Ela olhava nos olhos, por um segundo fiquei sem reação então a vi mergulhar. As suas palavras tinham outro significado, pairavam no ar e eu senti que elas não foram levadas pelo vento da praia. Quem quer mergulhar de cabeça em alguém que só conhece a dois dias? Ela levantou a cabeça e riu com certa animação ou talvez fosse o choque da água. — Está muito gelado aí? — Sim. Mergulhei também deixando toda a água me cobrir como um cobertor, estava gelada, mas quando botei minha cabeça para fora da água me sentia renovada “Era isso que eu precisava” pensei. Um mergulho no mar. — Não vá de cabeça com Damon — Falei me aproximando dela. — Você o conhece a dois dias. — Sim, eu o conheço há dois dias. Mas ele tem se mostrado um homem bom, conversamos muito. — Conversam? — Repetir surpresa, Damon não parecia ter conversado muito. — Sim, ele é muito atencioso. Balancei a cabeça lentamente. — E o que mais? — O que mais? Você já deve imaginar…
Fiquei olhando para Damon enquanto ele se afastava, não demorou muito e Jonathan apareceu ao lado de Brad segurando algumas caixas de whisky, sorri, mas ele seguiu em direção contrária ajudando a Brad a carregar as caixas. “Eu preciso me enturmar" pensei, eu não queria ser a chata, e metida, a que sem graça que não conseguia interagir e sabia, que essa festa não acabaria tão cedo, eu precisava me aproximar das meninas. Olhei para o mar por um breve momento e então virei meu copo decidida a me animar. Me aproximei das meninas do qual, já estavam muito animadas e Keyla me puxou. — Até enfim você veio. Deixa eu te apresentar às meninas. — Essa é Lisa, essa é Maria e essa Jose.. Meninas essas é Rosa. — Você é a… Maria estava falando quando Jose deu uma cotovelada nela que se calou e sorriu. — Não precisa ficar tensa, eu não ligo. Maria assentiu e relaxou os músculos. — Cadê sua bebida? — Perguntou Keyla olhando para o meu copo vazio, ela o
Um calor forte percorreu por todo o meu corpo com a proximidade, Damon me olhava de forma diferente, mas continuava imovel. Toquei em seu rosto e então, algo dentro de mim revirou, dentro do meu estômago enquanto o mal estar piorou, tudo girava. Só deu tempo de me virar para o mar e vomitar tudo o que havia bebido, tudo o que havia comido durante o dia. — Isso está horrível — Disse Damon fazendo uma careta. — Cale a boca! — Você comeu camarão também? — Você é nojento, Damon sai daqui. Não quero você olhando! Não achava que Damon fosse obedecer, mas também não esperava pela sua reação. Ele se aproximou mais de mim e com delicadeza começou a juntar os meus cabelos os afastando do rosto. — Se eu sair, quem me garante que você não vai cair no mar e virar comida de tubarão? — Tem tubarões por aqui? — Olhei nos olhos dele. — Sim — Me levantei rápido me afastando um pouco da borda, mas então voltei e senti a mão de Damon na minha cintura. — Ros
Levantei com o meu despertador às sete da manhã e acordei alarmada sentindo meu coração disparar. Olhei para o telefone, eu ainda não havia tirado o despertador, tão acostumada a acordar cedo para medicar o Sr. Antonio e então, começar o meu dia que eu não havia percebido que não precisa mais de despertador. Ele não costumava me incomodar, mas hoje que minha cabeça doía e eu não havia dormido quase nada me sentia mal humorada e arrependida por ignorar o despertador. Estava na hora de tirá-lo, então foi isso que eu fiz. Notei que Jonathan já havia levantado e me levantei também vestindo um hobby desci às escadas da mansão, às centenas de quartos ainda não explorados me causaram curiosidade, logo os exploraria, mas agora só queria saber onde Jonathan havia ido tão cedo. Parei na porta da sala e cruzei os braços me encostando sobre a parede, Jonathan estava tomando café da manhã com Damon, Keyla e Edgar, eu com certeza não queria fazer parte do café da manhã, mas
