Hardin Holloway Fiquei encarando a porta por algum tempo. Como ela teve coragem de dizer aquelas coisas para mim? Eu sei, eu provavelmente provoquei. E eu odiava admitir o quanto ela tinha razão. As palavras não paravam de ecoar na minha cabeça, como uma maldita música que se repete infinitamente.Me virei algum tempo depois, e sentei. As roupas molhadas dela ainda estavam no chão, sujando todo o meu quarto. Agarrei a minha bebida mais uma vez. Tem sido frequente que eu beba desde que ela entrou na minha vida, e nem mesmo era bonita o bastante para me fazer sofrer. Eu devo estar começando a enlouquecer. Era isso. A Maila havia me estragado. Bebi uma dose. Olhei para a mesa, as pilhas de papéis espalhados que haviam se acumulado, e que a senhorita Clarke cuidava tão bem.... Tudo que eu me lembrava da Maila eram os momentos em que eu rasgava suas roupas e a colocava sentada sobre a minha mesa, de pernas abertas... Massageei a minha cabeça. Por que raios eu estava comparando aquelas mu
Hardin Holloway.Esperei no apartamento por quase duas horas até que tivesse uma resposta. Me virei e encarei a porta escancarada atrás de mim. O meu coração estava pesado, e eu sabia bem que havia cometido um grave engano. Livy Clarke nunca tentou me enganar, ou teria aceitado o dinheiro. Teria aceitado tudo que eu pudesse dar a ela. – Tem certeza de que quer essa mulher? Eu posso encontrar outras muito melhores para você. – Eliot brincou. Ainda estava de costas, encarando a parede vazia, onde jamais voltei a decorar desde... Esquece! – Não é uma mulher, é a minha assistente, e eu a quero. Você finalmente achou onde ela está escondida? – Não é uma mulher mesmo. Nisso nos concordamos. Não da para chamar aquilo de mulher de forma alguma... – Eliot... Eu podia ouvir ele rindo. – É claro que eu a encontrei. Fui até o prédio verificar se é mesmo onde ela mora. Me virei rapidamente. – Onde é? – Calma... Eu sei que você está ansioso, morrendo de saudade do seu monstro de estimação,
Os meus olhos estavam arregalados quando finalmente abri a porta. Meu coração se encheu de orgulho e surpresa quando o vi ali, parado, formal como sempre, e tão suado ao mesmo tempo. – Senhor Hardin? Os olhos inexpressivos dele me encararam com firmeza. Eu ainda podia ver aquele orgulho brilhando em meio a testa suada. O suor que escorria pela lateral do olho roubava toda a minha atenção. – Nos podemos conversar? – O que quer aqui? – Me segurei na porta. Estava com as pernas bambas, tremendo de medo do que ele me acusaria dessa vez. – O senhor pode dizer o que quer...– Eu tenho que pedir desculpas... – Ótimo! Desculpas aceitas. Mais alguma coisa? – O encarei, esperando pelas respostas, mas apenas o silêncio caiu sobre nós, severo e pesado. – Adeus, senhor Hardin. Tentei fechar a porta, antes que ele voltasse a estragar tudo mais uma vez, mas o pé dele tomou a frente, impedindo que a porta fosse trancada. – Espera! – O senhor Hardin parecia implorar. Eu nunca o vi implorar ant
O senhor Hardin apertou os meus braços, me obrigando a olhar para ele outra vez. – Merece mais que qualquer um naquela empresa. Eu sei que eu deveria me ajoelhar na sua frente e implorar, mas isso não vai acontecer. – Eu não... Ele se afastou. – Eu vou dizer a você como será de agora em diante: Você terá um cargo de confiança. Você vai ser o meu braço direito, senhorita Clarke. E eu vou pagar o justo por isso! O suficiente para você e para.... – Os olhos dele estavam quase alcançando o bebê, mas desviaram para o lado, e ele se virou de costas. Por que ele sempre se recusava a olhar aquela criança inocente e linda dentro da minha barriga. Por que ele sentia tanta raiva? A minha mão se estendeu na direção dos ombros largos e tão retos que o fazia parecer um general do exercito americano. Mas eu recuei. Eu não podia toca-lo. Não quando eu sentia o que estava sentindo, e de uma maneira que me sufocava por dentro e mal me deixava respirar. Eu nunca fui assim. Eu nunca sonhei acordada p
