POV AMÉLIA.Cecília parece ter percebido que não gostei de ser chamada de inútil. Então mudou de assunto rapidamente.— Magnos disse que você é médica geneticista. — Falou Cecília.— Sim, também sou biomédica. Sou formada em biomedicina genética. Trabalho num hospital atendendo pacientes e tenho um laboratório com meu melhor amigo, Jake. Lá estudamos e trabalhamos com doenças, modificações genéticas e anomalias genéticas. Descobrimos cura para algumas doenças. Como médica geneticista, sou especializada no estudo dos genes. Sei tratar, diagnosticar e aconselho pacientes com doenças genéticas ou que podem desenvolvê-las futuramente. — Expliquei.— Você gosta do que faz. Dá para perceber pela maneira que fala. — Falou Cecília encantada com o que falei.— Sim, eu amo minha profissão. — Falei sorrindo. Cecília de repente arregalou os olhos e me olhou esperançosa.— Amélia talvez você possa nos ajudar com essa doença que está nos deixando incapazes de ter filhos. — Falou Cecília. Ela chegou
POV AMÉLIA.Cecília me olhava espantada agora, até parece que falei algo absurdo. Será que nenhum deles chegou a essa conclusão.— Amélia, você está certa. Querem nos exterminar devagar. Como não pensei nisso antes? — Falou Cecília. — É o que parece. — Falei. Nesse momento uma senhora entrou carregando uma caixa grande. Ela me olhou com interesse. Eu sorri para ela. A senhora abaixou rapidamente a cabeça e se aproximou de nós.— Senhora Cecília, alfa Magnos mando entregar essa caixa. — Falou e colocou a caixa em cima da mesinha de centro.— Pode se retirar. — Falou Cecília com a senhora friamente. Ela saiu rapidamente da sala.— Vamos ver o que meu irmão mandou. — Disse e começou abrir a caixa.— É para você Amélia. — Disse Cecília e sorriu. Às vezes acho que ela é bipolar, por mudar de humor de repente.— Para mim? — Perguntei.— Sim, são suas muletas. Magnos pediu urgência na entrega. — Falou.Sentei-me rápido no sofá e olhei para dentro da caixa. Cecília tirou as muletas e me entr
POV AMÉLIA.Eu olhava assustada para Cecília, que agora ria sem parar de mim. Será que gemi e chamei o nome daquele Ogro? Espero que não.— Você está louca ou bebeu? Eu não sei do que você está falando. — Desconversei.— Amélia, quando cheguei aqui você estava gemendo sem para e chamou o nome do Magnos. — Falou sorrindo ainda mais. — Você com certeza escutou demais. — Falei.— Impossível, eu tenho super audição e um olfato poderoso. Quando entrei senti o cheiro de excitação e seus feromônios estava empesteando o quarto. Foi então que entendi o comportamento estranho dos sentinelas no corredor. — Falou.— Que sentinelas? — Perguntei mudando de assunto.— Os dois soldados que meu irmão colocou para fazer sua segurança. Eles estavam sentindo seu feromônio e se controlando para não vir até aqui. Você tem sorte que o respeito e o medo que eles sentem pelo Magnos, é mais forte que o desejos sexuais deles. — Falou.Fiquei assustada por saber que havia dois guardas no corredor me vigiando e
POV AMÉLIA.Eu e Cecília saímos do meu quarto, mas dessa vez sai andando com as muletas. Passei pelos tais sentinelas e eles nem me olharam. O que foi um alívio, não posso acreditar que a casa toda escutou meu desabafo. É um grande azar viver entre lobos.Chegamos na sala de jantar, e a refeição estava sendo servida. Olhei para a cadeira de cabeceira da mesa, e Magnos não estava lá. Me senti estranha, queria vê-lo. Acho que é os filhotes sentindo falta do pai.— Sente se Amélia. Magnos mandou fazer um cardápio só para você. Doutor Hélio disse que você precisa se alimentar bem. Então meu irmão mandou fazerem as suas refeições separadas e com ingredientes que vocês humanos gostam. — Falou Cecília. Fiquei feliz em saber que aquele ogro estava pensando no meu bem-estar, mesmo sendo apenas pelo bem dos meus filhos.— Vocês comem o quê? — Perguntei.— Comemos carne de diversas espécies, criamos bovinos, suínos, aves, caprinos, ovinos, temos criadores de peixes, camarão e salmão na floresta.
