>ALLAN<
Acordei hoje de manhã e procurei pelo meu pai, eu precisava de mais dinheiro. Para minha surpresa ele não estava.Procurei em todos os cantos da casa, mas não encontrei ele.Isso significa que ele passou a noite com a mulher que foi ver? Mas ele nunca passa a noite com essas mulheres. E muito menos leva flores, o que há de errado? Patrício está namorando depois de trinta e nove anos solteiro? Ele não pode fazer isso.Minha mãe não ia gostar nada dessa notícia. Eu precisava falar com ela.Caminhei de um lado para o outro na sala da casa da Estela, com os punhos cerrados e uma expressão fechada.Desde pequeno, cresci ouvindo da minha mãe que Patrício não era um homem de família, que nunca se importou de verdade comigo, que só estava presente porque era obrigado. E agora, depois de anos vendo ele sozinho, ele simplesmente saía para um encontro? Como se nada importasse? Qual o problema daquele cara?Ele está querendo arrumar uma interesseira para>ESTELASenti o meu sangue ferver enquanto caminhava por aquele apartamento medíocre, o meu salto batendo com força contra o chão frio.O vinho na taça balançava conforme eu apertava o vidro com mais força do que o necessário. Meu olhar estava fixo na cidade iluminada, além da grande janela da sala, mas minha mente estava longe dali.Minha mente girava em torno das palavras de Allan:"Patrício saiu com outra mulher. Levou flores. Patrício dormiu com outra mulher".Allan não foi o primeiro a me passar essa informação. Ontem a vadia da Aurora me ligou dizendo que viu Patrício em um restaurante com sua funcionária. Eu pensei que seria apenas diversão de uma noite.Mas flores? Patrício nunca deu flores nem mesmo para sua mãe. E agora presenteia uma funcionariazinha qualquer.Aurora é uma vagabunda que tenta desesperadamente arrancar Patrício de mim desde a faculdade, ela nunca teve sucesso. Mas sempre que se sente ameaçada por outra mulher ela me procur
>ELIZABETHFalávamos apenas uma língua nos últimos dez dias.Sexo.Ele me segurou pelos cabelos com uma mão, meu corpo apoiado em seu outro braço. Eu já estava tão molhada que não sabia se aguentaria se ele entrasse em mim.Ele me curvou sobre a mesa do seu escritório de forma agressiva, mas isso fez com que meu desejo aumentasse ainda mais. Eu o senti massageando seu pau duro contra minha bunda.Suspirei de desejo.Precisava dele.Bem aqui.Agora.- Você tem ideia de quantas vezes sonhei com esse momento, Foguinho? - sussurrou no meu ouvido - Então todas as chances que eu tiver de te comer em cima da minha mesa, eu vou.Patrício e eu estávamos em algum frenesi sexual, onde qualquer momento a sós ou qualquer toque, faz a gente se pegar igual dois adolescentes em início de namoro.Finalmente, seu pênis endurecido baixou até a minha entrada molhada e afundou-se deliciosamente dentro de mim. Cada estocada lentamente me empurrava sobre a
>PATRÍCIO< O vapor quente ainda tomava conta do banheiro privativo da minha sala, e Liz encostou-se à parede fria, respirando fundo. Sorrio, com sua relutância em me deixar sair. Seus músculos estavam relaxados depois do banho, mas seu coração ainda batia acelerado por causa das minhas provocações. Eu sabia exatamente como provocá-la. Eu odiava deixar Liz daquela jeito, mas claro, alguém tinha que se intrometer no meu horário de descanso. Meu corpo está arrepiado, meu pau ostentando uma ereção poderosa pois a sensação de seus toques ainda estavam vivas em minha pele. Passei a toalha pelos meus cabelos, jogando-os para trás, e então me inclinei, deixando um beijo demorado no ombro de Liz antes de ne afastar. - Fique o quanto quiser. Preciso atender uma ligação. - Falei com um tom baixo e rouco Liz apenas sorriu, observando-me sair do banheiro, ainda com um olhar satisfeito, mas decepcionado. Assim que a porta se fechou, ouvi ela deixar escapar um suspiro. Já do lado de fora, eu
