Beatriz ficou paralisada.Vítor, com o rosto fechado, não lhe deu tempo de reagir e a puxou para dentro de um quarto vazio ao lado.Ele a pressionou contra a porta, baixou os olhos e a encarou intensamente.Beatriz, com as costas contra a porta, tentou recuar, mas não tinha para onde ir.Só restava manter a coluna ereta e olhar para Vítor com cautela:— O que você quer fazer?!"Ele finalmente vai ficar bravo? O perigo está chegando? Ele vai me pedir dinheiro."Vítor permaneceu em silêncio, apenas olhando diretamente para ela com uma expressão complicada.Ele não sabia se a mulher à sua frente era realmente a pessoa que ele havia procurado tanto!Por estar incerto, ele não sabia que atitude tomar diante dela, nem mesmo o que falar.Beatriz, sem entender, percebeu que ele estava agindo estranho desde o carro e agora estava ainda mais certa de que o jeito como ele a olhava era realmente diferente, embora ainda fosse frio, havia um pouco de calor.Vendo que ele não falava, Beatriz tossiu l
Vítor disse:— Isaac, se acalme...Isaac não respondeu, permaneceu de pé ao lado da janela, olhando-o fixamente.Os especialistas em pediatria do hospital se reuniram às pressas na porta, hesitantes em se aproximar.Hélio perguntou em voz baixa à jovem auxiliar de enfermagem:— O que aconteceu, afinal?A auxiliar, entre lágrimas, respondeu:— Eu também não sei, estava ao lado da cama o tempo todo. Assim que vi que ele acordou, perguntei se estava com sede, mas ele não respondeu, apenas me encarou por um momento e de repente ficou agitado...Isaac disse friamente:— Eu já disse, só quero a minha mamãe comigo.Vítor falou:— Isaac, me ouça explicar, ela é apenas uma enfermeira que eu e Hélio encontramos para você, eu...— Eu já disse, não quero ninguém além da mamãe! Não preciso de outras mulheres, só quero minha mamãe...Isaac, como um pequeno animal enlouquecido, começou a chorar e gritar, e em meio aos gritos, tentou pular pela janela.Vítor correu até ele rapidamente e o abraçou com
Vítor tinha os olhos vermelhos e assustadores, o que fez Beatriz estremecer.Ela explicou:— Deram uma injeção para que ele dormisse mais profundamente. Ele está sofrendo muito agora; seu corpo quer dormir, mas seu cérebro está resistindo. É uma luta consigo mesmo, e essa luta intensa pode prejudicar seu corpo, com risco de consequências sérias.Vítor encarou Beatriz por um momento, analisando se ela estava mentindo, e finalmente a soltou.Beatriz suspirou aliviada e rapidamente aplicou a agulha.Logo, o batimento cardíaco de Isaac se normalizou.Hélio suspirou:— Graças a Deus, o coração do Isaac finalmente se estabilizou.Depois de guardar a agulha de prata, Beatriz disse:— Agora só podemos esperar que ele acorde para vermos sua condição. Ouvi dizer que ele e o Simão têm situações parecidas, ambos sofrem de transtorno bipolar. Simão desenvolveu isso depois de ser sequestrado e assustado quando criança. E ele?— Ele tem uma obsessão pela mãe, causada pela saudade excessiva.Beatriz,
Beatriz sentiu uma dor profunda:— O Isaac não foi para a escola?Hélio respondeu:— Não, ele não está em condições de frequentar a escola normalmente.— Vocês tentaram compreender o que ele sente por dentro?Hélio balançou a cabeça:— Não tivemos a oportunidade.— E hipnose?— Tentamos, mas nunca deu certo.Beatriz ficou sem palavras.Hélio disse:— O Isaac é diferente das outras crianças; ele é extremamente inteligente. Você não pode tratá-lo como uma criança comum; ele é esperto, sensível e muito cauteloso.Beatriz olhou novamente para o quarto do hospital, refletiu um pouco e disse:— Eu sei que vocês me chamaram aqui por um motivo, mas eu não sou médica. Aprendi um pouco de medicina tradicional com minha família e, no meu tempo livre, li alguns livros sobre psicologia infantil, então não esperem muito de mim. — Ela fez uma pausa e continuou. — Conseguir acalmar o Simão foi uma coincidência, só posso tentar. Quando ele acordar, vou conversar com ele para tentar entender seus sentim
