Guardiões do Portal
Guardiões do Portal
Por: DmaspUmada
Prólogo

Não é segredo que nossa dimensão não é a única, e que existem milhares nesse universo, uma delas é o palco da nossa história, seu nome é D.M.K um lugar com criaturas míticas

O sobrenatural é o natural ali, o imaterial torna-se material ali.

E nesse universo cheio de criaturas o caos já é esperado, as criaturas as vezes são perigosas demais e os guardiões são os responsáveis por lutar em favor da paz.

Outro evento que também ocorria a cada duzentos anos eram as fendas dimensionais que ligavam essas dimensões a terra, Dominik o planeta principal em DMK abria várias delas, sem motivo ou razão, os lugares eram variados e quase impossíveis de se encontrar, o grupo que estava com o caso tinha conseguido fechar pelo menos quinze delas, mas havia uma última, uma que eles não estavam achando.

Devido a necessidade do momento mudaram a organização para o planeta Terra, o grupo era composto por dois vampiros Charles Miller e Kog Owari, duas fênix Sofhie Garden e Kloud Valence e dois Itsab do fogo, descendentes diretos dos dragões Umada e Himashi. 

A interação entre eles era um pouco falha, cada um tinha um passado complexo ali, Umada e Himashi por exemplo tinham um passado trágico com a fênix Sophie, Kog tinha transformado Charles em vampiro, e apesar da submissão de Charles perante seu criador ao mesmo tempo ele o detestava, Kloud e sua insensatez, acreditava que tudo poderia ser esquecido, um dos seus poderes mais usado era a perda da memória, ele gostava de fazer as pessoas começarem do zero.

Era confuso a relação deles, mas sempre se uniam em duplas para executar as missões, estavam em Oregon naquele momento, ficariam ali até que algum humano tivesse seu destino cruzado pela fenda do portal, enquanto estavam ali recebiam chamados de ajuda para outras dimensões e planetas.

— Bom o chamado de hoje veio de Kaedon, uma Híbrida perdeu o controle e ameaça destruir todo o planeta, ela tem poderes de fogo, e seria muito bom que os Itsab fossem.— Kloud a fênix de chamas brancas dava o aviso em forma de ordem, ele era o líder daquela organização.

— Eu iria, mas estou com o problema em Kanish para resolver, prendemos Ungai, mas a corte decidiu executar o mesmo, e aparentemente eu e meu irmão Umada somos os únicos que tem poder para tal ato.— Himashi explicava a situação enquanto amarrava seus cabelos negros em um coque.

— Claro que pode ir resolver suas questões em Kanish, mas preciso de poder de fogo, então Sophie? — Kloud indagava olhando diretamente para os olhos dourados da Fênix de chamas vermelhas.

— Eu iria a kanish, mas tenho atividade no planeta de Magma, o vulcão entrou em erupção novamente e somente eu posso fazer o mesmo regredir. — a jovem de cabelos amarelos e cacheados respondia com voz melodiosa e arrogante.

— Eu estou Livre, se Umada me permitir posso beber um pouco do sangue dele e assim pegar seus poderes temporariamente, o efeito dura cerca de quinze dias, quando eu bebo o sangue de outros acabado sugando seus poderes e emoções também, mas isso me daria a chance de enfrentar a híbrida.— Charles comentava calmamente, ele queria ficar um pouco longe de seu criador, e uma missão separada seria ótimo pra isso.

— Umada, você permite que o vampiro beba um pouco do seu sangue? — Kloud tinha todo um cuidado para falar com o mestiço de dragão.

— Permito... Mas ele vai precisar de dois dias pra se recuperar, ele comentou que pegava as emoções e as minhas não são as mais saudáveis de serem sentidas. — o passado daquele homem era triste e cheio de mágoas, a fênix chamada Sophie tinha sua parcela de culpa naquilo, por isso ele tinha certeza de que ninguém além dele conseguiria suportar a dor de suas emoções.

