Elaryan nos levou para um planeta que, segundo ela, seria um treinamento.
Caímos em uma espécie de pântano, dentro de uma área de areia movediça. Começamos a ser puxados de forma muito forte e rápida, mas, quando percebi que tinha meus poderes de volta, eu simplesmente transformei aquele monte de lama em um lago límpido.Não parece que aquilo tenha sido uma boa ideia, pois, dentro daquele lugar, haviam sido presos dezenas, talvez centenas de animais que vieram nos atacar. Nós conseguimos ir nos livrando deles, não sem acabarmos com mordidas e com alguns pequeninos e chatos carrapatinhos ficando grudados e queimando a pele.Eu cansei, sai da água e flutuei no ar e invoquei as algas mágicas que começaram a destruir todos os animais que me atacaram. Olhei para Raquel e ela parecia surpresa por eu estar com elas, como simbiose, e acabei ficando envaidecida, até um poVoltar diante de Athos e dos outros, depois de tudo aquilo, tanto tempo que se passou para mim e aparentemente quase nenhum para eles, era estranho, no mínimo. Athos explicava que queria voltar para Atlas rapidamente pois algo dizia a ele que Elaryan poderia a qualquer momento descobrir a respeito da parada do tempo com o teletransporte. - Sinto te dizer que Elaryan já conseguiu isso, Athos - Foi o que respondi, surgindo para a surpresa de todos. Eu tinha recebido uma missão e ela era simples. Eu deveria apenas dizer que precisava levar Adwig. Eu não faria mais nada, apenas teria que esperar o portal se abrir de novo para eu voltar. Imóvel. Todos, obviamente, repararam que eu não tinha mais a aparência de antes, de uma Rainha de contos de fada. Essa constatação deixou claro que o tempo tinha passado em Vésper. - Preciso levar Adwig! - Falei logo a frase que eu fui instruída a dizer. Aparentemente, não era a primeira vez que Adwig estava na mira de Elaryan e, ingê
- Elaryan, não quero parecer tão exigente ou ingrata, mas não conseguiria tirar "férias" sem ter meu filho comigo. - Raquel disse, tentando descobrir se depois de todo aquele sofrimento ainda conseguiria cobrar aquela promessa dela.- Filhos, filhos, por que se importam tanto com isso? Uma desgraça de repasse genético que é praticamente uma maldição. Não entendo como o universo preserva esses laços, já que após as mortes tanta sobreposição de genes ocorre, tanto mutação, tanta transformação. Meu amor, sei filho passou anos recuperando laços com o pai no planeta da felicidade. Claro que aconteceu só na cabeça deles, mas para eles foi real o suficiente. E agora, está maior, praticamente um adulto, como os filhos da Emma, nem vai querer saber mais de você e está vivendo a própria vida, tendo finalmente
Gente, muita gente, muita gente mesmo! Por todos os lados. Não era possível aquilo. Aquele lugar era gigantesco, eu nem conseguia ver os seus limites. Excesso a parede da entrada, eu não podia ver paredes nem nas laterais, muito menos do outro lado, na outra ponta. Enxergava o teto por pouco, dava pra saber que tinha, mas era muito alto e tinha fumaça espalhada por todo ele que causava um efeito bastante interessante na iluminação que mudava constantemente de cor.Mas mal se podia andar. Ainda assim, Elaryan me puxava por uma mão e Raquel pela outra. As pessoas tocavam na gente. Apertavam, passavam a mão, de forma incisiva e com a clara intenção de sentirem uns aos outros. Todos faziam isso em todos.- O que significa isso? - Eu gritei para perguntar para Elaryan.- Contato, estamos num lugar de contato! - Foi apenas o que Elaryan respondeu.A única coisa que eu conseguia pensar era que
Acordei e sequer me lembrava como tinha ido dormir. Raquel estava comendo algo e me ofereceu. Disse que Elaryan tinha ido me chamar na piscina e que eu tinha deitado na beirada dela e adormecido. Me pegou no colo e me deixou numa das camas daquele lugar que era imenso, mas sem repartições. Era um enorme salão com acomodações sem paredes entre elas, apenas elevações e escadas que praticamente era o que definia cada cômodo. Bastante moderno, na verdade. Eu comi uma espécie de pão torrado com uma pasta verde. Estava bem gostoso e eu estava com fome.- E para onde ela foi? - perguntei.- Bom, digamos que eu acabei recusando ficar com ela. Ela foi te buscar e você estava dormindo. Resolveu partir e disse que viria nos buscar mais tarde - Raquel explicou.- Eu sinceramente não entendo o que ela pretende fazer. - Eu tinha essa dúvida, mas não pretendia perguntar, afinal, entre ter