Vítor estava sentado ao lado da cama, segurando firmemente a mão de Isaac. Hélio o consolou: — Não se preocupe tanto, pelo menos o Isaac está bem por enquanto. As maçãs do rosto de Vítor se moveram, e, não vendo Beatriz, ele perguntou: — E a Beatriz? — Ela teve um assunto urgente e precisou ir. Vítor ergueu as pálpebras: — Ela foi mesmo? — Sim, ela disse que era algo urgente e que precisava cuidar disso. Vítor franziu a testa. Hélio continuou: — Ela é livre, não podemos mantê-la presa, e ainda precisamos da ajuda dela. Se a prendêssemos, não estaríamos apenas causando um conflito com ela? E se realmente ocorresse um conflito, você se sentiria confortável deixando o Isaac aos cuidados dela? Se fosse alguns dias atrás, o Vítor certamente diria que não se importaria. Mas agora, ele não estava certo de que Beatriz era realmente a mãe biológica do Isaac, nem se ela poderia ajudar o Isaac a se recuperar da doença, então seus sentimentos eram complicados. — Vou lá
A casa ainda estava como quando ela partiu; quase nada havia mudado, exceto as pessoas. Ela tinha vivido ali por três anos, era a senhora da casa, mas agora não era mais nada. Uma vez pensou que poderia viver ali para sempre, até fantasiava sobre envelhecer ao lado de Vítor e seus filhos brincando juntos, mas então... Beatriz suspirou; a vida era como um teatro, sempre cheia de surpresas e reviravoltas imprevisíveis. Ela sentia uma opressão no peito, desviou o olhar e pegou o copo para tomar alguns goles de suco, esperando silenciosamente que Vítor voltasse para se divorciarem. Mais de meia hora depois, Vítor dirigiu de volta à Mansão do Sol Poente. Ele só havia estado ali uma vez, no dia em que voltou ao país para se divorciar de sua esposa nominal, e desde então nunca mais voltou. Quando o carro parou, Vítor abriu a porta e mal pisou no chão quando o celular tocou; era Hélio: — Vitinho, o Sr. Michel está no hospital; ele quer te ver. "Deve ser por causa daquele inv
A empregada se aproximou:— Srta. Beatriz, o senhor pediu para avisar que hoje tem compromissos, e o divórcio não será finalizado hoje. Ele disse que entrará em contato amanhã.Beatriz franziu a testa:— Aquele era o Vítor?— Sim, o senhor.Beatriz, em pânico, correu para fora, ainda conseguindo ver o carro do Vítor.Ela corria e gritava:— Pare o carro! Vítor, pare o carro...Mas o carro de luxo preto estava tão rápido que, quando chegou à porta da mansão, nem as luzes traseiras eram visíveis.Beatriz respirava com dificuldade de tanto nervosismo."Que situação é essa? É só assinar o acordo de divórcio, não há disputa de bens, por que tem que ser tão difícil? Ele poderia ao menos assinar antes de sair!"Beatriz estava furiosa, ela estava tão perto de conseguir o divórcio, mas falhou novamente!Será que Deus estava brincando com ela, ou havia alguma maldição nesse casamento? Ela só queria se divorciar, por que tinha que ser tão difícil?!A nova empregada era uma boa pessoa e, vendo o d
— Confie em mim! Eu cuidarei de você, farei de você a mulher mais feliz e mais nobre do mundo! A promessa firme do homem ecoava nos ouvidos de Beatriz Lopes, enquanto ela balançava a cabeça freneticamente: — Não... O homem fez um esforço súbito, Beatriz gritou de dor e desmaiou. Quando acordou novamente, estava sozinha, mas o ar ainda estava impregnado de um odor ambíguo; no chão, amontoados de papel higiênico e roupas desordenadas evidenciavam a loucura que havia ocorrido pouco tempo antes. Beatriz mordia o lábio e apertava os lençóis, sua visão gradualmente se tornava embaçada... Ela era uma mulher casada, e hoje veio ao aeroporto buscar o marido, mas antes mesmo de encontrá-lo, ela perdeu sua pureza, isso contava como traição dentro do casamento? O que ela deveria fazer a seguir? Como poderia enfrentar seu marido? Se lhe contasse que foi ao aeroporto buscá-lo, e que durante um tumulto no aeroporto, um homem a arrastou para uma sala de descanso escura onde ocorreu esse