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Fátima sentia-se afundar num abismo sem fim. Ninguem parecia perceber a gravidade de sua situação.

−Está todo mundo preocupado” disse Selsabil cruzando os braços, sua expressão exasperada de quem se repetia deyenas de vezes. −Apesar de teres tomado o lado desse gigolô do teu marido, ele continua sendo teu pai, Fátima binti Ali Zacaria.−

Fátima conseguia sentir ainda a irritação na voz de sua amiga, mas não se deu trabalho de responder.No que adianta, se ninguém parecia compreender.

Selsabil abanou a cabeça, e suspirando saiu para atender a porta.

A figura de Ali Zacaria, o magnata que a revista Forbes tantas veyes mencionara, surgiu. Mas ali não estava o homem poderoso que o mundo conhecia, ali estava um pai. Cansado, desapontado, mas incapaz de esconder tanto amor por sua filha mais nova.

Assalam alleikum, tio.− Cumprimentou o senhor que era um pouco mais baixo que ela, vestia uma roupa simples, mesmo sendo um empresário renomado, e a mesma simplicidade dera a sua filha; que não se importava com o tanto de dinheiro que tinha, por isso não imaginava que era demais dar tudo ao homem que amava, para ela era o de menos; mas ele não valorizava o seu amor.

Ualleikum salam. Fátima está lá em cima?− Disse, com ares de quem tinha pressa. Os olhos escanearam o arredores, como se procurasse por algo.

−Sim.− Tentou sorrir, sem muito sucesso na tarefa de dar a impressão que as coisas estavam bem. O empresário sobe as escadas sem hesitar, seguindo em passos firmes até o quarto de sua filha. Quando a viu ali, sentada na cama de cabeça baixa.

−Minha princesa.− O pai chamou ao ver a filha naquele estado deplorável. Não havia sinal da mulher confiante, a engenheira brilhante que trabalhava ao seu lado, a única que decidiu seguir seus passos. Desafiava regras e tinha solução para qualquer problema.

A mulher na sua frente tinha os ohlos baços e expressão abatida, e no centro de sua testa uma marca visível.

Quando se tatrava de Fátima, Ali tinha coração de manteiga e não conseguia vê-la deprimida, mas a pressão dos sócios não o deixaria tomar outra medida neste caso. Yahya havia cruzado todos os limites. −O que é isto?− Perguntou olhando para a fissura na sua testa.

−Não é nada, pai. −, Fátima murmura, desviando o olhar.

−Ele fez isto, não fez?” A voz grave de Ali endureceu. −Aquele crápula.−

−Não. Eu ia atrás dele caí ao descer as escadas.− Mentiu, sem convicção.

−Não minta, Fátima.−

−Não minto.− Disse com os olhos baixos. Soava como uma criança que tentava esconder um erro obvio. −Eu queria que ele ficasse, mas ele me deu Talaq. Três vezes.−

−Ele te divorciou?− Ali franziu o sobrolho, aind degerindo a informação. Passou a mão pelo seu rosto.

−Sim.” Um riso amargo escapou de seus labios secos. −Podem todos ficar felizes, pois ele me abandonou.−

O homem ficou pensativo por algum tempo.

−Pela Terceira vez. E não podem mais voltar juntos.− Fátima apenas pós o seu rosto contra o peito de seu pai e começou a chorar.

−Pai...” Uma voy quebrada chamou. −Tem de haver alguma forma.− Ele podia ser o homem mais rico do mundo, mas era a lei que Deus impôs nos homens, quem era ele perante essa entidade. Não tinha como comprar advogados, mudar as leis para resgatar a filha desse inferno emocional, do qual ela não queria se libertar.

−Não há nada que possamos fazer.” Respondeu, ele também estava encurralado. −Vem, vou pedir que Selsabil arrume algumas das tuas coisas. Tu vens para casa.−

−Não preciso. Eu fico aqui mesmo. Ele não voltou mais desde então.− Deu de ombros.

−Não importa,” Ali se via sério. −precisas da tua familia do teu lado, neste momento tão crucial. Estamos aqui para ti, filha.−

Mas nem todos estavam preocupados com o seu bem estar.

Sua mãe ainda pensava no que as pessoas haviam de dizer; até então conseguiram esconder tudo o que acontecia e já se passava pouco mais de uma semana. E ela estando ali na mansão dos Zacarias, levantava mais suspeitas.

−O que as pessoas vão dizer? Uma filha divorciada em casa.−

Fátima picsou, incredula.

−É incrível, mãe.” O homem que se encontrava sentado tomando seu pequeno almoço, finalmente falou. Seu irmão, Issa.−A sua filha está aqui a sofrer, e a senhora só consegue pensar no que as pessoas vão dizer?”

Fátima deixa escapar uma risada de humor, sem humor. Tudo era tão exaustivo.

−Ele roubou a nossa empresa!− seu irmão contiunuou.

−É uma vergonha para nós. O teto cai sobre as nossas cabeças.− Fátima não se moveu nem olhou para a senhora que se mostrava insensível diante de seu sofrimento.

Seu irmão não se importava em mostrar irritação perante a situação. Não era chegado aos dramas de familia, mas sentiu que não podia se calar perante a aquela situação.

−Mana, eu tenho de ir para a faculdade. Não ouve nada, não.− Disse já se levantando. Fátima olhava admirada como aquele rapaz que vivia trancado no seu quarto jogando videogames, parecia estar crescendo. −Vai tudo ficar bem.− Seu irmão disse, sabendo que ali em casa não havia como escapar dos olhares repreensivos e comentários de sua mãe. Deu um beijo rápido no topo da cabeça e abandonou a mesa de pequeno-almoço.

A atmosfera que ficou para trás era sufocante. Fátima olhou para seu prato de comida intocado à sua frente. Sentiasse tão sozinha.

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