Ravi deu as costas para Lila, sem se despedir desceu as escadas. A jovem ficou para trás, apenas assistindo o irmão de sua melhor amiga e agora prometido se afastar dela.Lila baixou os cantos das sobrancelhas, fazendo cara de choro. Aquele era o momento em que o irmão ou tio a amparava. Os olhos dela os procuraram, mas, como uma bomba, ela se lembrou de que os afastou da vida dela. Lila desceu as escadas lentamente, o coração destroçado, precisava se distrair. Quando percebeu já estava na mesa, onde havia alguns bolinhos de tâmaras, tomou o suco que encontrou garganta abaixo sem nenhuma elegância, sem se dar ao trabalho de sentar à mesa. Fingia ter algo forte dentro do copo. Após tomar o suco, colocou os dois bolinhos do tamanho de um salgado mediano na boca, ficando com as bochechas inchadas, sem conseguir mover muito o maxilar ou mandíbula. — Tome cuidado com isso. — ouviu a voz de sua avó, quase engasga. Apenas os olhos esbugalhados denunciaram sua falta de atenção por não perce
Pensando em executar o plano de desligar a luz do cômodo, ela olhou nos olhos de Haidar novamente, acreditou que ele não tinha notado nada, os dedos deslizaram silenciosamente até o objeto na parede, enquanto ambos mantinham o contato visual. — Não posso. — ela disse depois que apertou o interruptor, tudo ficou um breu, agradecia por ainda ter um objeto daqueles em lugar tão moderno.Haidar tentou segurá-la quando ela deslizou por baixo, ele conseguiu agarrar algo frágil, ouvindo o som óbvio de pano rasgando. — Oh! Não! — ouvi-a dizer, se virou para o lado, ficando de costas para a porta, deslizou seus dedos pelo tecido que havia rompido em sua mão, entendeu pela textura leve, ser o lenço que cobria o rosto dela. — Devo pedir desculpas? — a voz dele soou sorridente, enquanto Zahraa se chateou, queria agora mesmo sair dali, por isso caminhou na direção que acreditava ser a porta. — Ainda pergunta? — deu de cara com um muro. As mãos tateiam ali, o rosto esquentou quando sentiu a part
— Preciso. — foi sincera, ele poderia não entender agora, mas recordaria no futuro, então as palavras fariam sentido. — Está bem. — hesitou em tirar as mãos do corpo dela. Pensou em prendê-la para si.Zahraa sentiu a relutância dele, o espaço entre eles se fez presente, mas a voz dele continuava perto. — Quero beijá-la novamente. — confessou por mais vezes. — O momento talvez, não existe mais. — disse ela, procurando a maçaneta da porta do outro lado do corpo. — Existirá! — assegurou com convicção. Haidar não deixaria de procurá-la, ainda mais depois de comprovar que a atração sentida por ela não era somente quando a via no palco, era ainda mais forte depois do primeiro beijo. — Espera! — A mão dele pousou sobre aquela que estava na maçaneta. Os dedos dele apertaram com cuidado os dela, passando o calor da sua pele a dela. — Precisa encontrar seu lenço. — Zahraa gostou da preocupação dele. — Sim, mas… — ele a interrompeu gentilmente. Virando-a de modo que ficasse de frente para
“Não devo me precipitar apenas porque há histórias sobre estar chovendo no deserto.” olhou para cima, sem realmente observar a estrutura de concreto. “Seria o momento de abrir as portas?” Um sorriso deslizou pelos lábios dele, retirou as mãos dos bolsos, colocando uma no capô do carro atrás dele e outra no queixo, a quase barba ressurgindo perto dos lábios deixou a aparência dele mais jovem e consequentemente, mais belo. — Preso a sua própria fantasia? — ouviu alguém que conhecia bem, perguntar.O sorriso que tinha no rosto, somente cresceu, mirou os olhos da mulher loira se aproximando. — Não diria preso. — diz ele. Margaret previa desde o início os planos de Omar, por isso o observava desde então. — E o que considera? — indagou sem perder a compostura, parando a frente dele. — Libertação dos sonhos. — o sorriso dele só a incomodou ainda mais. — O que pretende fazer? — inquiriu ela. — Peço desculpas, mas não tem haver com a senhora. — Foi um tanto frio. O sorriso finalmente s
