—Obrigada.

—O que pretende fazer agora?

—Fugir daqui.

—Fugir? Sabe que só tem três dias.

—É modo de dizer, quero relembrar como nos amávamos.

Rana ainda sem saber direito o que está fazendo acompanha Tiago até o seu carro. —Posso dar uma sugestão?

—Claro que sim, manda.

—Não sei onde vamos, mas podemos comer alguma coisa primeiro. 

—Vejo que seus pensamentos ainda giram através da comida. —Ele ri.

— Ei, eu tomei café era 7:30 agora já são quase 12:00.

—Certo, vou leva-la em um restaurante Japonês que abriu faz pouco tempo.

—Por que todo mundo pensa que Japonês gosta de sushi? 

—Não esqueci que você não gosta, mas sei que adora yakissoba.

—Agora sim, já estava pensando que esses três anos lhe fizeram ter amnesia a meu respeito.

—Isso nunca.

Os dois almoçam e depois passeiam pelo museu do Louvre. —Eu gosto de arte, mas você não gosta. Não me esqueço que me disse que nunca mais iria voltar aqui. Então porque estamos de volta aqui? Esse não é um bom jeito de relembrar que nos amávamos.

—Nunca chegue a falar isso, mas foi aqui que tive a certeza que você é o meu verdadeiro amor.

—Vou falar como o filosofo Platão. “Ao toque do amor, todo homem se torna um poeta” —Ela começa a rir. —Você está falando isso só para me convencer que não gosta de arte.

—É verdade, não se lembra quando viemos aqui? Estávamos namorando fazia dois meses.

Rana começa a lembrar desse dia.

—Olha essas pinturas uma mais linda que a outra. —Ela admira os quadros.

—Não vejo nada de belo aqui.

—Não estou falando nesse sentido, as histórias dos quadros é que são lindas. Por exemplo esse aqui. —Rana aponta para o quadro São João Batista.  —Muitos afirmam que ela foi a última obra criada Leonardo da Vinci feita no período da Alta Renascença. Não é legal ver a última obra dele? Já essa estátua. — Ela aponta para a Vênus de Milo. —Não é uma simples estátua grega da antiguidade, sabe por que ela não tem braço?

—Por quê? —Tiago a observa atentamente tagarelar.

— Os braços teriam sido arrancados durante uma batalha entre os moradores locais e marinheiros franceses”, conta Curtis. ... Foi então que um tal Yorgos, camponês local, desenterrou a estátua, separada em dois pedaços na altura da cintura, e já sem os braços...

Seus pensamentos voltam.

—Não consigo pensar que isso seja verdade, eu parecia um guia turístico aquele dia, dei uma mini palestra de pelo menos umas 15 obras diferentes.

—Foi isso que me fez ver que estava apaixonado, quando me peguei escutando você tagarelar sobre arte e achei fascinante. Eu pensei. Cara ela é tão interessante. Pois, fique sabendo um olhar bonito encanta os olhos, mas uma personalidade interessante encanta o coração.

“Ai que coisa mais fofa.”

—Quer dizer que eu não sou linda? —Ela sorri entrelaçando os braços no pescoço dele o beijando.

—Rana você ainda faz isso. —Tiago a encara.

—Faço o quê?

—Isso, não me deixar ser romântico.

—Claro que não.

—Sim, você faz.

“Sim, talvez eu faça isso.”

—Não consigo evitar, não sou como a Jasmim.

—Nem quero que seja, ela é demais com romantismo. O que me diz de sair daqui? —Ele estende a mão.

—Espera que horas são? —Rana pergunta aflita.

—16:15.

—Não acredito! —Ela fala assustada.

—O que foi?

—Combinei de encontrar a Jas no Jardim do Luxembourg às 16:30.

—A por favor, não me deixe sozinho. Se esqueceu que só temos três dias.

—Você disse que iria lutar por nós até o dia do meu casamento, não achou que seria fácil, achou?

— Não se preocupe, eu não me entregarei assim facilmente às dificuldades, e não permitirei que outras pessoas ou situações interfiram no nosso amor. Nunca vivi um amor como o nosso e não estou disposto a abrir mão dele agora que o tenho de volta.

—Convencido. —Ela o beija rapidamente. —Preciso ir.

