Emmy ZackChase não perdeu tempo.Ele agarrou minha mão com firmeza e me arrastou de volta para o centro do salão. Seus passos eram firmes, quase apressados, como se houvesse algo urgente em me exibir ali, sob os olhares atentos da matilha e dos convidados, como se cada gesto dele precisasse ser testemunhado.Seus dedos se fecharam ao redor da minha cintura com uma segurança que fazia meu coração acelerar — e não só pelo ritmo da dança. Ele inclinou o rosto, o hálito quente tocando a curva da minha orelha enquanto sussurrava:— Você parecia tão feliz nos braços de Isaac... — a voz dele era baixa, carregada de uma intensidade que não consegui decifrar de imediato — Mas nos de Alec, Emmy... você estava radiante.Engoli em seco. Levantei os olhos até encontrar os dele — azuis escuros, profundos como o mar à noite, cheios de um ciúme contido que se mascarava por trás do sarcasmo.— O que você quer dizer com isso? — perguntei, tentando manter o tom leve, embora meu estômago tivesse se revir
Emmy ZackO ar parecia pesar sobre meus ombros. Meus pulmões pediam socorro, e meus pensamentos, dilacerados e frenéticos, imploravam por silêncio. Eu andava ao lado de Matteo, cambaleante, sem absorver o mundo ao redor.A única coisa que me mantinha em pé era o instinto. Queria sair.Precisava sair.Aquele templo... aquela cerimônia... aquele beijo.Caminhamos por uma trilha silenciosa, ladeada por borboletas de luz que flutuavam como estrelas perdidas. Suas asas cintilavam em tons violáceos e dourados, como se carregassem fragmentos de uma noite encantada. Mas eu não via beleza.Eu via labirintos. Dentro de mim, algo havia sido despertado — ou talvez invadido. Um calor antigo e desconhecido serpenteava por minha pele.Não me lembrava do rosto dos outros rapazes. Não soube dizer se sorriram, se gritaram, ou se me olharam com choque ou inveja. O único som que ecoava em minha mente era o alvoroço abafado dentro do salão, risos e aplausos misturados ao som de meus próprios batimentos
Zayn Fields Ri, baixo e rouco. — Docinho... você é tão... deliciosa. — minha língua quase salivava com a lembrança. — Sabe, eu ainda posso te sentir aqui dentro — bati o peito. — Como se já tivesse provado tudo de você. Ela me olhou, enfim. Olhos confusos, mas com a raiva acesa neles. — O que você quer agora? — perguntou, a voz embargada. — Primeiro... — comecei, desabotoando lentamente a camisa, deixando a pele à mostra — beije-o. — O quê? — ela parecia não entender. — Beije-o, docinho. — sussurrei, cada palavra um açoite. — Aproxime essa sua boquinha doce da dele... e dê a ele o seu laço. — Você... — Vamos, Emmy. — minha voz saiu dura, incontestável. Era uma ordem. Matteo me encarava com fúria nos olhos. Mas a fera dentro dele... tremia. — Ela não precisa... — ele tentou. — Não perguntei, porra! — rugi. O ar vibrou ao meu redor. — Eu mandei ela beijar! Silêncio. Pesado. Cortante. — Sabe, Emmy... — me aproximei mais, ficando a centímetros do rosto dela — eu não posso
Emmy ZackOs passos pesados ecoaram pelo chão de pedra, aporta se fechou com um estalo seco.Meu corpo soube antes dos meus olhos confirmarem: Alec estava ali.Ele não disse uma palavra, apenas me olhou.Seus olhos verdes estavam intensamente fixos nos meus, como faróis em meio à névoa. Havia algo ali, impiedoso, inevitável. Eles brilhavam como esmeraldas cravadas em fogo, atravessando todas as defesas que eu ainda tentava sustentar. Como se ele pudesse ver além da minha pele, além do orgulho e das palavras que nunca disse em voz alta.Como se soubesse o que meu corpo implorava, mesmo quando minha boca negasseZayn, parou à sombra do quarto, cruzou os braços, observando a cena com um tipo de diversão silenciosa. O sorriso em seu rosto era cortante, quase cruel.— Boa sorte, irmão — disse, com um ar de triunfo sombrio. — Ela é toda sua.Alec não respondeu. Não era necessário.Ele se moveu como uma tempestade silenciosa. Como o estalar de trovões antes da queda da chuva — inevitável
