O falso casal se despediu de seu convidado e, se a situação já estava estranha, ficou ainda mais, porque, alheia a tudo, em razão da bebida, das lembranças do passado, do conforto que sentia na presença do velho amigo, Viviam abraçou Felipo demoradamente, carinhosamente.
Aquilo era a gota d’água para Gabriel. Já tinha suportado demais!“O que foi tudo isso?” Disse, irritado, depois de fechar a porta e ver a mulher se jogando no sofá.“O quê?” Falou, surpresa.“O que foi isso, Viviam? Você dando mole pro Felipo bem debaixo do meu nariz?”“Gabriel, você tá louco, eu não tava... E, Gabriel, você não é meu marido! Não de verdade. Se eu tivesse...” Acrescentou, com toda calma.“Eu não sou, mas ele acha que eu sou!” Estava cada vezTodos se encontraram nos bastidores a fim de rumar para a festa.Viviam usava um vestido vermelho curto, decotado, que a deixava de tirar o fôlego, sem que ficasse nem um pouco vulgar, sua maquiagem era discreta e o cabelo estava preso em uma trança de lado.Gabriel estava boquiaberto, olhando-a, quandoLeandro, chamando todos para a saída, passou por ele e murmurou um “cuidado para não babar.”Tirado de seu transe momentâneo, ele foi até ela, pegando sua mão e declarando que ela estava maravilhosa, o que a fez ficar feliz e sem jeito ao mesmo tempo.Como ela tinha prometido,Felipo jamais desconfiaria que eles não eram casados. Não com o comportamento dela na festa daquela noite! Ela sentou-se extremamente perto dele, encostava nele o tempo todo, falava em seu ouvido toda hora, segurava sua mão e lhe lançava olhares e sorrisos.O estranho é que, quando el
Os dois trocaram mais alguns beijos até que ela se separou dele, apenas o suficiente para abrir o robe e se livrar dele, com gestos delicados, aproveitando a sensação de ser observada por ele.“Você tava planejando isso quando me chamou pra beber com você, hum?” Disse, ao ver a camisola curtíssima e decotada que ela usava, no mesmo tom azul bebê do robe. Não era uma pergunta, era uma constatação. “Você tá uma delícia com essa camisola!” Disse, deslizando as mãos pelas coxas deViviam, indo do joelho em direção à barra da camisola, onde parou e ficou brincando, roçando os polegares.Ela voltou a beijá-lo, apertando o corpo contra o dele, mais do que antes, sentindo a ereção dele tocar sua intimidade pela primeira vez. Ela já sentia o calor e a umidade entre suas pernas, então criou um atrito
Depois de trocarem mais um beijo e sorrisos maliciosos, ela saiu, lentamente, do colo dele, sentando a seu lado na banheira. Com um gesto, ele perguntou se ela queria sua taça de volta e ambos terminaram o que restava nas taças, ficando em silêncio dentro d’água por mais alguns minutos.“Acho melhor a gente sair. Já estou ficando enrugada.” Disse, mostrando os dedos, como comprovação.“Eu também.” Ele riu, espelhando o movimento dela de mostrar as mãos e, a seguir, pegando a mãozinha dela e beijando, delicadamente, os dedos.Ela se levantou, saindo da banheira e vestido um roupão preto que havia perto dela. Sabendo que o roupão dele estava em seu próprio banheiro, pegou uma toalha bem grande branca e ofereceu a ele, que também deixou a banheira, aceitando-a e começando a se secar, enrolando, por fim, a toalha na cintura.“O q
“Como você faz isso,Gabriel?”“O que?” Respondeu, realmente sem entender do que ela estava falando.“Como você tem esse domínio sobre o meu corpo? Como você faz eu me sentir assim... Tão...Viva?” Ele riu.“Se você não percebeu, babe, eu não tenho controle algum sobre o meu corpo também, quando você chega perto de mim, hum?” Afirmou, com um sorrisinho malicioso nos lábios, fazendo um carinho nela.Os dois começaram a se beijar e acariciar de novo, mas agora com muito mais calma que antes, apesar de ser visível o efeito do contato no corpo deGabriel, agora coberto apenas pela boxer branca.“Você tá cansado, não é?”Viviam perguntou, ao verGabriel respirar de forma mais profunda.“Eu tô um pouco, sim,Vivi... Me desculpa. Eu
Era muito errado pensar nessa paixão como uma doença grave nesse momento em que ela só estava trazendo dor? E, ironicamente logo depois de trazer tanta felicidade, que ele poderia ter cantado pela rua, no meio do temporal, ou gritado o nome dela, a plenos pulmões, no meio do Central Park, ou do alto do Empire State? Agora ele só era capaz de recolher suas roupas e sair, como ela queria. Dizer que estava apaixonado estava fora de questão, é claro. Quem diz isso exatamente quando está sendo rejeitado, tratado como mais um?“Eu não entendo,Viviam. Eu dormi com você aqui nas últimas três noites e você não pareceu se importar nem um pouco. Muito pelo contrário, né?” Ele olhou para ela, mas ela escolheu admirar o chão. “Agora, você chega aqui, me jogando esse balde de água fria, quase me expulsando...”“Gabriel! Eu..
