cap.8

Capítulo 8

Scarlett narrando.

Nem acredito que ele acabou comprando tantas roupas indecentes, afinal porque ele acha que eu vestiria isso?

Continuou indignada após me trocar e finalmente me ver livre da cólica com alguns analgésicos que ele comprou.

Mas estive pensando um pouco sobre o comportamento de Henry, e me recordo bem do que Vicente falou, ainda quando o conhecia como Mathias.

Henry pode se acalmar com a música que ele ouvia sua mãe tocar, a mesma que eu e Vicente tocamos juntos, então eu posso tentar algo sobre isso e para isso tive uma ideia que espero de todo coração que der certo.

Antes de tudo me levanto e tento suportar a dor dos cortes, já não estão tão ruins após tomar os anti-inflamatórios, e posso andar um pouco, mas se minhas pernas falharem quando eu ainda estiver indo até aquele quarto, podem me considerar uma garota morta.

Esperei ele trazer minha janta, me deitei na cama de forma dramática fingindo ainda sentir muita dor e o esperei.

Henry é um amor de homem, ainda me sinto tão envergonhada de tê-lo acusado de algo que ele não fez.

Mas no fundo acabou que não me senti tão mal em pensar sobre o assunto, tirando o fato daquele vídeo estranho e íntimo ter mexido comigo, como assim as pessoas fazem isso?

Eu não tinha ideia de que… meu deus, como eu sou tapada, nem acredito que passei essa vergonha.

Então significa que um dia faremos esse tipo de coisa, isso faz meu estômago revirar, eu não conheço meu próprio corpo, tenho tantas perguntas, mas me sinto desconfortável, além disso ele é um homem bem mais velho óbvio que vai se sentir estranho em me responder isso.

Assim que ele entrou me encolhi apertando a barriga, ele como sempre está lindo, nossa… tenho que focar, já que estou focada em me manter viva neste lugar.

— está se sentindo mal ainda? — Pergunta vindo até mim testando minha temperatura então seguro sua mão.

— Henry… estou sentindo muita dor — Digo fazendo ele se sentar na cama.

— seu braço está doendo? — Pergunta com aquela carinha de culpa que me faz até sentir pena dele, me levanto ficando apoiada sobre meus joelhos na cama seus olhos correm pelo meu corpo de cima abaixo, eu ainda estava usando a camisa dele, mas logo desviou o olhar pigarreando desconfortável, na verdade foi a coisa mais confortável para se vestir aqui.

Esse mão de vaca não que me comprar roupas, o que ele quer? Que eu ande pela casa inteira vestindo calcinha e sutiã? Bom… pelo menos tenho roupas íntimas agora e tem algumas muito fofas.

— tenho uma dor terrível no peito, não me sinto nada bem — Digo me contorcendo de dor abraçando meus próprios seios para esconder o volume me inclino sobre seu peito e espero seus braços ao meu redor, ele segura meus ombros com suas mãos e me deixo cair em seu peito, sinto ele suspirar pesadamente e se inclinar para trás se encostando na cabeceira, tiro meus braços de meus seios e abraço seu quadril fingindo gemer de dor o apertando com força.

Me sinto envergonhada de está fazendo isso, mas conhecendo meu ogro ursinho ele vai se recusar e vai descer para o sótão, não é justo que ele fique em um lugar frio e desconfortável por minha causa, então estou disposta a ajudá-lo e ganhar sua confiança de novo.

— Você tem que me deixar ir, vá comer um pouco — Pede com a voz roupa como se quisesse controlar a respiração seus braços tenta me tirar, mas se ele sair agora, ele não volta mais, então o seguro com força. — o que está fazendo? — Pergunta tentando se livrar.

Henry narrando.

Não sei o que deu nela, como se meus dias não estivessem sendo difíceis desde que a trouxe para cá, ela agora está mantendo contato físico mesmo depois do vídeo que assistiu.

Mesmo que eu me esprema e tente escapar ela se mantém parecendo um carrapato presa a minha costela com a cabeça encostada em meu peito.

Infelizmente não consigo controlar as batidas de meu coração, parei de tentar lutar contra ela quando percebi que minha camisa estava quase revelando seu traseiro, fecho os olhos e tento controlar meu corpo, mas nem rezando, nem rezando…, por tanto que ela se mantenha longe tomando somente meu peito, está tudo bem.

— Não tem o que temer certo? — Pergunta erguendo o rosto para me encarar, seu sorriso terno mexe mais ainda comigo me deixando com vontade de abraçá-la.

— não, você pode confiar em mim — lhe digo e fixo meu olhar em seu rosto, Seu cabelo está solto dividido ao meio ondulado caindo sobre os ombros, alguns pelinhos na raiz desenhando sobre sua testa a deixa ainda mais linda, de longe essa diabinha é a paixão mais louca que já tive em minha vida, sendo que nunca me deixei levar por nenhuma mulher nada vida, mas devo levar em conta que ela deve ser vista só como uma menina.

