Tive uma noite péssima, revirei na cama a madrugada toda e nem mesmo o trabalho acumulado do dia me mantiveram longe dos pensamentos em Luigi e seu possível vício. O que resultaram nas olheiras horrendas desta manhã.Agora à tarde, tinha uma camada grossa de corretivo abaixo dos olhos e um copo enorme de vitamina nas mãos. Desistir do almoço para ganhar tempo para a prova do vestido, levei em consideração os quilos que ganharia se aceitasse almoçar com os colegas de trabalho e usei o compromisso como desculpa. Mesmo o casamento sendo falso todos os preparativos eram verdadeiros, ou seja, se eu engordasse uma grama sequer... levaria uma bronca daquelas da Sra. Lafaiete. Mais uma vez. Digamos que enfiei os dois pés na jaca e as mãos também nessa última semana.Muito disputada entre noivas, Lafaiete Leblanc era uma estilista prestigiadíssima, seu trabalho era único e exclusivo. Poucas mulheres realizavam o sonho de ter um vestido exclusivo feito pelas mãos talentosas da francesa fresca.
A resposta veio como beijo. Sabia que ele não seria capaz de viver se me deixasse escapar outra vez, se renunciasse ao que tanto buscou a vida inteira, um lar pelo qual voltar todas as noites e uma família pela qual proteger com unhas e dentes. Um motivo e um recomeço.Seu beijo é lento e respeitoso, um beijo contendo amor calmo e sincero. Seus lábios desgrudam dos meus quando ouvimos uma risada de criança. Sou surpreendida quando Luigi sai correndo na direção da risada, não perco tempo em segui-lo.- Luigi, espera! - agradeço pela Sra. Lafaiete ter feito a parte da frente do vestido de noiva curto o suficiente para não atrapalhar enquanto corro atrás de Luigi. Entramos no corredor com vários provadores e paramos no final dele, na frente de uma porta entreaberta. Fito o que Luigi olhava lá dentro, uma mulher repreendia um menino loirinho pequeno que sorria alegremente, o repreendia por correr e fazer barulho no local.A mulher e muito menos o menino viu quando Luigi se virou, ofegava
Não sei o que estou procurando ao entrar investigando cada canto da sala, talvez vestígios de que os dois tenham algo além da parceria de trabalho. Não encontro nada de estranho. Will devia estar dormindo no sofá, pelo travesseiro e cobertor jogados para escanteio e principalmente pelo equipamento em cima da mesinha de centro e fios bagunçados na poltrona. Os dois laptops se espremiam no pequeno espaço e antes que eu entrasse, o traste deveria estar tentando desatar o nó de fios em cima da poltrona. - Encontrou o que procurava? - viro-me para olhar Mariana que me observava de braços cruzados atrás da porta. Ainda com aquela bendita jaqueta.Seria propício perguntar se a jaqueta a fazia igual Beth Cooper ao amarrar o cabelo? Se seria seu truque para solucionar algum mistério? Não, acarretaria uma discussão pior, então me sobressaio.- Não - ainda não. Mas quando ela passa por mim, não me contenho ao seguir o rastro do seu perfume. Senti falta dele, o perfume de Carolina era doce de ca
- Vou ser sincero, não sei. Eu estava apaixonado...- Corrigindo - Mari me interrompe - você estava obcecado por ela, não apaixonado. Eu te entendo, a Carolina e o Luigi nos fazem sonhar em ter a sorte de um amor a primeira vista. Um sentimento avassalador, que nos fazem impulsivos e principalmente que nos fazem aceitar qualquer erro do outro sem ao menos um por cento de rejeição. Ser amado por alguém que te aceita por completo é muito atraente e tentador, lembra? - ela recita algumas palavras de quando conversamos anteriormente na Itália.- Lembro bem - sorrimos. Lembro também de como ela defendeu que existe amizade entre homens e mulheres sem interesses secundários. Gostaria de perguntar se ainda mantém a opinião depois de pagar com a própria língua. Tínhamos uma parceria de trabalho, que virou amizade e engatou em algo não rotulado. Só sei que não consigo olhar para Mariana sem ser tentado pelos seus belos lábios carnudos, e pouco tenho vontade de ser apenas seu amigo - enfim, qual
