- E como, - fica em silêncio com a cabeça baixa e finalmente olha para cada um na sala. – Me chamo Ângelo Marques de Almeida e sou natural de Pelotas no Rio Grande do Sul. Sou policial federal desde meus 26 anos, quando passei no concurso. Sempre trabalhei em casos que precisavam de infiltrados, uma vez que não tenho família. – Elvira aperta sua mão e ele a olha agradecido. – Mas, a 6 anos surgiu a necessidade de alguém se infiltrar em uma quadrilha de tráfico humano, me ofereci. – Solta o ar pesadamente, como se o estivesse prendendo. – Não vou mentir, fiz coisas pelo sucesso dessa missão e pelo bem maior, que não acreditava ser possível alguém fazer, matei pessoas que não mereciam morrer e tive contato com outros que nesse momento deveriam estar no inferno. Mas, a 1 ano, Peçanha me enviou para matar alguém que não fui capaz.
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Sinto uma dor imensa em meu peito e olhando para meu amigo de tantos anos, percebo o quanto fomos injustos com Elvira, ela mesmo sendo ausente foi minha mãe e me amou como tal. Sem conseguir me conter, levanto-me e puxo-a para um abraço apertado, cheio de gratidão, remorso e lágrimas.- Obrigado, você salvou minha vida por várias vezes, incluindo ontem. – Falo baixo, porém com o silêncio presente, acredito que todos ouviram. Ela convulsiona em meus braços e aperta-me mais intensamente, até que Russo a puxa para seus braços, acalmando-a com palavras gentis e carinhosas. Quem diria que esse homem fosse o mesmo que chegou ontem naquele lugar. O amor faz cada coisa com as pessoas.- Seus relatórios foram entregues? – Rapha pergunta, olhando p
Minha mulher está mais vermelha do que acreditei ser possível, mas ao invés de seu constrangimento causar desconforto, me faz sentir mais que especial, afinal ela esperou 30 anos para se entregar e eu fui o sortudo. Abraço-a carinhosamente e observo a morena problema se acomodando em uma cadeira que um dos seguranças trouxe para ela. Todos permanecem por mais algum tempo, inclusive Amanda providenciou um bufê com frios para um café da manhã tardio, uma vez que muitos ainda não comeram. E então liderados por meu avô maluquinho e especial, um a um foram se despedindo e por fim, restamos eu e minha flor na mesma posição.- Enfim sós. – Falo sorrindo.- Graças a Deus! Não sei se vou conseguir olhar no rosto do seu av&oci
Estou nervoso como se nunca tivesse saído com alguém antes, mas basicamente é verdade, já que ela é a primeira mulher que levo na minha casa e no quarto escondido no meu escritório, afinal não misturo trabalho com prazer, ou deveria dizer que não misturava? Da mesma foram, minha casa é o meu santuário e veja bem, não sou um homem dado a espalhar minha intimidade e o lar diz muito sobre cada indivíduo. Saímos da sede do hotel com vários seguranças contratados pelo Raphael, ele está sim levando muito a sério a segurança da irmã e não posso reclamar, porém eu mesmo poderia cuidar disso, tenho uma equipe muito competente e confio cegamente em meu chefe de segurança, vulgo motorista Armando. Mas te
Nesse momento adentramos no estacionamento do condomínio e Thay olha para tudo com olhos arregalados, me fazendo sorrir.- PUTA QUE PARIU! – Tapa a boca com as duas mãos e olha desconcertada para um Armando divertido. – Desculpe senhor, é que isso é um exagero.- Não precisa pedir desculpas senhorita, também não sei para que tanto luxo.- Ah não, nada de senhorita, meu nome é Thaynara, mas pode me chamar de Thay. – Abre um sorriso que tenho certeza encanta meu motorista.- Somente se me chamar de Armando. – Pisca um olho conspirador para minha garota.- Mas é claro que sim, Armando. Seu nome combina com o senhor. Sério e cordial, gostei. Meu motorista sorri amplamente, o que me assusta, pois ele só sorri
Célia e Armando caem na risada e então estamos os quatro gargalhando sem parar quando Raphael abre a porta e entra.- Parece que o ambiente aqui está animado.- Alguém me explica que segurança é essa que eu tenho, pois não me lembro de ter te dado o código Rapha.- Eu sou esperto, te vi digitando na última vez em que estive aqui e quando colocou os dois primeiros deduzi os últimos, - faz cara de debochado – você não é muito esperto, irmão. – Abre um sorriso do gato de Cheshire e rapidamente o fecha. – Ou seria cunhado agora? Não sei se gostei. – Franze a testa em sinal de descontentamento.- Como assim menino? – Célia o questiona.- Quer dizer Celita, que este marmanjo está se aproveitando da minha irmãzinha e que agora s
Passamos um almoço descontraído, no que cumprimos à risca o pedido de Célia, não deixando sobrar nada nas vasilhas e ainda contamos toda a história para ela e Armando, incluindo a de Olavo e Carol, que eles já conheciam, mas não tinham os detalhes referentes a Cassandra. Raphael nos deixa logo quando terminamos, alegando que precisa ir para casa resolver alguns assuntos pendentes com o administrador das empresas do grupo deles, deixando-nos para descansar. Em muitos momentos percebi desconforto nas atitudes de Célia, durante nosso relato e um olhar carinhoso em direção a Thaynara, o que me causou certo grau elevado de curiosidade. Será possível que essa senhorinha saiba de algo acer
Ela adentra a sala, passando por cada prateleira contendo diversos livros colecionados por uma vida toda. Minha biblioteca é um sonho infantil realizado por meu avô, que fiz questão de carregar comigo quando me mudei. É um ambiente amplo, onde três paredes são tomadas por estantes abarrotadas por livros, que para melhor conservação, são fechadas por portas de vidros transparentes e a quarta e última parede tomada por uma grande janela, mas que não toma todo o seu espaço, deixando que quadros com pinturas coloridas e alegres, de artistas goianos, quebrem a sobriedade do ambiente. O centro é tomado por sofás e poltronas confortáveis nas mesmas cores que os do escritório, com a diferença que estes são mais contemporâneos.- Você já leu todos esses livros? – Per
Desligo o som, fecho as portas de madeira e pegando em sua mão, levo-a para o outro corredor, onde estão os quartos. Paro no início e volto minha atenção para ela.- Aqui ficam as suítes, são em um total de 4, com a maior e principal sendo a minha. – Desvio o olhar dela, tomando coragem para perguntar, mas sou surpreendido.- Em qual eu vou dormir? – Seus olhos me inspecionam, procurando algo que ainda não descobri o que é, então resolvo ser sincero.- Você mesma disse que esperava que minha cama fosse espaçosa.- Eu sei o que disse, agora quero saber o que você quer.- Bem... – Solto o ar com força e recomeço, porque é tão difícil tomar coragem, porra. – Eu queria... não, eu quero que você durma comigo. – Faço