POV AMÉLIA.Finalmente estávamos em casa. Os dias em Salem foram ótimos. Foi bom encontrar com meus tios. Adorei o papel que Magnos estava interpretando. Por mim, ele poderia ser assim comigo o tempo todo, eu não reclamaria.Tia Elaine me lembrou de ligar para minha madrinha. Eu já estava planejando ligar para ela, para tentar conseguir alguma informação sobre meus pais. Minha madrinha conhecia meus pais desde sempre, ela dizia. Então, talvez saiba se eles escondiam algo de mim.Assim que chegamos em casa, resolvi falar com Magnos assim que entramos no nosso quarto. Sei que ele deve estar ansioso para conversar com seu beta e saber sobre tudo que aconteceu na sua ausência. Mas eu preciso falar com ele agora.— Amor, eu preciso ligar para minha tia. Pode me devolver meu celular? — pedi.Magnos havia confiscado meu celular e notebook assim que me sequestrou. Ele temia que eu os usasse para tentar falar com alguém. Mas agora não tem por que manter meu celular com ele. Eu não vou a lugar
POV MAGNOS.Deixei Amélia no quarto para ligar para sua madrinha e saí de casa em direção à sede da alcateia. Eu queria me inteirar de tudo que ocorreu na minha ausência. Assim que cheguei ao meu escritório, Ivan já me aguardava.— Alfa, bem-vindo de volta. — Ivan se levantou e me cumprimentou com um aceno de cabeça.— Obrigado, Ivan. Sente-se e me conte tudo. O que aconteceu enquanto estive fora? — perguntei, sentando-me na cadeira atrás da mesa. Ivan respirou fundo antes de começar seu relato.— Como você ordenou e lhe informei ontem, mantivemos a vigilância em torno do território. Héctor tentou invadir por diversos pontos diferentes da fronteira, mas foi pego de surpresa pelo feitiço de Aurora e as armadilhas de mata-lobo que espalhamos. Não houve perdas do nosso lado, pois os lobos de Héctor não conseguiram sequer entrar no território. Eles sofreram grandes baixas. — Ivan relatou, sua expressão séria e determinada.— Perfeito. Então, Héctor recuou, mesmo? — perguntei, para ter cer
POV MAGNOS.Quando a hora do almoço chegou, saí do meu escritório e do prédio da sede, entrei no meu carro e comecei a dirigir direto para minha casa. Almoçarei com Amélia. Chamei por meu lobo.— Cosmo, o que você acha dessa história do registro sobre o casal de humano e lobo da alcateia de Hector? — perguntei.— Acho que devemos investigar, pois essa é a pista mais próxima que temos. Precisamos de mais informações sobre a gestação de Amélia — comentou Cosmo.— Quem diria que a alcateia daquele sarnento seria útil um dia — falei.— Pois é, quem imaginaria que daquela alcateia poderia sair uma raridade dessa — disse Cosmo. Estacionei na porta de casa e saí do carro.— Preciso conversar com Amélia sobre o ritual que Aurora vai fazer para descobrir o que ela é — comentei com Cosmo.— É bom que ela saiba e se prepare. Estou muito ansioso — falou.— Eu também estou, finalmente uma maneira de acabar com um dos mistérios que ronda nossa esposa — falei enquanto entrava na casa.Olhei na sala
POV AMÉLIA.Eu achei a reação da madrinha muito estranha e a urgência que ela disse querer me ver me deixou desconfiada.— Relaxa, Amélia, é normal nossa madrinha estar assim. Afinal, nós fomos sequestradas, sumimos do mapa sem deixar recado. Depois, aparecemos dizendo que casamos com o pai dos nossos filhos, que ninguém sabia quem era. Então, acho perfeitamente normal ela querer nos ver com urgência e ficar estranha com esse casamento repentino — comentou Ravina na minha mente.— Você está certa, quem não ficaria estranha? Minha madrinha é como uma segunda mãe para mim. Meus pais a escolheram para cuidar de mim caso um dia eles faltassem. Esse é o papel de uma madrinha, estar presente na vida do afilhado como uma segunda mãe. Mães se preocupam quando o filho desaparece, eu agora posso entender a reação e urgência da madrinha Margô — falei.Fiquei no quarto conversando com Ravina sobre como contar e convencer Magnos sobre a visita da minha madrinha. Magnos talvez não queira voltar tão