— Ele é muito forte, mais até do que eu, e quando começa a se alimentar na maioria das vezes perde o controle, acha que consegue segurar ele. — Kog abriu a boca pela primeira vez naquela reunião, ele tinha medo de que as coisas saíssem do controle, principalmente pelo fato de que Charles era sua responsabilidade.

— Não se preocupe vampiro, eu sei me cuidar, e dessa forma poderemos ir eu e ele para Kaedon. — Umada parecia bem certo do que queria e não tinha medo de um vampiro perder o controle.

— Então amanhã bem cedo abrirei os portais, chamo todos de volta dentro de dois dias, tenham uma boa missão e me tragam boas notícias. — Kloud falou já se retirando da sala de reuniões, ele precisaria descansar agora para que no dia seguinte abrisse os portais para aqueles homens, e ele sozinho ficaria na terra rastreando a fenda dimensional que estava ligada a Dominik.

Kog também ficaria sozinho sem ir a uma missão então decidiu passar esse tempo em seu planeta de origem que vinha a ser Dominik, lá ele também rastrearia a fenda dimensional, não era comum saírem em missões solo ou mudarem as duplas,mas as vezes faziam certos sacrifícios para atender aos pedidos de socorro que chegavam a eles, e é claro que aquela não era a única organização, tinha uma outra que era a base deles, bem maior e ocupava um planeta inteiro por assim dizer, esse planeta era chamado de Zaor, lá tudo era comandado pelo Mago Logan e sua filha Janine, eram muito sérios e tinham sempre equipes preparadas para as missões, era deles que vinham as missões que o grupo de Kloud concluía.

A sala de reuniões ficou quase vazia, ali dentro só tinham sobrado Umada e Charles, Umada, era um homem grande, cheio de músculos aparentes, seus cabelos longos um pouco desalinhados, seu rosto liso com a barba sempre muito bem feita dava a ele um ar de seriedade, ele era bonito, porém ficava ainda mais quando sorria e isso era quase impossível de ser visto já que ele sempre se mantinha de cara fechada.

Charles era um pouco mais baixo do que ele, um pouco brincalhão e tinha um humor um tanto ácido, seus cabelos negros eram um pouco curtos, seus olhos azuis destacavam no rosto do vampiro, que dada a sua natureza era também extremamente sedutor.

— Bom... Quando gostaria de beber meu sangue Vampirinho? — Umada fazia a pergunta já arregaçando a manga da camisa para fazer um corte em seu braço.

No exato momento em que viu a pele exposta, Charles, colocou a mão em sua própria garganta e sentiu a sede avassaladora se instalar em seu corpo, ele se afastou um pouco e começou a sentir tremores em seu corpo.

— Bom... Eu tenho que me alimentar antes, vou até meu quarto, tem sangue lá, assim que estiver satisfeito eu volto e faremos isso, não posso perder o controle...— deixou sua frase morrer quando viu Umada com um punhal em sua mão esquerda.

— Deixe disso, eu posso te segurar se perder o controle, venha!— Umada sabia de seus poderes e de suas emoções, por isso sabia que Charles não aguentaria ficar ali, por isso sabia que o vampiro pararia. 

— Coloque em um copo, assim bebo em meu quarto e amanhã vamos a missão.— Charles por mais sedento que estivesse estava tentando recuar a todo custo.

— Você se deixa levar pelas palavras do seu criador, acha que ele é o dono de toda a razão, mas eu sei que vai se controlar, confie em alguém além dele, beba logo antes que eu troque de lugar com Himashi, do jeito que está amedrontado até me passa uma ideia errada sobre suas forças e habilidades, tem certeza de que está no lugar certo? — a provocação de Umada fez Charles se sentir irritado.

— Eu não gosto de provocações senhor Umada.

