Bato na porta pela terceira vez, na esperança que a mesma se abra, olho para trás, o motorista do táxi ainda estava esperando pelo dinheiro da corrida.
Uma voz bem baixa anuncia que estava vindo, de repente a porta de madeira abre revelando a minha amiga vestida em um pijama com estampa de ursinho. Ela arregala os olhos quando ver o estado em que me encontro, deveria está uma verdadeira bagunça.
_meu Deus Carolina! O que aconteceu com você? Por que você...._tenho que interrompê-la antes que ela faça seu questionamento de sempre, porque senão ela nunca mais pararia de falar.
_Mariana, depois a gente conversa sobre isso, você pode me ajudar com isso?_olho para trás e ela segue o meu olhar, vendo o motorista de táxi já impaciente.
_ah, sim, claro_ela vai para dentro de casa e pega a sua carteira, espero em pé do lado da porta enquanto ela entrega o dinheiro ao taxista. Estou tão exausta que estou até me sentindo
_para mim, eles tiveram alguma coisa no passado, algum rolo que não deu muito certo_Mariana diz enquanto come um pote de açaí puro._sim, também achei isso. E ele ainda veio com aquele papo de que não dormiram juntos_encho minha colher com bastante açaí antes de levá-la a boca._nisso eu acredito, dormir eles não dormiram mas outras coisas com certeza fizeram_ela sorri e me sinto enjoada só de pensar nos dois se agarrando.Eca._ainda bem que conseguir sair sã e salva daquele país. Imagina só, eu nunca tinha viajado para fora do Brasil e quando viajo acontece uma coisa dessas. É muito azar para uma pessoa só_continuo enchendo a minha boca de açaí, eu estava com muita fome._sim, se você continuar comendo desse jeito vou começar a achar que você está mesmo grávida_Mari diz e olho para o meu pote de açaí que estava cheio de leite em pó, banana, jujuba e granulado que tinha encontrado no armário da co
No dia seguinte, agradeço pela minha amiga ter o mesmo manequim que eu, não podia ainda ir para a minha casa e tinha deixado a minha mala no hotel quando resolvi fugir da Itália. Então teria que ficar usando as roupas de Mari por algum tempo._morreu aí dentro?!_grito e bato na porta do banheiro, Mariana era uma negação quando se tratava de pontualidade. Ela tinha se trancado dentro do banheiro havia minutos.Acho que ela deveria está se arrumando para alguém da empresa, seria algum pretendente? Ela teria que me dizer, tenho que avaliá-lo para ver se ele está à altura de ser um peguete da minha melhor amiga. Eu tinha Mari como uma irmã, apesar dela ser a mais velha, eu a tratava como mais nova, sendo que eu era a quem fazia as merdas e ela a que dava os conselhos._pronto!_ela finalmente dá sinal de vida ao sair de dentro do banheiro, estava vestida com uma vestido vinho super sexy que valorizava as suas curvas, o decote em V e o co
_Mariana!_puxo seu braço a fazendo inclinar na minha direção, ela me xinga e eu peço que ela faça silêncio para ninguém perceber_tive um plano, pode parecer loucura mas preciso que você o enrole para eu conseguir sair da sala._tá louca, Carolina?_ela diz um pouco alto e eu a repreendo, ela me olha em negação porém ambas sabíamos que se eu pressionar um pouco mais ela aceitará_você só pode estar ficando doida!_Mariana você quer ir ao meu funeral?_ela olha feio para mim, nem eu mesma gostaria de comparecer ao meu funeral_então me ajudar! Se você fizer isso eu nunca mais vou deixar você no vácuo_tento barganhar e ela aceita mesmo sabendo que na primeira oportunidade eu a deixaria no vácuo novamente._tudo bem, o que você quer que eu faça?_ela olha na direção da porta aonde o loiro do banheiro continuava de pé, ele deveria está esperando por algo ou alguém._enrola, tenta seduzir ele, Mariana você está vestida para as