Creteas e Darca haviam assumido a ausência de Emma. No começo não foi algo tão difícil. A maior parte dos problemas estavam ligados a um novo surto de crises de ansiedade por conta do sumiço da Rainha. Depois, o fato de terem percebido que haviam sido levadas para um outro planeta. A estrutura inteira da cidade que foi construída para elas foi teletransportada. Era como se ainda estivessem no mesmo local, mas sabiam que não estavam. Era um outro planeta. O comportamento do céu, apesar de ter sido simulado para parecer mais com algo próximo algo que tínhamos em Néon do que em Vésper, deixava claro que não havia sido um surto coletivo. Mesmo assim, ainda existiam dúvidas se não poderia ter sido algum evento criado por Athos. Creteas tinha certeza que era um outro planeta. Não era Vésper. Em um determinado momento, depois de um tempo, as Mileniuns mais antigas decidiram que iriam desbravar o planeta. Não fazia sentido continuar apenas esperando. Por mais que a vida fosse tranquila agor
- Olá, garotas, não disse que eu voltava logo, para não sentirem saudades! - Elaryan surgiu, de repente, na minha frente. Raquel e eu pensamos em fugir daquele lugar, saímos, voamos até o alto do Céu e não enxergamos nada para nenhum lado do horizonte. Era só um monte de terra, mato e, mais adiante, árvores, muitas árvores. Chegamos a pensar em ir para algum lado e ver o que encontrávamos, mas acabamos desistindo. Elaryan nos encontraria e teríamos apenas perdido energia. - Fizeram muito bem em não fugir. Afinal, vocês irão salvar, agora, suas amigas de Néon, Emma. Elas estavam procurando por você. Na verdade, decidiram que seria interessante sair da comunidade segura que você criou, que eu trouxe, de bom coração, de Vésper para cá, nesse mesmo planeta, para desbravar o resto do mundo. No subconsciente da maioria, o motivo real é te encontrar. Mas elas não tiveram muita sorte, caíram numa cilada. Quem poderia ser melhor que você para salvá-las, não é? Vou confiar tanto que é iss
Podíamos tanto ter ficado em nossas casa, quietinha, não é mesmo? Se existia uma lógica por trás do Universo, e tudo nos indicava que realmente existia, ela era muito trágica e até mesmo doentia. Por que não permitia a tranquilidade e a felicidade? Tudo bem que toda aquela confusão que me permitiu, além de conhecer meu marido e meus filhos, também ter Leiva e Natane em minhas vidas e as todas as outras amizades que fiz, pessoas que se importam comigo e por quem me importo. Mas era realmente necessária tanta luta e sofrimento?- Varuna, serei completamente sincera com você. Meu nome é Emma, eu fui completamente chantageada por Elaryan, não sei se você a conhece, que se acha deusa, muito poderosa e tudo mais, que tende a usar todos como marionetes com a desculpa de que sabe tudo que vai acontecer no futuro? Então, essa daí! Chantagem emocional e psicológica, de todas as formas possíveis. No momento ela disse que minhas amigas precisavam ser salvas e aparentemente elas realmente est
Saímos todas exatamente onde eu queria, a sala onde havíamos deixado Natane, meu marido e meus filhos. Quando cheguei, Clara e Eric correram para me abraçar, como faziam quando eram crianças e meu coração se aqueceu. Pena que durou o tempo em que meus olhos ficaram fechados. Quando abri, ouvi uma voz que já me deixou alerta novamente e exausta. - Sua família é mesmo encantadora, Emma! Estávamos tomando café, você quer? Imagino que não tome desde a Terra! Carlos mesmo mal lembrava o sabor. Eles contaram muitas histórias do Planeta da Felicidade. Uma pena que eu não arriscaria passar pelo planeta das crianças para chegar até lá. Tomei a liberdade de contar um pouco do que aconteceu com você também, pobrezinha. - Elaryan estava mesmo sentada à mesa, ao lado de Carlos e de Natane. - Não entregarei as armas místic