Saio do meu transe quando a porta é aberta por um Zander com cara de poucos amigos. Não me dou ao trabalho de o receber de pé, não faço questão da sua presença.
- Sua secretária é muito ruim de serviço, disse que se eu quisesse entrar que abrisse a porta. Seu avô sabe disso?
- Mandi é muito competente, além de ser da família. Porém, não preciso discutir sobre meus funcionários com você. – O olho friamente. – Também não vejo problema em que abra uma porta, afinal você tem mãos para isso, não?
- Eu ainda sou seu pai e exijo respeito.
- Respeito é conquistado por merecimento e não exigido, portanto para de perder o meu tempo e diga logo o que veio fazer aqui.
- Não vai me oferecer nem uma cadeira,
Ele ser parceiro de negócios de Cláudio não me surpreende nem um pouco, afinal, traficar seres que lhe são inferiores não é crime, em sua mente doentia, os superiores podem fazer o que bem lhes aprouver.- Que tipo de negócios você mantem com Peçanha? – Não sou idiota, minha sala possui câmeras que gravam com áudio, então vou instigá-lo a falar. Meu pressentimento é de que farei um favor a sociedade.- Investimentos, compra de mercadorias entre outros. – Ele nem pisca, acredito que ele pensa que sou tão inferior ao ponto de não lhe ser uma ameaça.- Sei... e diga-me, por que eu me importaria com seus negócios? Nunca o fiz antes, agora é que não vai acontecer. – Mentira, agora eu quero acabar com eles.- Serão seus em algum
Dois dias sem ver meu moreno lindo estão acabando comigo. Acostumar-me em pouco tempo a ter sua companhia e a dormir agarrada com ele, acaba sendo assustador. Assustador por diversos motivos, mas principalmente pela dependência emocional desenvolvida.- Toc toc. Posso entrar? Viro-me na direção da porta e encontro Carol parada me olhando com semblante preocupado, parece que esta não é a primeira vez que me chama.- Claro que sim.Aponto a poltrona a minha frente e ela se senta. Porém, antes que diga qualquer coisa, duas malucas espalhafatosas aparecem correndo, fecham a porta, puxam poltronas e se acomodam todas ao redor da minha mesa.Observo-as e caio na risada com esse trio maluco com que trabalho. E mais uma vez não tenho a chance de abrir a boca, a porta &ea
Ficamos nos encarando por bastante tempo, cada uma imaginando uma forma de acabar com o parque de diversões do meu amigo, mas depois de algum tempo caímos na gargalhada e com mais uma rodada de café continuamos nosso papo descontraído.- E você, por que mesmo está tão chororô? – Ele pergunta para mim.- Não estou!- Mas estava pensativa, te chamei 5 vezes, para me ouvir na sexta vez. – Carol complementa.- A verdade é que estou preocupada com essa viagem do Enrico.- Como assim? – Rita me olha assustada. – Você tem medo de que o tal Peçanha tente algo contra ele?- Não. – Solto um longo suspiro. – Apesar de que deveria. – Fecho os olhos e os abro novamente tentando organizar minhas ideias – Acho que assumir em voz alta vai parecer ridí
- Esse doutorzinho é um mané! – Enrico fala cuspindo fogo. – Precisava passar tanto as mãos em você? Finjo que não ouvi e me encaminho para o carro, onde Armando está ao lado da porta segurando o sorriso. Saímos do consultório do meu ginecologista e apenas porque o médico nos acompanhou até a recepção, sendo o perfeito cavalheiro que sempre foi, meu namorado ficou possesso.- Pode rir Armando, seu chefe está agindo como um paspalho. – Falo quando eles se acomodam e o motorista já está dando a partida, ao passo que solta uma sonora gargalhada.- Paspalho Thaynara? – O “paspalho” pergunta com uma carranca que se fosse outra assustava.- Diga-me, se ele fosse feio você faria essa tempestade toda?- E ainda me diz que o homem é bonito,
Ele se assusta, mas fica quieto, libertou minha fera, agora aguenta e ouve tudo. – Eu nunca senti nada parecido, nem tesão nunca se apossou de mim com outros homens. – Sorrio friamente. – Sozinha sim, conseguia chegar a orgasmos, mas quando qualquer homem me tocava era estranho, não ruim, apenas não sentia o mesmo que demonstravam. – Solto um bufo. – Assisti todo tipo de pornô, fui a boates de strip, tanto masculino quanto feminino e nada acontecia. – Olho-o com raiva. – Aí o todo poderoso Enrico Garibaldi aparece... – Fico em silêncio e ele espera como se tivesse todo o tempo do mundo. – Meu corpo se acendeu apenas por olhar em seu rosto, isso me assustou, porém, estava disposta a ver no que dava, mas não podia ser fácil, não é?- Thaynara, você sabe que sinto o mesmo.- Já não sei de nada. Você me afastou por mais
O silêncio é permeado por dor e sofrimento. Vários minutos se passam com ele apenas olhando o vidro que reflete as nuances do fim da tarde. Sei que falar o machuca, mas, necessito entender o que ocorreu com ele, porque demonstra tamanha cólera com a presença do pai. Nunca o tinha visto como o vi no vídeo, como se olhar para o pai fosse o maior sacrifício, o que começo a entender agora.- Isso durou por mais dois anos. – Finalmente ele fala e sua voz está mais fraca e trêmula. – Um mês após completar 8 anos, estávamos jantando e ela o aborreceu, simplesmente porque pediu para a cozinheira fazer estrogonofe e não outro tipo de carne, - solta uma risadinha sem humor – como se ela pudesse adivinhar o que ele queria. – Sorri friamente. – Hoje eu sei que não precisava nenhum motivo, bas
“Eu sou um covarde e um idiota”, repito essa frase para mim mesmo há exatos 33 minutos, tempo em que me encontro na frente do escritório das meninas, esperando que Isaac saia. Desmarquei nosso encontro por puro pânico, isso mesmo, medo do que poderia acontecer, medo de que ele descobrisse que não sou o que espera. Sou um homem bonito, sei disso, minha rosa do deserto diz isso sempre, mas por dentro sou extremamente inseguro. Poderiam pensar que um Sargento de uma das polícias mais respeitadas em nosso estado seria um homem até arrogante de tão seguro de si, mas não, a forma como conduzo minha carreira não reflete nem de longe quem sou realmente. Isso se deve a minha opção sexu
Desligo o carro, mas não falo nada, fico quieto e ele também assim o faz sem sair do carro. Após alguns minutos, ele começa a retirar o sinto e por instinto seguro sua mão e ele para me olhando, continuando em silêncio.- Eu fiquei com medo. – Falo sem olhar para ele. – Você é lindo, um cara especial e pode ter quem quiser, já eu sou cheio de frustrações, traumas e marcado por uma profissão que me rotula.- Posso até ser considerado como um rapaz jovem, mas na verdade sou um homem, tenho minhas convicções e não vou mudá-las. – Olho para ele e me sinto envergonhado, tão novo e tão resolvido. – Nem por um cara que estou completamente encantado a mais de um ano e por quem nutro uma paixão platônica, desde que o vi pela primeira vez. F