Zayn FieldsO ar parecia vibrar dentro daquele quarto abafado, impregnado pelo cheiro de suor, luxúria — algo que não podia ser nomeado, mas que deixava um gosto metálico e quente na língua.Eu estava completamente duro, latejando de desejo, com os olhos cravados na cena diante de mim. Alec a possuía com uma brutalidade louca, cada estocada era um quadro vivo de prazer selvagem. Emmy arfava, os cabelos colados ao rosto, o corpo oscilando entre resistência e rendição. E eu... eu não conseguia desviar os olhos. Cada gemido dela era uma sinfonia maculada feita apenas para mim. Cada contração de seu corpo parecia pulsar direto no meu sangue.Meu coração batia no ritmo dos sons que ela emitia, como se tivesse sido programado para reagir àquele prazer alheio — tão próximo, tão íntimo, tão errado. Mas ali, entre sombras e pele, certo e errado não existiam. Só a fome.Ela tremia, tentando se recompor do orgasmo avassalador que Alec a forçou a sentir. O corpo dela desabava, frágil e desproteg
Emmy Zack Acordei com um sobressalto silencioso, como se meu corpo soubesse antes da minha mente que algo estava fora do lugar. A primeira sensação foi a do toque macio dos lençóis contra minha pele nua — linho dourado, de um brilho discreto e elegante, como ouro velho sob a luz tênue do amanhecer. Pisquei várias vezes, ainda confusa, tentando reconhecer onde estava. O teto acima de mim era pintado com as fases da lua — um ciclo eterno pairando sobre mim, julgando-me em silêncio. Meus olhos desceram para a cabeceira esculpida com runas e ornamentos lunares. A atmosfera era carregada, quente demais, como se ainda estivesse mergulhada na intensidade da noite anterior. Meu corpo doía em lugares que eu não sabia que podiam doer. Um incômodo doce, quase proibido. Então, percebi: eu estava colada ao peitoral nu de alguém. E do outro lado… outro corpo. O pânico me invadiu como uma maré noturna. Alec. Zayn. Meus pulmões pareciam pequenos demais para conter o ar que tentei puxar.
Alec FieldsA inquietação fervilhava sob minha pele, pulsando como brasas sob a carne. Havia algo corrosivo naquela lembrança — a noite com Emmy. Mesmo que o toque de Zayn tivesse invocado minha fera, meu senso, minha consciência... ainda estavam lá.Eu não estava ausente.Eu queria, ela também quis.Ela não disse "não".Se tivesse dito... eu teria parado. Teria rompido a névoa da magia que Zayn espalhou como veneno em nossos corpos.Eu teria resistido.Por ela.Deixei o campo de treinamento com os músculos tensos e os punhos cerrados, o suor escorrendo pelas têmporas enquanto tentava ignorar o ardor em minha mente.Passei pelos lobos de Chase, que agora viviam à espreita, alojados na ala nobre destinada ao herdeiro. Desde que Isaac nos proibira de atravessar os corredores da prometida, ficamos à margem, como predadores domesticados por ordens superiores.Mas isso nunca me impediu de ver Emmy. Ela mesma veio até mim, dias atrás, com os olhos carregados de ternura e decisão. Pediu que
Emmy ZackDOIS DIAS DEPOISConvencer Zayn e Alec a participarem do jantar não foi difícil. Eles estavam dispostos, talvez até ansiosos. — A verdadeira barreira era Chase.Chase, com seus silêncios longos e olhos que pareciam sempre no limiar entre mágoa e julgamento. Ele não disfarçava a decepção desde a última lua cheia.Foi ele quem me pediu, com um olhar sereno e uma voz baixa demais para o caos do momento, que eu fosse gentil com Zayn naquela noite. Foi dele a ideia de que todas as taças estivessem cheias, igualmente.Agora ele mal me dirigia a palavra.— Senhorita... — Wanessa se aproximou em um sussurro, como se temesse que seu tom violasse alguma regra não escrita do templo. — Está bem?Desviei o olhar da lareira acesa e a encarei. Seus olhos castanhos eram quentes, cuidadosos. Um contraste nítido com as paredes de pedra fria ao nosso redor.Wanessa era uma das jovens sacerdotisas do templo, pertencia à ala da Prometida da Casa Malac'h — uma ala de cortinas brancas, silêncios s