POV MAGNOS.Eu não podia acreditar que meu próprio lobo, havia armado uma cilada para mim. Cosmo invadiu minha mente e implantou imagens de Amélia em minha cabeça. Me induzindo a ter ilusões eróticas com ela. Esse traidor pulguento me fez de fantoche.— Por que você fez isso Cosmo? — Perguntei irado.— Eu te avisei que não queria que tivesse relações sexuais com aquela vadia. Mas você não me escutou, então tive que dá meu jeito. — Falou ele sorrindo em minha mente. Eu podia ver Cosmo dando saltos e cambalhotas de alegria.— Você não pode invadir minha mente assim. — Falei incrédulo com a sua ousadia.— Posso, sim, quando minha parte humana está fazendo coisas erradas. Já lhe alertei que deve transar com Amélia, a mãe de nossos filhotes. Precisamos mantê-la ligada a nós, senão outro vai roubá-la de nós. — Falou.— Você está louco, por acaso está se ouvindo? Amélia não é nossa companheira. — Falei irritado com essa teimosia dele.— Mas pode ser se você a escolher como companheira escolh
POV AMÉLIA.O jantar foi agradável, mesmo eu estando chateada com Cecília. Passei o resto do jantar em silêncio. Mas mesmo que quisesse falar, não poderia. Pois Ana e Cecília não paravam de falar. Ivan ficava em silêncio observando com aquele rosto carrancudo. Ivan parecia aqueles capangas de filme de mafiosos. Pensando bem, Magnos era como um chefe da máfia, mandão e perigoso.Aquelas duas estavam planejando tudo para quando meus filhos nascessem. Coitados dos meus filhos com essas duas loucas. Elas estavam planejando o enxoval e a decoração dos quartos dos meus bebês. E nem se davam o trabalho de me perguntar o que eu achava. Quando o jantar terminou e Ana e Ivan foram embora, eu suspirei aliviada, porque não aguentava mais ouvir Cecília e Ana falando e planejando. Gosto de ficar sossegada em meu canto. Logo me levantei e fui em direção ao meu quarto. Cecília veio atrás falando. Maldita hora em que machuquei o pé, agora não posso correr para longe de Cecília.— Amélia, até quando v
POV AMÉLIA.Me deitei confortavelmente na banheira e apreciei aquela água quentinha. Fechei os olhos e acabei cochilando por alguns minutos. Acordei assustada com batidas na porta. Quem será o infeliz que ousa atrapalhar meu banho e meu cochilo?— Amélia, está tudo bem ai? — Perguntou Cecília. Tinha que ser ela, minha babá.— Sim, estou bem. — Respondi.— Você estava dormindo? — Perguntou.— Não. — Respondi mentindo.— Mentirosa, eu ouvi você roncando. — Gritou Cecília lá de fora. Que absurdo, eu nem ronco. Essa loba está cada dia mais folgada.— Eu não ronco. — Gritei respondendo sua causação absurda. Nunca se diz que uma mulher ronca. Mesmo que ela ronque feito um trator velho.— Vou fingir que não ouvi seus roncos. Agora termine de tomar banho, se a água esfriar não será bom para você, pode te deixar doente. Meu irmão não gostará se eu deixar você ficar doente. — Disse temerosa. Essa preocupação se deve ao medo que ela sente do poderoso alfa Magnos.— Eu já vou terminar. — Falei e
POV MAGNOS.Após minha conversa com meu lobo teimoso, ele havia me convencido a fazer o que era melhor para o bem dos meus filhotes. É preciso mantê-los seguros, mas ainda acho uma péssima ideia me envolver com Amélia.Continuei a trabalhar, pois nessa alcateia o que não falta era trabalho. Mas antes tenho que resolver os problemas das empresas. Às vezes penso em colocar um administrador para cuidar das empresas humanas. Mas lembro que eles são fracos ao poder e tendem a sucumbirem a ganância. Resultado, tentam me roubar.Meu telefone celular tocou, quem estaria ligando depois do horário de expediente? Eles sabem que odeio que me liguem após o horário de trabalho. Olhei para o visor e era o número do humano que contratei para ficar vigiando o amigo de Amélia, o Jake Antunes. Peguei o celular e atendi.— Alô. — Falei.— Senhor Veranis. — Falou.— Sim. O que houve? — Perguntei já impaciente com a sua demora. Por que humanos tem que enrolar tanto para dizer o que quer?— O senhor pediu p