POV MAGNOS.Quando a hora do almoço chegou, saí do meu escritório e do prédio da sede, entrei no meu carro e comecei a dirigir direto para minha casa. Almoçarei com Amélia. Chamei por meu lobo.— Cosmo, o que você acha dessa história do registro sobre o casal de humano e lobo da alcateia de Hector? — perguntei.— Acho que devemos investigar, pois essa é a pista mais próxima que temos. Precisamos de mais informações sobre a gestação de Amélia — comentou Cosmo.— Quem diria que a alcateia daquele sarnento seria útil um dia — falei.— Pois é, quem imaginaria que daquela alcateia poderia sair uma raridade dessa — disse Cosmo. Estacionei na porta de casa e saí do carro.— Preciso conversar com Amélia sobre o ritual que Aurora vai fazer para descobrir o que ela é — comentei com Cosmo.— É bom que ela saiba e se prepare. Estou muito ansioso — falou.— Eu também estou, finalmente uma maneira de acabar com um dos mistérios que ronda nossa esposa — falei enquanto entrava na casa.Olhei na sala
POV AMÉLIA.Eu achei a reação da madrinha muito estranha e a urgência que ela disse querer me ver me deixou desconfiada.— Relaxa, Amélia, é normal nossa madrinha estar assim. Afinal, nós fomos sequestradas, sumimos do mapa sem deixar recado. Depois, aparecemos dizendo que casamos com o pai dos nossos filhos, que ninguém sabia quem era. Então, acho perfeitamente normal ela querer nos ver com urgência e ficar estranha com esse casamento repentino — comentou Ravina na minha mente.— Você está certa, quem não ficaria estranha? Minha madrinha é como uma segunda mãe para mim. Meus pais a escolheram para cuidar de mim caso um dia eles faltassem. Esse é o papel de uma madrinha, estar presente na vida do afilhado como uma segunda mãe. Mães se preocupam quando o filho desaparece, eu agora posso entender a reação e urgência da madrinha Margô — falei.Fiquei no quarto conversando com Ravina sobre como contar e convencer Magnos sobre a visita da minha madrinha. Magnos talvez não queira voltar tão
POV AMÉLIA.Dois dias depois da nossa conversa sobre a visita de Margô, os preparativos para o ritual que revelaria minha verdadeira natureza estavam em pleno andamento. A expectativa na alcateia era palpável, com todos ansiosos e curiosos para descobrir que tipo de ser sobrenatural eu realmente era. Parecia que todos sabiam sobre o ritual, embora fosse para ser algo mais reservado.Durante a manhã, decidi visitar Aurora para saber mais sobre os preparativos. Cecília e Jake me levaram até a casa de Aurora que ficava, localizada numa área afastada do território da alcateia, cercada por uma densa floresta que proporcionava um cenário místico. Ao chegar, encontrei Aurora rodeada por livros antigos e frascos de ingredientes, ocupada com os últimos detalhes do feitiço.— Bom dia, Aurora. Como estão os preparativos? — perguntei, tentando esconder minha ansiedade.Aurora levantou os olhos e me deu um sorriso acolhedor. Ela desde a última vez quando ela fez aquele feitiço, Aurora tem sido bas
POV MAGNOS.Amélia me contou sobre sua madrinha, e eu não queria permitir que ela saísse de novo da alcateia. Mas, diante da possibilidade de sabermos mais sobre as origens de Amélia, acabei cedendo e permitindo que ela recebesse Margô na casa em Salem.Contei sobre o ritual, e Amélia estava ansiosa e esperançosa. Esse foi um dos motivos para não proibir a vinda da madrinha dela, pois, mesmo descobrindo o ser que Amélia é, teremos outro problema: não poderemos despertá-lo.Não será fácil para Amélia quando se descobrir como um ser sobrenatural. Sei que ela terá um grande caminho de adaptação pela frente, e será crucial ela saber suas origens. Esse é o motivo de aceitar a visita da Margô, saber mais sobre quem eram os pais de Amélia. E pelo que minha esposa me contou, parece que Margô sabe muita coisa, porque pediu para falar com ela pessoalmente. Ela está certa: essas informações não podem ser dadas por telefone; nunca se sabe quem está escutando. E, depois da visita dos pais de Jake,
