- Não tenho o que explicar. – Vejo o brilho sair dos seus olhos assim que profiro as palavras e me apresso em esclarecer. – Não sou eu nessas fotos.
- Arrume uma desculpa melhor, ficou burro também? – Raphael grita comigo.
- Cara, você é meu irmão, estou tentando relevar devido a situação, mas se não se acalmar vou quebrar sua fuça. – Busco forças de onde não tenho para ficar calmo. – Não é desculpa, não preciso disso, esse – aponto para as fotos – não tem como ser eu.
- Como essas fotos foram parar nas suas mãos, Raphael?
- Colocaram na caixa das minhas correspondências na portaria do prédio. – Vai até o sofá, se senta com os braços apoiados nas pernas e passa as mãos no rosto. – Estou tentando descobrir sobre a entrega e sei que foi um passo da
Sem conseguir me segurar vou até ela, seguro seu rosto com as duas mãos, fixando meu olhar no seu.- Eu te amo, não preciso de outra mulher, vou provar isso, mesmo que precise passar o resto da vida tentando. Pego meu aparelho celular e mecho por alguns instantes, encontro a música que procuro e os primeiros acordes da melodia ressoam no ambiente. Ela é perfeita, mas tem a mania de se sabotar, movida em muitos momentos pela insegurança.- Essa música é perfeita. Ouça, se chama “Calma”, é de uma dupla sertaneja daqui de Goiás. Se chamam Jorge e Mateus. – Fixo meus olhos nos seus e canto junto. – Calma, a sua insegurança não te leva a nada, eu quero ser seu homem te fazer amada... 
Thay se levanta do meu colo e se dirige ao outro lado da bancada, meus olhos se fixam em seu corpo. Até que sinto um tapa na parte de trás da minha cabeça, olho na direção do agressor e encontro George me olhando bravo. - Quer parar de secar ela na minha frente? - Então olhe para outro lado, uai. – Falo debochado, o que causa risos na mesa. – Tendo em vista que eu também toco, amasso, ... – Outro tapa, agora mais forte. - Cala a boca, Enrico. – Um Rapha mais relaxado grita comigo. – Não preciso saber o que faz com a minha irmã. - Vamos voltar ao foco da reunião? A mulher em questão fala me lançando um olhar bravo, que eu respondo com um sorriso e outra encarada. Não conseguindo segurar por muito tempo, minha Flor balança a cabeça sorrindo, voltando para o café que prepara. - Podemos enumerar os fatos em ordem cronológica, o que acham? – André começa. – Qual o primeiro f
- Não sabemos ainda, estou investigando. – Fecho meus punhos em cima da mesa. – Eu sei o que está pensando e sim, vamos descobrir se assim como você, ela também foi maturada por Zander.- É ISSO! – Nat grita e a olhamos sem entender. – Danila está na boate para te vigiar, seu pai a colocou lá, provavelmente seu intuito inicial era dinheiro e poder, mas então Carol se envolveu com Olavo, você... bem, Daniel morreu e Thay também é filha de Cassandra, com o bônus de ser irmã de Raphael.- A intenção é atingir tanto Enrico, quanto Raphael, já que você está investigando a organização criminosa deles a anos. – Adriel completa olhando para meu amigo.- O foco de Zander era apenas Raphael, e a melhor forma era infiltrando alguém próximo a ele, quem era o mais próximo? – Ola
Após nosso plano maluco, tive que deixar a casa de Enrico, o que acabou se mostrando certo, uma vez que na saída, meu irmão comprovou estarmos sendo seguidos. Minha tristeza foi genuína, pois meu namorado não ficou nem um pouco contente e digamos que nossa despedida foi frustrante para os dois. Aproveitando que estou tendo mais tempo a 3 dias, ou quem sabe tentando me distrair, Raphael resolveu apresentar-me para nosso pai, e hoje será o grande dia. Afinal, segundo ele, o homem ficou extremamente emocionado por ter uma filha e está impaciente para me conhecer. Eu quis que Elvira estivesse presente, ela foi a figura materna que tive, mesmo que de maneira torta, e agora estamos no carro com Felipe, escoltados por seus amigos,
Volto a mim no momento em que paramos na portaria do condomínio mais caro e chique da cidade. Ainda não me acostumei com luxo e riqueza, vivi sempre de maneira simples e nunca fui deslumbrada, mas em alguns momentos acaba sendo assustador.- Tudo bem? Você está muito calada. – Meu amigo aperta minha mão e assinto.- Apenas estou assustada com tanto luxo, será que precisa tanto?- Você sabe que seu pai é um dos homens mais ricos de todo o país, não sabe?- Raphael me explicou, mas não quero o dinheiro dele.- Isso não muda o que ele é. – Olha em minha direção quando somos liberados pela segurança. – E ele sabe que recusou sua parte?- Claro, caí de paraquedas na vida deles e simplesmente já pego uma parte do que eles têm? – F
O simples fato de citar a existência dele é o gatilho para que novas e grossas lágrimas venham fortes. Abraço-me mais a ela e tento segurar, porém, é mais forte do que eu. Um soluço sofrido sai dos meus lábios. Antes que possa reagir, sou rodeada por braços fortes e o cheiro dele me invade. Meu cérebro agora vai sentir sua essência em outros abraços, apenas para me torturar? É tão bom, que permaneço de olhos fechados para não quebrar a fantasia e voltar a um mundo em que não me quer mais.- Abra os olhos, Flor de diamante. – Arregalo os olhos e estou nos braços dele, olhando para ele, ouvindo sua voz.- ENRICO! – Grito ao mesmo tempo em que me jogo em seus braços, colocando meu rosto em seu
Thaynara Duas mãos grandes envolvem as minha, apertando-as com carinho, uma corrente elétrica perpassa meu corpo, causando leves tremores, que nada tem de eróticos, são de cumplicidade, de alegria, de amor. Encaro o homem ao meu lado, em seus olhos quase negros, encontro a certeza de que seja o que for, estará ao meu lado. Como se percebesse que estou pronta, Célia inicia seu relato.- Comecei a trabalhar para os pais de Saimon, quando ele era ainda muito jovem. Era um pouco mais velha, mas passei a cuidar dele como de um irmão, era um menino jovem, carinhoso com os pais e funcionários, enfim um gentleman. – Olha fixamente para um quadro na parede, como se estivesse apenas com o corpo presente, sua alma voltou ao passado. – Mas, nã
Vou até ele e sentando-me ao seu lado o abraço, demonstrando que não há mágoas entre nós, pois ambos fomos vítimas de pessoas desiquilibradas e cruéis.- Eu sempre soube que minha família tinha uma história triste, permeada por maldades de minhas “tias” – Elvira faz mímica de aspas no ar. – Tenho vívidas em minha memória, as maldades que Cassandra cometia sorrindo.- Por que eu não me lembro dela? – Rapha questiona. – Eu tenho lembranças de Cássia, mas não me lembro de nada disso. Apenas de uma vez em que a peguei chorando e ela me deu um tapa e me mandou ficar quieto.- Você era apenas uma criança, por isso não percebeu, mas essa era Cassandra. – Célia diz. – Elas eram idênticas. Porém, quand