enquanto as dores do parto começavam era insuportável.Mesmo com a ajuda de Alexander e Apolo, a sensação de que não era suficiente me consumia. As tarefas se acumulavam, e eu me via constantemente dividido entre o que precisava ser feito e a ansiedade de estar presente para ela. Ao entrar em casa, meu olhar encontrou Halina na sala. Sua expressão refletia dor, e ela andava de um lado para o outro lentamente, como se estivesse contando os passos. Um nó se formou em meu estômago.— Como você está se sentindo? — perguntei, me aproximando.Ela sorriu, mas a agoni
Eu amo Nova York, e só a pequena menção de ir embora daqui me parte o coração, ainda mais agora que Halina está feliz e casada. Eu queria participar desse momento de tranquilidade com minha irmã, depois de tantos anos separadas. Não consigo acreditar que, em vez de ficarmos juntas, vamos novamente nos separar, mas agora por motivos meus.Está tudo certo na Itália: apartamento comprado, contrato com a imobiliária fechado e até um emprego consegui, numa agência de modelos, trabalhando na área de design. Eu poderia abrir meu próprio negócio, mas, por enquanto, não. Não tenho cabeça nem ânimo para enfrentar mais nada; acho que já tive o suficiente da vida. Aprendi, desde muito nova, qual é o meu lugar.Observo as malas prontas. Irei viajar na manhã seguinte. Já me despedi de Halina, e foi um chororô; meus olhos ainda estão vermelhos e inchados. Esperei que ela voltasse da lua de mel, que durou quase um mês, enquanto cuidava do restaurante dela, que, para minha surpresa, ficou ainda mais i