Mas é impossível com ela vestida com a minha camisa e ainda de bruços deitada sobre meu peito com seu traseiro em evidência, ela nem mesmo se importa, o que será que se passa na sua cabeça.

Ela realmente está determinada a continuar me segurando, mas tenho que ir embora, em algum momento vou ter que dormir e tenho que estar no sótão para proteger ela de mim.

Em meio a suspiros pesados e o silêncio espero que ela durma com o tédio, mas não sinto seus braços vacilarem e se soltarem de meu corpo, a posição que eu estava já estava deixando meu pescoço dolorido, então me concertei e deitei sobre a cama com ela presa em mim, aos poucos foi eu que me sentir entediado, mesmo que excitado aos poucos o sono foi chegando mesmo que eu lutasse.

Scarlett narrando.

Mantenho-me acordada até que percebo seus braços afrouxar de meu corpo, me levanto e tento tocar meus pés no chão.

Não demora muito para ele começar a se mexer corro para a porta e o observo se levantar ao abrir os olhos, mas não era ele, de jeito nenhum, isso me dava um pavor, Henry parece que fica possuído.

— Henry! — o chamo e corro, mesmo com meus pés doendo, mas uma coisa que percebi quando ele está em transe é que ele não corre, ele anda vagaroso e confiante como se fosse inútil a sua presa correr e fugir.

Entro na sala de música e pego um dos violinos, me sento sobre a mesa aliviando a dor de meus pés, escolho um violino e o posiciono e espero que ele entre.

Não teve erro, ele entrou e na mesma hora iniciei a melodia, seu olhar sério estava em minha direção, a cada passo que ele dava meu coração parecia querer pular para fora de tanto medo. As lágrimas já escorriam de pânico, mas a melodia continuava perfeita e esperançosa que aquilo o fizesse acordar.

Ele estava cada vez mais perto até se aproximar a ponto de eu sentir sua respiração pesada, seu olhar estava preso sobre o meu.

Involuntariamente solucei chorando pensando que ele me atacaria.

— Bom… que isso acabe de uma vez — Aperto os lábios fechando os olhos quando a mão dele se estende lentamente em minha direção, passando pelo meu ombro até minha nuca assim como a outra mão então senti seus lábios tocarem minha testa, abri os olhos e encontro o seu olhar terno, ele não dizia uma única palavra.

Deixei o violino sobre a cômoda respirando aliviada, então sinto seus braços fortes me pegando em seus braços, minhas pernas enlaçam em seu quadril e o abraço com força.

Sinto sua respiração pesada em meu ombro, sei que ele sente o mesmo alívio que eu, aquilo foi uma loucura descabida que deu certo, ele acordou do transe.

— Eu quero confiar em você — ouço ele murmurando pesadamente.

— Eu quero conquistar sua confiança de novo, então me deixe te ajudar a superar esse trauma que você tem

— Isso acontece desde meus 18 anos, o primeiro surto me fez matar três pessoas até meu pai me trancar quando percebeu que eu estava tendo constantes pesadelos e fazendo coisas ruins inconsciente. — Diz suspirando pesado me colocando de volta na mesa, mantêm seu olhar admirado preso ao meu, pega gentilmente uma das minhas mãos e beija. — Não tem medo de suas loucuras? — Pergunta enquanto seguro sua mão sem querer soltar, ele sorri ao perceber, mas ele é tão gentil que não tenho a mínima vontade de me afastar.

— Não, na verdade você também não se sentia feliz sendo assim, eu só queria poder te ajudar para que possamos viver em paz, mesmo que não seja como homem e mulher casados

— Como você quer que vivamos? — Pergunta me analisando então engulo em seco.

— Como amigos, como era antes

— Bom… não sei ainda como eu vou reagir nos próximos dias

— me deixe tocar violino para você esses dias e talvez a música faça você se manter são, eu quero muito que você fique bem e futuramente… quando eu for de maior… — Dizia mas fiquei vermelha de vergonha e abaixei a cabeça.

— O que você quer? Façamos um trato então, você toca para mim e você tem o direito de escolher algo ou me pedir algo, mas antes me responda algumas perguntas, ok? — Pergunta com a voz mansa em meu ouvido fazendo a minha pele arrepiar, ele desceu seu olhar para o meu braço e desliza o dorso de sua mão pelos meus pêlos eriçados do antebraço. Parece que ele fez de propósito para provar alguma coisa porque deu um sorriso de canto.

— que pergunta? — inquiri envergonhada virando o rosto, mas ele me puxou pelo queixo me fazendo o encarar.

— Você quer se divorciar? O contrato ainda não foi autenticado, está guardado a sete chaves, você quer acabar com o casamento?

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