— Então vamos logo com isso, preciso me preparar para amanhã da mesma forma, e temos que treinar juntos por pelo menos uma hora para conhecer o estilo de luta um do outro.

Umada tinha seu rosto coberto pela seriedade, as sobrancelhas quase unidas, franzindo a testa e com o olhar apertado na direção de Charles.

O vampiro começou a andar na direção do Itsab, ele não queria perder o controle, mas tinha caído nas provocações de Umada e beberia o sangue do Itsab diretamente de seu braço sem o auxílio de um copo.

O que era muito difícil de se ver era um sorriso de Umada, e isso era bem visível ali, mas não era ainda cheio de provocações, era um sorriso doce e compreensível.

Charles ficou diante do braço de Umada, se sentiu intimidado pelo homem a sua frente, não lhe olharia nos olhos, segurou o braço com a mão esquerda, com a direita fez um corte com o punhal de Umada e por esse corte ele começou a beber o sangue que saia de sua pele.

Assim que bebeu o primeiro gole, Charles, sentiu uma pontada em seu peito, uma onda de tristeza o invadiu, era como se nunca mais fosse ser feliz, sentiu também dor física, no peito e na boca do estômago, sua cabeça começou a girar e de imediato perdeu a consciência.

Umada o segurou antes que batesse a cabeça no chão, não que isso o fosse machucar de fato, mas teve um certo cuidado com o vampiro, o mesmo que antes estava recuando para beber seu sangue agora estava desacordado em seus braços totalmente indefeso.

A fim de evitar quais quer mal entendidos levou o vampiro para seu quarto, lá cuidaria do mesmo até que sua consciência retornasse.

A cama envolta pelas cortinas aveludadas do dossel deixaram Charles mais confortável, afinal com as cortinas baixadas ninguém veria que ele estava indefeso ali, não ficou muito tempo desacordado, e quando recobrou a consciência estava em estado de choque.

Sem saber os motivos, Charles chorava copiosamente, nem tinha aberto os olhos direito, mas a sensação de dor e tristeza eram tão fortes que gritou algumas vezes durante os soluços.

Umada o dono daquelas emoções já tinha aprendido a lidar com elas, porém sabia que o vampiro não estava preparado para aquilo, então como um gesto de amizade ele abraçou Charles, enquanto estava abraçando o mais novo fez um corte em seu pescoço e o obrigou a beber mais, assim teria controle das emoções fortes e dos seus poderes.

Charles não sabia o que estava sentindo e fez segundo as ordens de Umada, bebeu mais um pouco do sangue do Itsab e novamente ficou desacordado em seus braços.

Umada permaneceu na cama ao lado de Charles o segurando em seus braços, se mais uma vez o vampiro acordasse com uma nova crise ele o ampararia.

Charles novamente abriu os olhos desta vez não acordou aos prantos mas tinha um olhar triste.

— Você avisou sobre as emoções, acreditei que podia lidar com elas e imaginei que minha única dificuldade fosse em me controlar ao me alimentar, acreditava que não poderia parar, mas sua dor me fez parar no primeiro gole, o que aconteceu com você Umada? — Charles murmurava as palavras ainda nos braços de Umada, estando ali totalmente indefeso pela primeira vez em setenta anos.

— Eu era o governador da ilha de Coliri, minha função era basicamente manter os acordos e cuidar do povo no lugar do rei, um belo dia meu tio me pediu para me casar com a filha do rei, com essa união estaria unindo também os dois povos, os Itsab e os humanos...— Umada começava a narrar sua história e sentia um grande aperto em seu coração, seu passado sombrio era uma ferida que jamais havia sido fechada.— Naquela época eu era amaldiçoado, toda a noite meu lado demoníaco despertava e matava qualquer humano a minha frente, e isso se resolveria com um ritual, porém meu tio ainda precisava da força extra que eu tinha para batalhar.

— Ter um demônio abrigado em nossa mente é horrível, não sei como aguentou essa pressão toda...— A voz de Charles, era quase num Sussurro.

