Encaminho-me para a cozinha e encontro Enrico tomando uma xícara de café sentado a mesa, conversando com Célia.
- Bom dia! – Falo quando adentro o ambiente.
- Bom dia, menina! – Ela responde me dando um abraço carinhoso. – Esse menino está te tratando bem?
- Está me tratando como uma princesa. – Pisco um olho para ela, ao mesmo tempo em que ele me abraça pelas costas.
- Bom dia, amor! Dormiu bem? – Beija meu pescoço e puxa o ar com força, fazendo meus pelos se arrepiarem. – Vai trabalhar desse jeito?
- Alguma coisa errada com minha roupa?
- Claro que sim, vou ter que desmarcar meus compromissos e vigiar os marmanjos que ficarem te olhando.
Célia solta uma gargalhada e indica a mesa para que nos sentemos, onde um verdadeiro banquete está servido.
- Ain
- Interessante, já sabem o sexo. Quanto tempo? – Felipe questiona.- Já estou com 17 semanas.- Demoraram a descobrir? – Questiono.- Como da primeira vez, não planejamos, daí ontem, fui a uma consulta de rotina, como sabem. – Lembra-nos que saiu mais cedo. – Como o marido dedicado que é, Bernardo me acompanhou, ele falou com o médico acerca de uma suspeita que ele estava tendo, que desconfiou o mesmo durante o exame físico. – Sorri passando a mão na barriga que parece realmente já estar apontando. – Pediu um ultrassom e confirmou.- Não tenho culpa se seus seios ficaram maiores e mais sensíveis amor.- Hum hum, dedicado. – Olavo fala jocoso. – É aquele médico, Bernardo?- O próprio. – Fecha a cara. – Acha mesmo que deixaria ela ir sozinha?- O doutor Alexandre? – Per
Todos finalmente se vão sobrando apenas Rapha, Isaac e eu na recepção, quando a porta da rua é escancarada e uma mulher adentra pisando duro. Olho para ela e tenho a sensação de já a ter visto. É uma loira bonita, com corpo esguio, e altura mediana. Mas, seus olhos soltam faíscas. Ela se encaminha até o balcão, ignorando sumariamente meu irmão e a mim.- Quero falar com Thaynara Cardoso. – Sua voz pinga desdém.- Pois não? – Questiono sem dar tempo para Isaac responder. Ela se vira para me olhando de cima a baixo, fazendo um movimento com os lábios, como se tivesse nojo.- Virou recepcionista agora? Não deixa nem o rapaz responder? - E nesse momento tenho o estalo, eu a vi na empresa de Enrico.
Após um tempo em que nenhuma das duas desvie o olhar, minha sala é invadida por um Enrico possesso, seguido por Raphael também com cara de poucos amigos.- O que você veio fazer aqui, Danila? – Meu namorado pergunta com a voz muito calma em contraste com sua fisionomia. – Raphael me disse que você chegou ofendendo minha mulher.- Sua o quê? – Ela quase grita.- Quem faz as perguntas aqui sou eu. – Vem até mim, segura meus ombros e a olha com raiva. – Responda, o que veio fazer aqui?- Você mudou desde que se envolveu com essa... – olha para ele, engole em seco – mulher. – Tenho certeza de que a palavra não seria essa. – Até brigar na boate você fez. Eu estou sempre ao seu lado, mesmo quando percebeu que ela era uma interesseira e ficou longe, fui eu quem te
Hoje é a tal consulta de minha Flor de diamante com o tal doutor Alexandre. Qual a justificativa de as mulheres ficarem ouriçadas por homens bonitos em determinadas profissões? Ela dormiu na casa do Raphael, pois precisei ir até São Paulo para sanar alguns problemas na filial de lá, ontem e consegui chegar apenas de madrugada. Meu amigo, como o paranoico que é, não quis deixar que ela me esperasse sozinha, então levou-a e minha saudade é tão grande que não consigo parar quieto. Estou revisando uma papelada referente a minha visita, quando Amanda me chama pelo interfone.- Rico, Zander está aqui e disse que só vai embora quando você o receber.&
Saio do meu transe quando a porta é aberta por um Zander com cara de poucos amigos. Não me dou ao trabalho de o receber de pé, não faço questão da sua presença.- Sua secretária é muito ruim de serviço, disse que se eu quisesse entrar que abrisse a porta. Seu avô sabe disso?- Mandi é muito competente, além de ser da família. Porém, não preciso discutir sobre meus funcionários com você. – O olho friamente. – Também não vejo problema em que abra uma porta, afinal você tem mãos para isso, não?- Eu ainda sou seu pai e exijo respeito.- Respeito é conquistado por merecimento e não exigido, portanto para de perder o meu tempo e diga logo o que veio fazer aqui.- Não vai me oferecer nem uma cadeira,
Ele ser parceiro de negócios de Cláudio não me surpreende nem um pouco, afinal, traficar seres que lhe são inferiores não é crime, em sua mente doentia, os superiores podem fazer o que bem lhes aprouver.- Que tipo de negócios você mantem com Peçanha? – Não sou idiota, minha sala possui câmeras que gravam com áudio, então vou instigá-lo a falar. Meu pressentimento é de que farei um favor a sociedade.- Investimentos, compra de mercadorias entre outros. – Ele nem pisca, acredito que ele pensa que sou tão inferior ao ponto de não lhe ser uma ameaça.- Sei... e diga-me, por que eu me importaria com seus negócios? Nunca o fiz antes, agora é que não vai acontecer. – Mentira, agora eu quero acabar com eles.- Serão seus em algum
Dois dias sem ver meu moreno lindo estão acabando comigo. Acostumar-me em pouco tempo a ter sua companhia e a dormir agarrada com ele, acaba sendo assustador. Assustador por diversos motivos, mas principalmente pela dependência emocional desenvolvida.- Toc toc. Posso entrar? Viro-me na direção da porta e encontro Carol parada me olhando com semblante preocupado, parece que esta não é a primeira vez que me chama.- Claro que sim.Aponto a poltrona a minha frente e ela se senta. Porém, antes que diga qualquer coisa, duas malucas espalhafatosas aparecem correndo, fecham a porta, puxam poltronas e se acomodam todas ao redor da minha mesa.Observo-as e caio na risada com esse trio maluco com que trabalho. E mais uma vez não tenho a chance de abrir a boca, a porta &ea
Ficamos nos encarando por bastante tempo, cada uma imaginando uma forma de acabar com o parque de diversões do meu amigo, mas depois de algum tempo caímos na gargalhada e com mais uma rodada de café continuamos nosso papo descontraído.- E você, por que mesmo está tão chororô? – Ele pergunta para mim.- Não estou!- Mas estava pensativa, te chamei 5 vezes, para me ouvir na sexta vez. – Carol complementa.- A verdade é que estou preocupada com essa viagem do Enrico.- Como assim? – Rita me olha assustada. – Você tem medo de que o tal Peçanha tente algo contra ele?- Não. – Solto um longo suspiro. – Apesar de que deveria. – Fecho os olhos e os abro novamente tentando organizar minhas ideias – Acho que assumir em voz alta vai parecer ridí