Hardin Holloway. Uma noite mal dormida e duas reuniões depois, eu estava finalmente de volta no meu escritório. Passei pelos corredores sem olhar para os lados, apesar da minha secretária ainda estar debruçada sobre sua mesa, com peitos grandes a mostra. ‘Sem problemas, Hardin’. Fingi que não a vi quando aquela mulher endireitou a postura e saltou os olhos verdes claros. A boca dela se abriu como se estivesse prestes a me contar sobre algo. Espalmei a minha mão na porta da minha sala e a abri. Entrei sem me preocupar em parecer formal. Fazia algum tempo que eu trabalhava sozinho. Quando entrei, coloquei a maleta na mesa, girei a cadeira para a minha direção, e depois de tirar o paletó, me afundei sobre o estofado confortável coberto por couro preto. Minha cabeça repousou no recosto. Droga... Eu esfreguei o meu rosto. Eram muitos problemas para aguentar sem poder a minha esposa. Ou me afundar na minha esposa. Aquele resguardo estava me matando todo dia. Coloquei os pés sobre a mesa,
Hardin Holloway Nessa altura, eu provavelmente estava começando a ficar roxo, e sei disso por que Heric não parava de me encarar. Espalmei a mão na mesa e agarrei as dúzias de fotos que caíram pela mesa, mas eu não contava que uma delas tinha ido direto ao chão. Só notei esse fato quando ele a pegou entre os dedos e analisou. Um sorriso largo aparecendo momentaneamente no rosto do Heric, mas se ele soubesse o que aquela merda significava, trataria de desaparecer com o sorriso em poucos segundos. – Ela finalmente resolveu sair de casa. Isso é muito bom. – E, é claro que é... – Eu estava hesitante. Me perdi nos meus próprios pensamentos. O que ele disse fazia algum sentido. Minha esposa não saia a muito tempo, e Livy é o tipo de mulher que quer que eu saiba exatamente aonde ela está, o tempo todo. Nesse caso, era altamente improvável que todas essas fotos fossem algum tipo de montagem muito boa. – O que foi? – Heric arqueou a sobrancelha. – Não me diz que você é do tipo excêntrico
Livy Holloway Meu sorriso se estendia de um lado a outro do meu rosto. O bebê balbuciava algumas palavras incompreensíveis, enquanto eu andava pelo corredor das indústrias unificadas. Meu celular estava tocando, e por isso, olhei para a Liz com ainda mais humor. Indiquei o celular, mostrando a ela quem estava telefonando. Meu braço estava meio ocupado, então, foi uma tarefa um pouco complicada. Liz sorriu. – Ele vai ter uma surpresa. – Vai te agradecer muito por ter me tirado de casa. Só você conseguiu essa façanha. Ela riu, jogando a cabeça para trás. Em segundos, estávamos paradas na frente da sala. Fiz um sinal de silêncio para a secretária, que, rapidamente abaixou o olhar. Eu não notei sua vulgaridade assim que a encarei, mas talvez na segunda vez, quando ela pareceu, de alguma maneira culpada. O que aconteceu para ela não conseguir me olhar nos olhos? O rosto do Hardin parecia absolutamente chocado assim que me viu, o que, no momento, me fez rir muito. Passando de um sorr
Hardin Holloway. Segurei na cintura fina da minha esposa, tentando gira-la de uma forma que ficasse apenas focada nos meus olhos. Eu conseguia sentir algum desconforto nela, naquele momento. Talvez estivesse desconfiada do meu gesto, e cá entre nós, eu sabia bem que não era exatamente o melhor homem do mundo. Eu já tinha cometido alguns erros, o que, é claro, eu tentaria corrigir pela minha vida inteira a partir do momento em que ela me desculpou. Heric pigarreou, quase como se sentisse um desconforto ao me ver naquela posição. Para ser bem sincero, eu queria que eles deixassem a minha sala. Só precisava de cinco minutos sozinho com a minha esposa, sem o caos das crianças por perto, ou das babás que sempre tinham dúvidas. – O que foi? – Meu humor decrescente. Obviamente, eu ainda estava preocupado com toda a merda da foto, e não tinha certeza se ele só estava desconfortável ou se me incitava a contar a verdade. Ver de fora era bem mais fácil, meu amigo... Muito mais. – Acho que vo