_EU VOU PARA A ITÁLIA!!!_ eu gritava e pulava dentro do meu quarto.Fiquei super feliz quando Mari (minha melhor amiga) ligou para me informar que a megera da Cassandra (minha chefe) tinha ficado doente e não poderia viajar à trabalho. Não que eu tenha ficado feliz que ela estivesse arriada em cima de uma cama de hospital, eu nunca desejaria isso a ninguém, porém para ela parecia um belo castigo.Como ela não poderia ir para a tal viagem, eu teria que ir junto com a puxa saco da assistente dela, Melissa. Mas acho que posso suportar a presença dela por alguns dias, afinal de contas estamos falando da ITÁLIA! Eu não seria burra de recusar esse trabalho.Pude sentir a raiva da Cassandra quando ela me enviou um email dizendo que eu teria que viajar à trabalho no lugar dela. Ela realmente não gostava de mim, é como dizem "O santo não bateu". Desde que comecei a trabalhar na revista Montero ela praticamente fez
No dia seguinte acordo com o som do vizinho no último volume, tenho certeza que a mulher dele largou ele novamente, e agora a vizinhança toda tem que sofrer junto com ele.Sinceramente, se não fosse pela minha mãe eu já teria alugado um apartamento para eu morar sozinha, assim não teria que aguentar o corno do lado e nem ver a cara do encostado que minha mãe namora.Desço as escadas indo na direção da cozinha para tomar café mas desisto quando vejo Roberto (o encostado) fazendo petiscos.Credo, o dia mal começou e ele já tá pensando em beber.Algumas pessoas bebem para celebrar ou comemorar algo, outras bebem para afogar as mágoas como o corno do meu vizinho, mas esse bebe apenas por respirar.Torço para que um dia minha mãe abra os olhos e se dê conta do mal que ela fez quando deixou esse encostado morar aqui com a gente.Meu humor
Finalmente o dia mais esperado chegou, eu vou viajar para a Itália e mais, vou para um casamento da máfia italiana!Estou tão animada que nem consegui dormir direito á noite, fiquei me revirando na cama pensando em todos os lugares que vou visitar, já até listei os melhores lugares para turismo, segundo o Google.Eu estaria mais feliz se eu não tivesse que ir com Melissa, aquela lá esgota toda a minha paz e paciência. Tenho certeza que a megera já deu ordens para ela me infernizar na Itália também, como se já não bastasse todos os dias no trabalho.Tento afastar qualquer sentimento negativo que elas me fazem sentir, hoje estou feliz e não há nada que possa tirar minha plenitude. Ouço um grito vindo da cozinha.Falei cedo demais...Desço o mais rápido possível, tomara que não seja nada grave. Entro na cozinha e noto que minha mãe estava fazendo faxina, um dos copos que estava no armário caiu e quebrou se partindo em pequenos pedacinhos
_eu sabia que ela não deixaria barato!_consigo ouvir a voz distante de Mari através da ligação.O sinal era horrível e pela dúvida na cara do homem de bigode engraçado quando lhe perguntei sobre o Wi-Fi, tenho certeza que ele não sabia do que se tratava.Conto toda a minha noite à Mari, desde a minha chegada até a faxina que fiz no quarto. Mal dormir por causa da minha alergia então resolvi dar uma geral no lugar, eu teria que ficar aqui por uma semana e não custava nada tirar o pó já que nesse lugar não tem nem uma empregada.Ligação on:_preciso desligar, tenho que ir rápido tomar banho._por que tão rápido? Você vai sair?_não, só que descobri da pior forma que o banheiro é compartilhado!_como você descobriu?_foi ontem de noite quando fui pedir para o homem de bigode engraçado que ele pedisse para a faxineira tirar o pó do quarto, mas aí