“É melhor eu avisar a Jas que irei me atrasar.” —Rana pega o celular, enquanto continua andando.

—Oi. —Jasmim atende.

—Jas, irei me atrasar. Vim aqui no Museu do Louvre e perdi a hora.

—Não é de se surpreender, você é fascinada por arte, deveria ter desconfiado que estaria aí.

“Não venho aqui mais pela arte, e sim pela companhia.”

—Se quiser eu posso ir aí.

—Não precisa, eu já estou pegando um táxi acredito que em menos de 10 minutos estarei aí.

—Ok, estarei esperando não tenha pressa.

—Boa tarde. —Rana entra no táxi.

—Boa tarde, a dama vai para onde? —O taxista pergunta.

 irei para o jardim do Luxemburgo. —Rana responde enquanto se senta. —A semana não está linda?

—Realmente, essa semana está linda. Mas, diz que a semana que vem irá voltar a chover.

—Ainda bem que levei sorte de pegar uma semana ensolarada.

—A então você não é daqui?

—Não, eu sou do Japão...

Como previsto em menos de 10 minutos Rana chega. —Olha ela ali. —Jasmim aponta para Rana que se aproxima. “Espera eu estou vendo bem, o Tiago está ali com ela?”

—Lua me desculpe, encontrei sem querer o Tiago aqui. Mas, ele já está de saída, não é?

—Na verdade, eu posso ficar já fiz as entregas que tinha para fazer.

“Ele não perde a oportunidade mesmo.”

—Tiago não faça isso, vá embora. —Jasmim o encara. —É melhor para todos nós.

—Certo, eu vou embora se a Rana disser que não me quer aqui. —Ele a olha intensamente.

“O que eu digo, se disser para ficar a Jas vai começar a fazer perguntas. Mas, se eu o m****r embora vou ter menos tempo para ver se estou fazendo a escolha certa, em me casar com o Noah.”

—Tanto faz, se o Tiago quer ficar por mim, que fique.

—Rana, tem certeza? —Jasmim pergunta confusa.

—Claro, vamos passar uma borracha no passado e tentar seguir em frente. Afinal, agora que conheci o Benjamim pretendo vim mais vezes visita-la, e não quero mais ter que me esconder. —Ela olha para Tiago. —De você.

—Digo o mesmo vamos passar uma borracha no passado.

—Se os dois concordam quem sou eu para me meter, onde gostariam de ir?

—Me lembrei de um lugar que sempre íamos quando vinha para cá, e vivíamos competindo. —Rana fala.

—

—Não, vocês não podem ir naquele lugar.

—Por que não? —Ela pergunta rindo.

—Porque vocês competem tanto que acabam brigando no final.

—Prometo que não iremos fazer isso dessa vez, não é Rana.

 —Claro, não iremos brigar.

—Já vi que não vai ter jeito, então vamos. Lua vem comigo, e Tiago lhe encontramos no fliperama.

Rana acompanha Jasmim até o carro e partem para o fliperama. —Rana eu não sou burra, o que está acontecendo entre você e o meu primo?

“Ai meu Deus, como ela percebeu?”

—Não está acontecendo nada, por que essa pergunta?

—Eu vi os olhares de vocês dois, era o mesmo de anos atrás.

—Jas, por favor nada a ver. Estamos apenas tentando ser amigos novamente, você está vendo coisas.

—Vocês podem tentar ser amigos, mas não se esqueça que está noiva. —Jasmim fala enquanto estaciona.

—Jas vai falar isso a minha viagem toda?

“Não que eu não mereça.”

—Me desculpe eu vou parar de falar isso, é que eu me preocupo com você Lua. 

—Amiga eu sei que você fala isso para o meu bem, porém já estou cansada de ouvir a mesma coisa desde que cheguei. Sendo que eu não fiz nada.

“Na verdade, eu fiz.”

—Eu prometo que a partir de agora não irei mais falar nada, talvez esteja vendo coisa onde não tem mesmo.

“Isso, continue pensando que está vendo coisas.”

—Obrigada, agora podemos ir logo. Estou ansiosa para jogar.

—Tenho até medo quando fala assim.

—Ué, é a mesma coisa que você com o boliche.

—Então estou ferrada. —Jasmim começa a rir. —Você sabe que sou muito competitiva quando se refere a boliche.