Hardin Holloway Sentei no meu escritório e passei a observar as pilhas de papéis que se acumularam. Eu estava impaciente, olhando o relógio no meu pulso a cada provável cinco minutos. Estava quase chegando no horário das oito horas e o meu coração saltava no peito. Ela não vai vir... Olhei a porta se abrindo e me levantei da poltrona. Meu olhar enviesado atingiu a figura que estava prestes a entrar naquela sala escura e fria. Toda a minha esperança se tornou uma decepção em poucos segundos. Eliot era uma boa companhia, mas não era quem eu esperava ver na minha sala as 8h da manhã. – Ah, é você... – Resmunguei. Eliot ergueu a sobrancelha, e eu sei que ele estava questionando a minha ansiedade. Na realidade, eu também estava... – Quem esperava ver? – e então ele sorriu, faceiro e cínico, como sempre costumava fazer. – Estava esperando alguma mulher? Eu te atrapalhei? Se quiser, saio agora mesmo. Você precisa relaxar. – Ele riu novamente. Encarei o relógio no meu pulso mais uma vez
Livy Clarke Eu pensei... Pensei tanto e em tantas possibilidades que me faria negar esse emprego. Eu pensei que nunca mais voltaria a colocar os meus pés aqui. Eu pensei que jamais deveria ver o rosto lindo do meu chefe novamente. Mas eu não consegui. Eu andei por tantas ruas, esperando que uma solução aparecesse, mas não havia milagres, e definitivamente não havia nada de bom para mim. Não de graça. O meu telefone tocou. Eu podia ver o Daren Holloway na linha, mas eu nunca quis atender. Meu coração não voltou a saltar de emoção por ele. Eu não estava mais pensando se ele ao menos se importava comigo ou com o bebê. Eu apenas... Eu o esqueci, e sabia bem o porque. Agora eu estava perdida, encarando o meu chefe, que jamais olharia para mim como uma mulher, e sentia tudo que deveria ter sentido nos meus poucos meses de casamento com o Daren. Eu estava paralisada, e sei que eu parecia ter medo, mas não tinha, embora devesse. O que ele faria? O senhor Hardin poderia me demitir, e isso c
Hardin Holloway Eu estava exausto. As noites de trabalho ininterruptos e as pressões constantes para recuperar a empresa das malditas merdas que a Maila deixou estavam começando a deixar a minha mente em frangalhos. Me afundei na poltrona, massageando as minhas têmporas com os dedos. Os meus olhos estavam fixos no chão, e eu olhava para baixo a todo instante. A minha assistente entrou na sala, sem bater. Não era um comportamento comum, e me enfureceu instantaneamente. Me preparei para levantar, mas era como se os meus pés estivessem colados ao chão. Os passos dela se aproximavam, até que se jogou na poltrona logo a frente de mim. Suas pernas cruzando era a única coisa que eu conseguia ver. Eu nunca tinha visto a Livy Clarke se sentar daquela maneira, e agora, eu estava desconfiado. O que ela pretendia com isso? – Boa noite, Sr. Hardin. – A voz dela era mais manhosa que o comum. Levantei meu rosto, e a xícara de café fumegante parecia me chamar. Apenas um gole, e tudo girou. Eu se
– Senhor Hardin... Senhor Hardin... A voz dela estava tão próxima, e tão distante ao mesmo tempo. O meu corpo estava a balançar, enquanto eu sentia as mãos dela em mim. – Hum... – Resmunguei.– Senhor Hardin, sua reunião começa em cinco minutos. Pediu para que eu o chamasse. Abri os meus olhos. Eu estava completamente confuso. Confuso e incapaz de encarar a minha assistente feia outra vez. Eu acabei de ter um sonho erótico, do qual não tinha menor intenção de acordar. Não, não, só pode ser um pesadelo. Deve ser! Esfreguei o meu rosto, e então encarei o relógio. Tudo havia sido tão real. Parecia real. Eu sabia que só havia gostado de tudo aquilo por que havia sido um sonho. Eu jamais seria capaz de dormir com alguém como ela. Me levantei da poltrona, desviando das mãos suaves daquela mulher grávida que me encarava confusa, sem entender o motivo para eu ignora-la. Agarrei o terno e o vesti. Meu rosto estava suado quando encarei o espelho no banheiro do escritório. Eu vi a minha próp