>PATRÍCIO< Mantive minha expressão neutra, mas minha mente trabalhando rápido. A visita repentina de Hugo já era inesperada o suficiente. Agora, ele de repente se interessa pelo o meu filho e ainda por cima quer um jantar para "colocar o papo em dia"? Isso não cheirava bem. Cruzei os braços, analisando aquela que chamei de amigo de infância, quando ouvi a porta do banheiro se abrir. Meu olhar instintivamente se moveu para Liz, que saiu calmamente, os longos cachos ainda úmidos caindo sobre os ombros. Ela usava sua camisa social, a bainha da peça ultrapassando levemente a barra da saia lápis. Hugo arqueou uma sobrancelha e observou Liz com um olhar afiado, claramente curioso demais para o meu gosto. - Bem, bem… e quem é essa? - perguntou com um sorriso de lado O tom dele não era apenas de curiosidade, mas de provocação. Sustentei o olhar de Hugo por um segundo antes de responder, mantendo o controle. - Elizabeth. Minha secretária. - Falei tranquilo, mas firme. Hugo soltou um ris
>PATRÍCIO< Assim que a porta se fechou atrás de Hugo, soltei um longo suspiro e passei a mão pelos meus cabelos, pensativo. Algo naquela visita não me descia bem. Hugo nunca foi de aparecer sem motivo, e sua curiosidade exagerada sobre Liz só reforçava que ele estava ali para sondar alguma coisa. Mas o que? E por que? Não demorou muito para que outra batida ecoasse na porta, interrompendo os meus pensando. - Entre. A porta se abriu, e Fernando cruzou o limiar com sua expressão sempre relaxada, mas eu percebi imediatamente que havia um certo peso no olhar do meu amigo. - Então… Hugo, hein? Cruzei os braços, já esperando o que viria. - Você viu ele saindo? - Claro. Aquele sorriso cínico dele é inconfundível. O que ele queria? - falou bufando. Puxei a cadeira e me sentei novamente, gesticulando vagamente. - Veio falar sobre ‘retomar velhas amizades’. E me chamou para um jantar hoje à noite. Fernando estreitou os olhos e puxou uma cadeira, sentando-se de frente para mim. - Hug
>ELIZABETHMe sentei em minha mesa, tentando ignorar a sensação incômoda deixada por Hugo. O jeito como ele me olhou, a forma intrometida como perguntou sobre mim… Algo nele me fez sentir como se estivesse sendo observada demais.Seu olhar penetrante parecia me desnudar de uma forma muito ruim.Soltei um suspiro e passei os dedos pelos cachos úmidos, tentando me concentrar no trabalho. Porém, antes que eu pudesse, sequer, ligar o computador, Jerusa, se aproximou com um olhar curioso e um sorriso discreto nos lábios.- Então… Você e o Patrício? - Perguntou baixando a vozPisquei, surpresa.- Como assim? - me fiz de desentendidaJerusa cruzou os braços e inclinou um pouco a cabeça.- Não se faça de desentendida, Liz. Você saiu da sala dele com o cabelo molhado e usando a camisa para fora, ao invés de para dentro, como quando chegou aqui. - Olhei para a minha camisa social que agora está com as pontas soltas - E, sinceramente, isso já estava óbvio
>ELIZABETHDepois daquela conversa eu não conseguia me concentrar no trabalho.Desde que Jerusa havia deixado aquela insinuação no ar, minha mente não parava de criar possibilidades. Que tipo de coisa poderia ter acontecido com Patrício para que ele tivesse dificuldade em se entregar a alguém? Seria algo da infância? Um trauma familiar? Alguma mulher do passado que o magoou profundamente? Seria a mãe do seu filho?Eu me peguei mordendo o lábio, inquieta.Era estranho pensar que Patrício, tão seguro de si, tão controlador e experiente, pudesse carregar uma dor tão profunda que o fazia relutar contra os seus próprios sentimentos."Não foi culpa dele."As palavras de Jerusa ecoaram na minha mente, aumentando minha inquietação.Passei a mão pelos meus cabelos, suspirando. Eu queria perguntar. Queria saber. Mas como? Não podia simplesmente chegar para ele e dizer: "Ei, Patrício, eu soube que você tem um trauma, quer falar sobre isso?"Isso seria absu
>ELIZABETHAo final do expediente, eu estava arrumando as minhas coisas enquanto falava de coisas triviais com Jerusa, sorrimos com tudo o que era falado.Ela me contou o quanto ela e Fernando odiavam o Hugo. Também disse que Patrício era um coração mole que sempre perdoava as merdas que ele fazia.Ela me contou mais sobre o pequeno Gael, eu adorava ouvir sobre ele e quando não estávamos falando de negócios, falávamos dele.Eu achava tão linda aquela ligação entre mãe e filho, e espero profundamente poder viver isso algum dia.Todos os outros funcionários já tinham ido embora, enquanto nós quatro éramos os únicos aqui além dos seguranças noturnos.Fernando e Patrício passaram o resto da tarde trancados no escritório da diretoria. Então não nos falamos depois que aquele Hugo foi embora.Estava prestes a fechar o expediente, então achei que iria embora sem me despedir, quando a porta se abriu.- Princesas! - Fernando sorriu assim que atravessou o