POV AMÉLIA.Dois dias depois da nossa conversa sobre a visita de Margô, os preparativos para o ritual que revelaria minha verdadeira natureza estavam em pleno andamento. A expectativa na alcateia era palpável, com todos ansiosos e curiosos para descobrir que tipo de ser sobrenatural eu realmente era. Parecia que todos sabiam sobre o ritual, embora fosse para ser algo mais reservado.Durante a manhã, decidi visitar Aurora para saber mais sobre os preparativos. Cecília e Jake me levaram até a casa de Aurora que ficava, localizada numa área afastada do território da alcateia, cercada por uma densa floresta que proporcionava um cenário místico. Ao chegar, encontrei Aurora rodeada por livros antigos e frascos de ingredientes, ocupada com os últimos detalhes do feitiço.— Bom dia, Aurora. Como estão os preparativos? — perguntei, tentando esconder minha ansiedade.Aurora levantou os olhos e me deu um sorriso acolhedor. Ela desde a última vez quando ela fez aquele feitiço, Aurora tem sido bas
POV MAGNOS.Amélia me contou sobre sua madrinha, e eu não queria permitir que ela saísse de novo da alcateia. Mas, diante da possibilidade de sabermos mais sobre as origens de Amélia, acabei cedendo e permitindo que ela recebesse Margô na casa em Salem.Contei sobre o ritual, e Amélia estava ansiosa e esperançosa. Esse foi um dos motivos para não proibir a vinda da madrinha dela, pois, mesmo descobrindo o ser que Amélia é, teremos outro problema: não poderemos despertá-lo.Não será fácil para Amélia quando se descobrir como um ser sobrenatural. Sei que ela terá um grande caminho de adaptação pela frente, e será crucial ela saber suas origens. Esse é o motivo de aceitar a visita da Margô, saber mais sobre quem eram os pais de Amélia. E pelo que minha esposa me contou, parece que Margô sabe muita coisa, porque pediu para falar com ela pessoalmente. Ela está certa: essas informações não podem ser dadas por telefone; nunca se sabe quem está escutando. E, depois da visita dos pais de Jake,
POV MAGNOS.Amélia ainda estava assimilando a notícia, e seu rosto mostrava uma mistura de surpresa e confusão. Ela apertava minha mão com força, como se tentasse se ancorar em algo sólido no meio do turbilhão de emoções que sentia. Vi seus lábios se moverem, formando palavras que, mesmo sussurradas, ouvi claramente com minha super audição.— O que faço agora? Por que Ravina foi trancada? — ela sussurrou, a voz tremendo. Passei meu braço ao redor dela, tentando transmitir a segurança de que ela tanto precisava.— Vamos descobrir tudo juntos, minha querida. Não precisa se preocupar agora. Estamos todos aqui por você — falei, tentando lhe passar segurança. Ela balançou a cabeça, ainda parecendo perdida.— E agora, o que faremos? Como será a partir de agora? — Ela parou por um momento, olhando para o chão, e depois voltou a me encarar. — E Ravina? Quando poderei vê-la? Nunca poderemos nos transformar? — perguntou Amélia, nervosa. Essas perguntas não tinham respostas fáceis, mas eu sabia
POV AMÉLIA.Eu ainda estava assimilando a revelação enquanto voltava para casa. Uma loba, quando eu poderia imaginar que era uma loba?— Eu também não esperava, mas foi melhor assim. Imagina se fôssemos vampira ou elfa? Teríamos grandes barreiras para derrubar. Os lobisomens parecem não gostar muito dessas espécies. — disse Ravina.— Você está certa, como loba podemos conquistar o coração de Magnos. — comentei.— E de Cosmo. Aquele lobão preto é lindo. Estou ansiosa para poder conversar com ele um dia. — disse Ravina, empolgada em conhecer Cosmo. Eu sorri da sua empolgação.— Você está conversando com Ravina? — ouvi Magnos me perguntando.— Como você sabe? — perguntei confusa.— Você riu de repente, assim como rio quando Cosmo diz algo engraçado. — comentou.— Eu estava conversando com ela, sim. Conversamos bastante. — Falei.— Como Ravina está reagindo à novidade? — perguntou Magnos enquanto dirigia.— Ela, assim como eu, está bastante agitada. Ainda estamos tentando entender tudo qu