Ignoro os chamados da minha amiga enquanto corro para o banheiro, eu bem que queria está fugindo mas esse embrulho no meu estômago não me permitiria até colocar para fora.Enquanto ando pelo corredor ouço o som dos aplausos que o loiro do banheiro estava recebendo pelo discurso motivacional. Lembro que nesse andar tinha um banheiro, era o banheiro dos chefes e agradeço por ser muito pouco utilizado na empresa. Eu poderia me aliviar e de quebrar esperar que a reunião acabasse para finalmente fugir. Era um bom plano já que não tinha a possibilidade de alguém descobrir onde estava.Encontro o porta no final de outro corredor e entro sem pensar duas vezes, não ouso acender as luzes para que ninguém percebesse onde estou escondida, e com esse "alguém" eu estava me referindo ao loiro do banheiro. Ainda bem que ele não é nenhuma assombração cuja a alma ficou presa após seu assassinato num banheiro. Existe uma história assim...Corro
_então quer dizer que você gosta do Wilson, o segurança da portaria?_não mangue de mim, foi através dele que conseguir te localizar. Se ele não tivesse me mostrado as câmeras, você não estaria aqui e agora_não quero nem imaginar o que ele pediu em troca._tem razão, não estou zombando de você gostar do Wilson, ele até que é gatinho e bem forte_ o cara na verdade era do estilo maromba, que treinava todo o dia e vivia comendo frango com batata doce._penso eu agradecer ele, organizando a festa do seu casamento com ele_brinco e Mari fica vermelha de vergonha. Minha amiga estava mesmo gostando do Wilson, e apesar dele parecer não ter nenhum neurônio dentro do cérebro, era muito gentil e convenhamos, com todo o respeito à minha amiga ele era um gostoso musculoso.Os músculos compensam a falta de inteligência._e penso também que ele vai amar te presentear com um berço quando você fizer o chá de bebê_el
Me deito na cama e fico olhando para o teto, só posso estar enlouquecendo aos poucos, jamais que aconteceria algo entre eu e o Matteo, ou loiro do banheiro ou fantasminha sei lá como chamar aquele perseguidor.Os faróis dos carros passando na rua fazem figuras no teto e paredes do quarto de Mariana. A mesma está no décimo terceiro sono ao meu lado, está até roncando, tenho até inveja.Depois daquele meu devaneio acho que nunca mais vou assaltar a geladeira de madrugada, é melhor assaltar de manhã ou durante à tarde.Como sei que o sono não vai chegar tão cedo, vou forçá-lo á chegar, pego o celular de Mari e seus fones de ouvido. Preciso urgente de um celular, não sei como estou conseguindo sobreviver sem um, estou quase entrando em abstinência.Coloco um asmr para tocar, quero ver se o sono não vai bater na minha porta agora. E não demora muito para que isso aconteça. Minhas pálpebras caem pesadas e adormeço ouvindo sons de b
_me passa o açúcar, por favor?_entrego o pote de açúcar para Mari que está do outro lado da mesa. Hoje decidimos tomar café da manhã fora, obtamos por um café perto da empresa, assim não nos atrasaríamos.Confesso que foi um inferno ter que acordar Mari cedo para se arrumar, porém ainda bem que fiz isso, acaso senão estaríamos atrasadas agora._eu necessito de um celular!_me lamento, eu realmente preciso de um celular, mesmo que não continue trabalhando na Montero, eu precisava de um para sobreviver na sociedade.Hoje também, decidiria se continuaria na revista sim ou não. Provavelmente não, vou apresentar a minha carta de demissão e espero que aceitem, bom, pela parte da Cassandra eu já deveria está na rua há muito tempo._sim, você precisa e também precisa de um emprego. Tem certeza que quer sair da Montero?_Mari só poderia está brincando me perguntando uma coisa dessas, ela sabia que o loiro do banhei
Ando pelo corredor como se estivesse à caminho para o matadouro, Mari estaria me esperando no elevador caso precisasse de ajudar. Tenho fé de que não precise da sua ajuda.Vou informar da minha demissão, passar no Rh e ir embora dessa empresa, repasso na minha cabeça tudo que o pretendo fazer ao entrar naquela sala. Seria muito fácil, não precisa se preocupar Carolina, basta você seguir o cronograma que montou na cabeça que vai dar tudo certo.Errado, nunca dar certo as coisas que tenho na minha cabeça.Bato primeiramente na porta e a voz grossa do loiro do banheiro avisa para que eu entre, abro a porta hesitante, não queria entregar a minha demissão para ele porém como ele havia se tornado sócio e além disso, era o sócio majoritário, automaticamente ele virou o meu chefe.O encontro sentado em frente à sua mesa, vestindo o mesmo estilo de roupas, ternos caros acompanhados de gravatas que valeriam mais que todos os