POV MAGNOS.Amélia ainda estava assimilando a notícia, e seu rosto mostrava uma mistura de surpresa e confusão. Ela apertava minha mão com força, como se tentasse se ancorar em algo sólido no meio do turbilhão de emoções que sentia. Vi seus lábios se moverem, formando palavras que, mesmo sussurradas, ouvi claramente com minha super audição.— O que faço agora? Por que Ravina foi trancada? — ela sussurrou, a voz tremendo. Passei meu braço ao redor dela, tentando transmitir a segurança de que ela tanto precisava.— Vamos descobrir tudo juntos, minha querida. Não precisa se preocupar agora. Estamos todos aqui por você — falei, tentando lhe passar segurança. Ela balançou a cabeça, ainda parecendo perdida.— E agora, o que faremos? Como será a partir de agora? — Ela parou por um momento, olhando para o chão, e depois voltou a me encarar. — E Ravina? Quando poderei vê-la? Nunca poderemos nos transformar? — perguntou Amélia, nervosa. Essas perguntas não tinham respostas fáceis, mas eu sabia
POV AMÉLIA.Eu ainda estava assimilando a revelação enquanto voltava para casa. Uma loba, quando eu poderia imaginar que era uma loba?— Eu também não esperava, mas foi melhor assim. Imagina se fôssemos vampira ou elfa? Teríamos grandes barreiras para derrubar. Os lobisomens parecem não gostar muito dessas espécies. — disse Ravina.— Você está certa, como loba podemos conquistar o coração de Magnos. — comentei.— E de Cosmo. Aquele lobão preto é lindo. Estou ansiosa para poder conversar com ele um dia. — disse Ravina, empolgada em conhecer Cosmo. Eu sorri da sua empolgação.— Você está conversando com Ravina? — ouvi Magnos me perguntando.— Como você sabe? — perguntei confusa.— Você riu de repente, assim como rio quando Cosmo diz algo engraçado. — comentou.— Eu estava conversando com ela, sim. Conversamos bastante. — Falei.— Como Ravina está reagindo à novidade? — perguntou Magnos enquanto dirigia.— Ela, assim como eu, está bastante agitada. Ainda estamos tentando entender tudo qu
POV AMÉLIA.No outro dia, acordei descansada e bem disposta. Magnos estava saindo do banheiro todo arrumado. Me espreguicei na cama e me levantei devagar e de lado. Minha barriga estava um pouco grande, mentira, estava enorme.Nesses últimos dias, ela cresceu um pouco e estar gerando quatro bebês já a deixava bastante volumosa. Eu estava parecendo uma bolinha, até meus pés estavam inchados, parecendo dois pães de forma. Pois é, o formato deles era assim nesse momento. Magnos se aproximou e me beijou, foi um beijo singelo. Ele sorriu enquanto acariciava minha barriga e dava bom dia para os filhotes.— Dormiu bem, querida? — perguntou Magnos.— Sim, e você, amor? — perguntei.— Eu sempre durmo bem quando você está comigo. — disse, me abraçando. Eu me sentia tão amada quando estava com Magnos.— Fico feliz de poder te ajudar a dormir. — respondi, envolvida em seu abraço.Mais tarde, depois do café da manhã, eu e Magnos fomos para a morada dos anciões e levamos o livro onde o tal artefato
POV MAGNOS.O manuscrito que Amélia encontrou continha informações valiosas sobre o Coração de Lys, um artefato lendário que, segundo as lendas, podia desfazer feitiços complexos e potentes. Sentimos uma onda de esperança ao perceber estarmos a um passo mais perto de libertar Ravina. No entanto, a jornada para encontrar e utilizar o Coração de Lys seria cheia de desafios.Passei horas estudando o manuscrito, absorvendo cada detalhe sobre o artefato. Segundo o texto, o Coração de Lys era uma joia em forma de coração, incrustada com pedras preciosas que irradiavam uma luz dourada. Essa joia havia sido criada por um antigo feiticeiro que buscava um meio de proteger seus entes queridos de feitiços malignos. Diziam que o poder do Coração de Lys vinha de uma combinação de magia antiga e energia vital, tornando-o uma ferramenta poderosa e rara.O manuscrito mencionava que o Coração de Lys havia sido usado ao longo dos séculos por várias figuras influentes, desde reis até feiticeiros renomado