— O casamento aconteceu, mas todos sabiam que a princesa morreria em minhas mãos, o que não aconteceu, ela apanhava do demônio todas as noites, acordava completamente desfigurada e durante o dia eu cuidava dela e a instruía a se esconder depois das dezoito horas, com o tempo ela entendeu que eu não tinha controle de meus atos e aprendeu a se esconder muito bem, dei a ela uma capa de invisibilidade assim ela estaria mais segura, mas essa não era a vida que eu gostaria de dar a ela.

— Você fez o ritual? — Charles o interrompeu devido a sua curiosidade.

— Sim, mesmo contra a vontade do meu tio, e ele por vingança a matou, e a história terminaria aí, porém ela antes de ser me dada em matrimônio foi imortalizada, isso explica o fato de ela aguentar meus tapas.

— Se ela foi imortalizada como seu tio a matou? 

— Ele a atacou e ela ficou inconsciente, achamos que tinha morrido e fizemos o ritual de cremação para sua alma se desligar do corpo, ela renasceu de suas cinzas, eu estava devastado e em luto sem saber desse detalhe, encontrei um bebê abandonado na beira da praia, era uma menina, uma vez que estava livre do meu lado demoníaco eu poderia adotar a criança e assim o fiz.

— Esse bebê era sua esposa...

— Era sim, ela não tinha lembranças do passado até seus dez anos, foi quando começou a despertar seus poderes e emoções do passado, ela se lembrou de mim, mas apenas do meu lado demoníaco, jamais acreditou que eu a ajudei ou que tentei proteger ela, aos dez anos ela fugiu daquela dimensão e foi treinada por Kloud.

— Nunca pode ficar com quem amava... Sinto muito Umada, e mesmo que ela voltasse agora com suas lembranças intactas como iriam superar o fato de você ter criado ela, é um tanto estranho olhando por esse ângulo.

— Ela me odeia, ela me mataria se pudesse, meus poderes me protegem dos poderes dela, Sophie nunca vai estar na minha vida como amante, provavelmente como parceira em alguma missão, mas seria apenas isso.

— Espera... Sophie? A nossa fênix? É ela a sua esposa? 

— Sim, Kloud me chamou pra fazer parte desta equipe a alguns anos atrás quando ela trabalhava com Kog, não imaginamos que Janine ia montar essa equipe agora.

— Deve ser horrível ver ela nos braços de outro...

— Eu já me adaptei, levei alguns anos para isso, mas consegui, por isso me preocupo se você vai ficar bem, vampiros não costumam cair desmaiados.— Umada levou uma das mãos ao rosto de Charles que sentiu um frio na barriga com o ato.

— Eu aguento, estou bem fisicamente e emocionalmente, só me sentindo um pouco indefeso, mas tenho total conhecimento dos meu poderes, não precisa me tratar como uma princesa indefesa na torre de um castelo.

— Hn, eu só estou sendo gentil, e você fica fofo sem aquele olhar de vampiro super poderoso e arrogante.

— Acho que podemos treinar agora, eu estou bem, não precisa se preocupar tanto, suas emoções são fortes sim, mas tenho que aprender a aguentar essa situação, toda vez que morder alguém vou pegar as emoções da pessoa...

Umada, libertou, Charles de seus braços, naquele momento sentiu necessidade de lhe beijar, mas seus desejos não faziam muito sentido afinal ele sempre gostou de mulheres.

Charles sentiu o mesmo desejo, tratou de se afastar do Itsab para não cair em tentação, abriu a cortina do dossel e foi caminhando na direção da janela, lá podia ver o sol do meio dia, uma sensação muito boa, desde que ganhou a habilidade de andar na luz do dia apreciava o sol sempre que podia.

Naquela tarde eles não treinaram ficaram cada um em seu quarto, ainda tinham emoções fortes percorrendo suas mentes.

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