"Acho que todo artista passa por isso... Mas mesmo assim, é frustrante! E no meu caso, eles sempre elogiam tudo! Tudo... A minha interpretação, a minha voz, a minha técnica, o meu conhecimento sobre o personagem. Eu chego a ser aplaudida de pé, mas na hora H, não estão procurando alguém como eu." Suspirou, cansada. "Eu sei que eu não sou bonita o suficiente pras telas... TV, cinema... Masteatro? Até pra trabalhar no teatro agora eu vou ter que fazer plástica no nariz?" Terminou, indignada, irritando-se, ainda mais, ao ver queGabriel ria."Eu não acredito em você,Viviam." Afirmou, ainda rindo."O quê? Você concorda com eles?""Claro que não,Vivi. Eu não concordo... Ou melhor, eu não acho que uma mulher tenha que ser bonita pra fazer teatro. Só que esse não é o ponto. Eu não acredi
Toda a tequila no sangue deViviam fez com que ela tivesse vontade de invadir o quarto deGabriel ao chegar a sua casa de madrugada e, no dia seguinte, causou uma super dor de cabeça, que demorou horas e alguns analgésicos para ser extirpada. Já a conversa comLeandro resultou em uma vontade enorme de mandar tudo para o espaço e dar uma chance real ao que sentia porGabriel. Ele realmente enchia sua vida de felicidade muito mais do que todo o dinheiro e os bens recebidos, apesar de a herança estar sendo bem aproveitada, nos inúmeros cursos e no patrocínio ao coral, que tinha sido, por anos, um sonho seu.No entanto, por alguns dias, ela apenas refletiu. Havia muita coisa em jogo. E se ele gostasse dela, eles tivessem toda aquela química sexual, mas ele não estivesse apaixonado? E se os dois estivessem apaixonados, mas o relacionamento não desse certo, como acontece com muitos casais, mesmo
Gabriel ficou sem palavras, ao ver a mulher entrar na sala de estar da casa, o primeiro e mais formal ambiente da cobertura, onde tinham decidido que receberiam o casal Kevin e Claire, para conversar e tomar alguns drinques, antes do jantar. Ela estava estonteante, em um vestido azul marinho, tomara que caia, curto, com sandálias prateadas de saltos bem finos e altíssimos, os cabelos soltos, bem ondulados, uma maquiagem sem exageros, mas que destacava seus olhos.Se ele a elogiasse e se aproximasse dela, sabia que não iria se conter, então foi até o bar, onde ficavam as bebidas, e começou a servir-se de uma dose de uísque com gelo. Apenas quando estavam distantes e ele tinha os olhos repousados no copo, ele disse que ela estava linda, como sempre, e que, com certeza, Kevin iria ficar impressionado e convicto de não ter motivo algum para ter ciúmes da noiva. Também agradeceu por ela estar recebendo o dono da a