— Tenho agradecer a você… Obrigado por me avisar! — diz Omar. — Nós iremos nos ver Omar! — assegurou como uma ameaça.Conhecendo bem Nair, ele sabia que tudo que fosse feito pelo mesmo, seria com ajuda da lei, mas ele não poderia fazer nada ainda. Nair estava quase sendo seu cúmplice em tudo, então não tinha cabeça para lidar direito com a situação, isso dava vantagens e tempo a Omar. — Tenha uma boa noite, amigo. — desejou Omar com ironia. — Desejo exatamente o contrário para você! — esbravejou Nair, antes de desligar enraivecido.Omar havia posto a dignidade de Nair dentro do bolso do terno que o próprio sempre usava. O erro de Nair foi não verificar os documentos a mais em sua bolsa, antes de entregar ao cartório e os tornar válidos. Ele havia estragado a vida de Zahraa e se sentia inteiramente culpado por isso. A jovem tinha confiado nele enquanto assinava tudo, aquele dia. Lembra-se com clareza do olhar dela quando tirava suas dúvidas, pura inocência. Ele tinha falhado com el
"Precisamos conversar." — foi a mensagem que acordou Zahraa.Coçando os olhos ela procurou nas entrelinhas alguma dica do que poderia ser. "Me encontre daqui a sete luas no hotel central, durante a noite." — aquela segunda mensagem fez o estômago de Zahraa revirar. — O que Haidar quer comigo no hotel? — uma sensação ruim a assolou por dentro. Tinha muito medo de ser descoberta agora. Procurou no celular a agenda dos dias que deveria dançar, para sua má-sorte, ela teria a semana completa. — Não acredito que ele saiba sobre a minha agenda… — se interrompeu, recordando-se de Ismael, o dono do hotel.Ismael já tinha prometido algo ao príncipe antes, mas ainda não havia feito da forma que todos esperavam, então era provável que entregasse algo em troca, para provar que era um homem de palavra. Isso poderia ser sua agenda, tendo como retorno as visitas constantes do príncipe, elevando o status do hotel. — Ele é o príncipe, é claro que descobriria tudo que quisesse. — resmungou se leva
Zahraa teve curiosidade, mesmo sentindo um arrepio na espinha, Omar parecia sombrio, apesar do sorriso no rosto, sendo amigável ou não, era um sorriso. Qual Zahraa pensou não ter tanto poder quanto naquele momento, pois seu pai se levantou. Com um olhar um tanto receoso o convidou a se retirar de perto da filha. — Recolha tudo e depois vá para o seu quarto! — ordenou. "Como se eu fosse criança." Resmungou Zahraa em seu íntimo, não levantando a cabeça para os vê-los sumir. "Por que todos parecem saber mais sobre a minha vida que eu mesma?" Incomodou-se com o mistério.Enquanto isso, Omar era guiado até o escritório do médico da família Al-Maktoum. — Entre! — pediu Youssef, depois de abrir a porta do seu espaço pessoal, onde ficava a maior parte do tempo durante suas folgas. Omar adentrou o espaço de tamanho razoável analisando tudo rapidamente. Captou tudo que era do interesse pessoal de si mesmo.Uma estante cheia de livros, atrás de uma cadeira confortável, uma mesa pequena, um
— Espere, Zaya! — ouviu a voz de Margaret a parar na frente do camarim dela. — Boa noite, senhora Saeed! — desejou com um leve aceno que recebeu de volta de forma apressada. — Entre, preciso falar com você! — anunciou a loira.Zahraa concordou confusa, foi instruída a entrar dentro do camarim para falarem a sós. Assim que a dançarina entrou, Margaret tirou a chave do lado de fora, fechou a porta por dentro e caminhou até ela, a pondo sentada para ficar à sua frente. Margaret usava um rabo de cavalo alto, ela não se importava muito com lenço ou julgamentos, colocava um apenas quando fosse surgir no salão. — Ouvir dizer que seu representante foi visitá-la ontem, na sua casa. É verdade? — tinha uma certa apreensão no rosto da loira. — Sim. O senhor Al-Baghdadi foi convidado a tomar um café por meu pai, ontem ele resolveu aceitar o convite. — decidiu explicar.Margaret respirou fundo, tentando buscar uma forma rápida e compreensiva de falar a verdade para Zaya sobre as intenções de