Feia! Era exatamente como eu me sentia em um vestido de baile bastante apertado. Olhando para os casais que dançavam, eu invejava a minha própria sorte. Sempre fui uma mulher desafortunada, sem dinheiro, sem status, e sem beleza. Ser obrigada a me casar com o filho preferido e herdeiro da indústria Holloway parecia uma dádiva, mas havia se tornado, para mim, um grande pesadelo. Meus olhos percorreram por toda a festa, a procura do homem que eu amava e tanto venerava. Era como estar sozinha, embora tivesse um grande anel no meu dedo, delatando o status de casada. Enquanto caminhava, exibindo a grande barriga logo a frente, mulheres teimavam em cochichar e murmurar sobre mim. Eu vi o momento em que uma delas riu. – Como ele teve coragem? – O Daren é realmente um homem peculiar. Mas gostar disso aí... Difícil acreditar! – A mulher afirmou. Meus quase seis meses de gestação e um nervoso absurdo não permitiram que eu as confrontasse. – Livy Holloway! – A mulher gritou pelo meu
Uma multidão estava ao meu redor. A minha visão ainda não havia se restaurado completamente, mas os olhos do Daren me encontraram. Eu toquei no rosto macio, e o encarei com firmeza e uma sincera preocupação. – Eu tive um pesadelo terrível! – Revelei. Daren sorriu. – Você está bem agora! – Nem mesmo o melhor dos atores poderia fingir como ele. – Acho que sim. O que aconteceu? – Enquanto olhava ao redor, as pessoas começavam a se afastar de mim, mas ainda podia escutar cada murmúrio. “fraca, e feia... Ninguém merece”, “ Ela era mesmo um estorvo.”– Você desmaiou! – Daren segurou a minha mão, ajudando a me levantar, e então quando finalmente estava de pé, me tocou nas costas. – Vamos subir. Nós temos que ver isso. – Não acha que os seus convidados ficarão chateados? – Perguntei. Havia uma sincera preocupação da minha parte. – Não se preocupe com isso. Temos que resolver isso aqui primeiro. Meu coração aqueceu. Um alívio estava a todo momento percorrendo o meu corpo, e devolv
Aperta, solta, aperta, solta. Segurando uma bola de ansiedade, escuto o meu amigo falando sobre mulheres. Esse maldita conversa já chegou ao limite. Bato contra a mesa, e ele pula subitamente. – Chega! – Grito. Voltando a minha paz interior instantaneamente. Eliot me encara, tentando decifrar a minha expressão facial. Mas eu não tenho emoções no momento. – Você sabe que precisa disso. – Não quero outra maldita secretária! – Não pode continuar desse jeito. Tudo está desorganizado, e sabe que temos um prazo para entregar o projeto da operação Fire. Continuo pensativo. Eliot tinha razão, era evidente, mas desde que me envolvi com a última secretária, a RageTech esteve a beira da falência por quase cinco meses. Maila havia sido uma maldita traidora que roubou segredos da minha empresa, e compartilhou com os rivais por quase um mês, até que eu a desmascarasse. Agora, não confio em mais ninguém. – Eu sei. – Massageei a cabeça. Me levantei da poltrona e andei calmamente até o lado de f
Me levantei da cama improvisada no chão. Minhas costas doíam, e o meu rosto estava marcado pelo óculos que eu esqueci de tirar antes de dormir. Os livros que havia estudado ainda estavam abertos quando sai do quarto, usando a primeira roupa que encontrei. Deveria ter saído de casa a meia hora. É isso, vou perder o emprego que acabei de conseguir. Corri o mais rápido que podia. Ser feia te impede de coisas fáceis, como conseguir que um táxi pare. Quase precisei ser atropelada para conseguir um. Meu cabelo estava um caos, e eu só vi quando olhei pelo retrovisor. O motorista me encarava, carrancudo, como se eu fosse uma visão ingrata às seis e cinquenta da manhã. – Para onde vai? – RageTech! – Trabalha limpando? – Sou a secretária do senhor Hardin! – Respondi. Estava orgulhosa, mas as minhas mãos suavam de medo. O motorista riu. Parecia incrédulo. – Entendi! – Disse algo de errado? O homem me encarou pelo retrovisor, enquanto finalmente partia. – Nada. É que você tem cara