Os olhos de Renato eram bonitos, bem diferentes de sua personalidade. Ele entrou pelo escritório com o mesmo ar de prepotência e olhou em volta, então disse: — Eu sabia que você ia precisar de mim, eu que cuidava da empresa do meu avô. Voçe, voçe era só uma cuidadora — Ele tocou em um enfeite antigo de cachorro que balançava a cabeça e o botou de novo na estante torcendo o rosto com desdém — Eu nem sei como demorou tanto a me procurar! Suspirei tentando manter a calma, afinal, eu realmente precisava dele. — Vamos trabalhar juntos, em equipe. — Equipe? — Ele repetiu a palavra, parecia surpreso — Você não sabe fazer nada! — Me ensine. — E por que eu faria isso? — Por que senão eu nunca vou aprovar nenhuma das mulheres que escolher para se casar, mesmo que o teste diga que está sendo sincero e que está apaixonado perdidamente pela moça que escolher, ainda assim não a aprovarei. Ele balançou a cabeça assentindo. — Eu queria entender a lógica
Quando cheguei no quarto esperava ver Jonathan, mas ele não estava.Liguei para ele e caiu na caixa postal, então joguei meu telefone na cama e logo em seguida, me joguei. O pensamento de Damon tocando a parte despida da perna de Keyla me deixava incomodada, tentei mudar meus pensamento e então o rosto enfurecido de Renato me veio à mente. Será que não havia nada de bom para pensar? esse era meu questionamento, senti algo macio, delicado e felpudo em meu rosto e abri os olhos para Lily que me alisava caindo sobre os meus cabelos apenas para olhar mais alto. — O que foi em? — Perguntei como se ela pudesse me responder e me sentei na cama a pegando sobre o colo para fazer carinho. Lily praticamente escalou sobre mim, seu miado alto era incompreensível. — Você está irritada também? — Falei em um tom de voz manso e baixo, alisei seu pescoço e a vi se desmanchar sobre minhas mãos quase caindo. Primeiro a segurei, depois eu ri. — Acho que já sei o que quer — A botei na
Eu fui vencida pelo cansaço, dormi bem o que me fez despertar logo pela manhã bem cedo. Deixei Jonathan na cama, ele roncava alto ainda fedia a bebida e sabia que não acordaria pela manhã. Conversei com Josie, Kenya e Maria às únicas que pareciam aos poucos estar me tratando como antes, enquanto todos não adiantava o quanto insistisse, ainda era a madame da casa para eles. Tomei o café da manhã com elas e então fui para a varanda, perto do jardim me espreguiçar. A neblina havia ido embora e já não fazia mais frio o que era surpreendente, já que na noite passada parecia que ia chover. Decidi fazer algo que nunca fiz, mas que sempre tive vontade e caminhei em direção ao lago. A paisagem paradisíaca era agradável aos olhos, eu me sentia bem perto da natureza. Olhei em volta e ao constatar que não havia ninguém à vista tirei a blusa e short rápido e em um surto de coragem e adrenalina entrei no lago me lançando sobre a água, mergulhei. A água gelada sobre o meu corpo e
Um espirro me denunciou, Jonathan se aproximou com uma caneca de chá. O gosto era amargo, mas fazia bem para a garganta, tirei minhas mãos do cobertor. — Como foi que você ficou assim? Dei de ombros e tomei um gole do chá. — Rosa, não minta. Damon disse que você estava tomando banho no lago mais cedo. Meu coração disparou, olhei em seus olhos alarmados. — É, o que ele disse? — Disse isso, que tomou banho no lago, mas que não ficou muito — Suspirei aliviada, Jonathan franziu a testa — Você está estranha! — Eu não devia ter feito isso — Falei ignorando suas palavras, tentando mudar de assunto, abaixei a cabeça e olhei para ela me sentindo culpada pela forma que me sentia atraída por Damon, não queria admitir, mas depois de quase beijá-lo de novo não podia mais negar para mim mesma — Eu agi de forma imprudente, mas sempre tive vontade de nadar naquele lago e nunca pude. Esperar que fizesse mais sol seria esperar meses. — Que sol Rosa? Desde cedo está fazendo frio